
- Nº 1763 (2007/09/13)
Espaço Central
Outubro vigoroso no coração da Festa
Festa do Avante!
Assinalados com destaque nesta edição da Festa do Avante!, os 90 anos da revolução russa de 1917 tiveram particular destaque no Espaço Central. Muito mais do que uma comemoração, o aniversário serviu para assinalar a premente actualidade da luta pela construção da sociedade socialista.
Numa imponência discreta, a grande área coberta que albergou o essencial da mensagem política do Partido - expressa em exposições, debates, colóquios... - estendia-se por um comprimento de seis enormes cubos brancos, desde a praça central em direcção ao acesso da Quinta da Princesa, com uma largura de quatro cubos semelhantes, que subiam até ao parque de merendas, próximo da torre que mais alto exibe a bandeira comunista na Atalaia. Em cada um dos cubos, abriam-se janelas que exibiam telas com imagens dos grandes temas abordados no interior: a revolução bolchevique, o PCP e a luta dos trabalhadores em Portugal.
A exposição sobre a revolução desencadeada a 7 de Novembro de 1917 (correspondente a 25 de Outubro, no calendário que então vigorava na Rússia) estava profusamente ilustrada, com cartazes, fotografias, videofilmes. Sobre fundo vermelho - cor dominante no interior do Espaço Central -, os principais painéis temáticos salientavam que se tratou de um «acto heróico» e uma «ruptura na via do progresso social», da abertura de «uma nova época na História da humanidade», de «um marco maior na milenar caminhada humana pela emancipação», que redobra de significado no tempo presente. A par das importantes conquistas dos trabalhadores e dos povos da União Soviética e dos países que iniciaram a construção do socialismo, a revolução de Outubro permitiu um «grande avanço libertador em todo o Mundo».
Um painel foi dedicado ao papel de Lénine na revolução russa e no movimento comunista internacional, com um contributo que justificou designar como marxismo-leninismo a teoria revolucionária da época do imperialismo e das revoluções socialistas.
O combate «pelo triunfo da verdade sobre a revolução soviética» em Portugal foi evocado numa vitrina, que exibia exemplares do Avante! e do Marinheiro Vermelho, boletins «Portugal-URSS» dos anos 50 e, de 1934, um «apelo à criação da Liga dos Amigos da URSS».
A cor de fundo mudou para negro, na parte que tratava o contra-ataque do imperialismo e os graves retrocessos que se seguiram ao desaparecimento da URSS, em 1991, às derrotas do campo socialista e à sua desagregação - regressão que degradou profundamente as condições de vida de milhões de pessoas, no território da União Soviética e nos países socialistas da Europa, e que alterou a favor do imperialismo a correlação de forças a nível mundial. Sobre fotos de guerras e das gritantes desigualdades que caracterizam os nossos dias, reafirmava-se que «o capitalismo não é solução» para os problemas da humanidade e que o mundo está mais injusto, mais inseguro e mais perigoso.
Já junto ao auditório de projecção, cujo programa integrou marcantes filmes soviéticos, a exposição apontava o socialismo e o comunismo como «futuro da humanidade» e, simultaneamente, «questão central do nosso tempo». Imagens do Portugal de hoje, da última greve geral, de iniciativas do PCP, comprovavam a confiança em que «o futuro constrói-se com a luta».
Com uma naturalidade acentuada pela construção aberta das áreas temáticas, a exposição sobre os 90 anos de Outubro prosseguia numa ampla praça, convidando ao convívio, no «Café da Amizade», ou à conversa com dirigentes e deputados do Partido, no espaço-apelo «Adere ao PCP» - opção natural e consciente para dar mais força à luta «por um Portugal e um Mundo mais justos».