A má sorte de viver no interior
Ao distanciar cada vez mais as populações das unidades de saúde, como a realidade tem vindo a demonstrar, o resultado dessa opção só pode redundar em prejuízo dos que carecem de cuidados.
SAÚDE: Interpelação do PCP ao Governo - 4 Para o PS, casos fatídicos como o de Odemira não passam de casuísmos
Prejuízo que, não raras vezes, assume contornos dramáticos. Trazido à colação no debate pela bancada comunista foi o recente e fatídico exemplo de Odemira, que veio pôr a nu a extrema debilidade da capacidade de resposta dos meios de socorro existentes.
Lembrado foi, nomeadamente, o facto inimaginável de existir apenas uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) para todo o Alentejo e de essa viatura, neste caso concreto, estar a uma hora de caminho de Odemira. Recorde-se que no passado dia 8 um homem de 54 anos, com ferimentos graves devido a um acidente rodoviário, só deu entrada no hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde acabou por morrer, quase sete horas após terem sido accionados os primeiros meios de socorro.
O que este lamentável caso vem testemunhar é, afinal, a forma como o Governo está a gerir os recursos do SNS. É um exemplo das consequências da redução de serviços, da degradação da sua qualidade e das dificuldades acrescidas dos portugueses aos cuidados de saúde.
«É uma política que assenta no princípio dos três R´s: reduzir, reduzir, reduzir» na rede de unidades de saúde, sublinhou Bernardino Soares, exemplificando, a propósito, com o já concretizado fecho de maternidades e de urgências quer hospitalares quer em centros de saúde, enquanto se prepara o «encerramento completo e concentração de hospitais inteiros e de muitos centros de saúde».
Tudo sempre em nome de uma auto intitulada «restruturação», «modernização» ou «racionalização», suportadas sempre por «estudos técnicos» talhados à medida dos objectivos do Governo, como assinalou no debate o deputado comunista Jorge Machado.
Não deixa de ser espantoso é que para a bancada do PS e seu Governo todos os casos referenciados não passem de meros «casuísmos». À realidade denunciada pelos deputados comunistas, o PS reagiu acusando o PCP de «demagogia», de falar de «desgraças», de «carpir mágoas», de fazer «agitação».
«Desafio-o a desmentir as afirmações proferidas pela bancada comunista sobre factos ocorridos em S. Teotónio, em Odemira, em S. Luís, este último relativo a um doente que se encontra ainda internado em estado grave na unidade de queimados do Hospital de S. José, que levou nove horas desde o momento do acidente até à sua chegada ao Hospital», afirmou o deputado José Soeiro, dirigindo-se a Manuel Pizarro, deputado socialista de serviço na defesa da política governamental.
«Para a bancada do PS, provavelmente, isto é normal, a avaliar pela forma como aplaudiu o discurso do ministro», sublinhou o deputado comunista, não escondendo a sua indignação pela postura da bancada socialista, a quem lembrou que há ano e meio que envia requerimentos ao Governo, sem obter resposta, advertindo-o para a gravíssima situação não só do concelho de Odemira mas também de concelhos como Almodôvar, Alcoutim e tantos outros concelhos do interior que estão a sentir os efeitos desta política que «está a condenar milhares e milhares de portugueses a não terem assistência médica, a não terem acesso à saúde a que constitucionalmente têm direito».
Lembrado foi, nomeadamente, o facto inimaginável de existir apenas uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) para todo o Alentejo e de essa viatura, neste caso concreto, estar a uma hora de caminho de Odemira. Recorde-se que no passado dia 8 um homem de 54 anos, com ferimentos graves devido a um acidente rodoviário, só deu entrada no hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde acabou por morrer, quase sete horas após terem sido accionados os primeiros meios de socorro.
O que este lamentável caso vem testemunhar é, afinal, a forma como o Governo está a gerir os recursos do SNS. É um exemplo das consequências da redução de serviços, da degradação da sua qualidade e das dificuldades acrescidas dos portugueses aos cuidados de saúde.
«É uma política que assenta no princípio dos três R´s: reduzir, reduzir, reduzir» na rede de unidades de saúde, sublinhou Bernardino Soares, exemplificando, a propósito, com o já concretizado fecho de maternidades e de urgências quer hospitalares quer em centros de saúde, enquanto se prepara o «encerramento completo e concentração de hospitais inteiros e de muitos centros de saúde».
Tudo sempre em nome de uma auto intitulada «restruturação», «modernização» ou «racionalização», suportadas sempre por «estudos técnicos» talhados à medida dos objectivos do Governo, como assinalou no debate o deputado comunista Jorge Machado.
Não deixa de ser espantoso é que para a bancada do PS e seu Governo todos os casos referenciados não passem de meros «casuísmos». À realidade denunciada pelos deputados comunistas, o PS reagiu acusando o PCP de «demagogia», de falar de «desgraças», de «carpir mágoas», de fazer «agitação».
«Desafio-o a desmentir as afirmações proferidas pela bancada comunista sobre factos ocorridos em S. Teotónio, em Odemira, em S. Luís, este último relativo a um doente que se encontra ainda internado em estado grave na unidade de queimados do Hospital de S. José, que levou nove horas desde o momento do acidente até à sua chegada ao Hospital», afirmou o deputado José Soeiro, dirigindo-se a Manuel Pizarro, deputado socialista de serviço na defesa da política governamental.
«Para a bancada do PS, provavelmente, isto é normal, a avaliar pela forma como aplaudiu o discurso do ministro», sublinhou o deputado comunista, não escondendo a sua indignação pela postura da bancada socialista, a quem lembrou que há ano e meio que envia requerimentos ao Governo, sem obter resposta, advertindo-o para a gravíssima situação não só do concelho de Odemira mas também de concelhos como Almodôvar, Alcoutim e tantos outros concelhos do interior que estão a sentir os efeitos desta política que «está a condenar milhares e milhares de portugueses a não terem assistência médica, a não terem acesso à saúde a que constitucionalmente têm direito».