JCP visita o Líbano e denuncia ofensiva israelita

Solidariedade com o povo libanês

Daniel Azevedo, membro da Comissão Política da Direcção Nacional da JCP, participou, entre os dias 15 e 23 de Setembro, numa Brigada Internacional de Solidariedade e Trabalho Voluntário ao Sul do Líbano.
Esta iniciativa, promovida pela Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD), actualmente presidida pela JCP, e acolhida pela União da Juventude Democrática Libanesa (UJDL), contemplou no seu programa diversas actividades tais como seminários sobre a realidade libanesa, trabalho de reconstrução, agrícola e ambiental, encontros com a população e diversas organizações, visitas às zonas destruídas pela agressão israelita, entre outros.
«Foi uma forma de conhecer melhor a realidade do Líbano, a luta e resistência da juventude e do seu povo, de forma simbólica, na realização de algum trabalho voluntário», afirmou, ao Avante!, Daniel Azevedo, acentuando que aquela é «uma realidade completamente diferente».
«Um país dominado pela religião. Quem tem assento parlamentar são as diferentes religiões. Ou seja, o Partido Comunista Libanês (PLC) ou outro partido, que não seja representativo de uma fracção religiosa e ou defenda um estado laico, não tem assento parlamentar», explicou o jovem comunista, lembrando que uma das principais lutas do PCL «é contra este sistema sectário e injusto. Querem, juntamente com o povo, um outro sistema. Mas os interesses imperialistas na região, usam um governo subserviente aos EUA para perpetuar uma situação que desvia a discussão do essencial: a exploração do povo libanês.»
Segundo constatou Daniel Azevedo «é um povo que já sofreu ocupações e guerras, mas que sempre resistiu e lutou». «Antes resistiam e lutavam pela libertação do seu povo, agora, ainda que estejam num período mais calmo, fruto da vitória da resistência frente à ofensiva belicista israelita, estão atentos e resistem firmemente, defendendo o país de uma nova investida imperialista», frisou.

A resistência do povo

Daniel Azevedo participou ainda nas comemorações do 25.º aniversário da Resistência Nacional Libanesa, na qual o PCL teve um papel determinante na sua criação. «Desde muito novos juntam-se à resistência, não aceitando as ocupações e ingerências de outros países. Notava-se isso quando se visitavam os locais onde os mártires estavam enterrados, ou de algumas histórias que contavam», relatou, fincando a «consciência» das pessoas e «uma enorme vontade de defender o direito inalienável à soberania do seu país e do seu povo. É uma resistência apoiada pelo povo, pois é uma resistência que defende os interesses do povo».
Durante a sua visita, o jovem comunista teve a oportunidade de conhecer o Sul do Líbano e relatou que as principais infraestruturas – escolas, pontes, estradas, fábricas - «estão já em reconstrução, ainda que existam marcas da guerra».
«Mas este ataque de Israel, no Verão do ano passado, no Sul do Líbano [e não na capital, onde está o poder que segue a onda do imperialismo], não conseguiu atingir o seu objectivo de amedrontar o povo e fazê-los desistir da resistência. Muito pelo contrário, dá-lhes ainda mais força e convicção para resistir», sublinhou.

Lutar contra o imperialismo

A Brigada Internacional, na qual Daniel Azevedo participou, serviu, também, para os vários povos do mundo mostrarem a sua solidariedade para com o povo e a juventude que resiste há vários anos, às ofensivas e ataques de Israel. «Levámos a nossa solidariedade, o nosso apoio, e trazemos uma vasta experiência e conhecimento da realidade para podermos mostrar aos outros a realidade de lá, para a denunciar, para que possamos ser mais na luta contra as injustiças, e contra o imperialismo», afirmou, acrescentando: «A luta no nosso País é também a melhor forma de mostrarmos solidariedade para com todos os povos em luta».
Nos seminários também foi possível abordar a história da resistência contra o imperialismo, a sua ofensiva e o papel das forças progressistas neste processo, nomeadamente os comunistas e as juventudes comunistas. Também se falou da eleição do futuro presidente da república, «uma vez que não está a ser fácil arranjar um acordo entre o governo e a oposição no parlamento».


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