
- Nº 1773 (2007/11/22)
Desde 1998 que não era tão elevado no terceiro trimestre
Desemprego continua a crescer
PCP
O Instituto Nacional de Estatística revelou, dia 16, os dados relativos ao desemprego no terceiro trimestre deste ano. Desde 1998 que não era tão elevado neste período.
Os dados avançados pelo instituto apontam para uma taxa de desemprego, no final de Setembro, de 8,1 por cento. Para o PCP, que reagiu, no próprio dia, à divulgação dos dados através de um comunicado do seu Gabinete de Imprensa, o INE revela ainda que a taxa de desemprego em sentido restrito atingia no final do terceiro trimestre 7,9 por cento. Isto corresponde a 444.400 trabalhadores no desemprego, ou seja, o valor mais elevado neste período do ano desde 1998.
A taxa de desemprego nos homens é de 6,6 por cento, enquanto que nas mulheres atinge os 9,3 por cento. Nos jovens, o número é ainda mais expressivo: 16 por cento – o dobro da média nacional. Para o PCP, há um outro elemento de enorme gravidade: o aumento do número de desempregados (mais 3 900) relativamente ao semestre anterior e mais 27 mil face a igual período do ano passado. Os comunistas lembram que, em regra, e por efeito do emprego sazonal criado durante o período de Verão, «os números do desemprego tendem a diminuir face ao segundo trimestre».
Do lado do emprego, os dados revelados não são mais animadores, sendo de registar o aumento da precariedade. Em termos homólogos, diminuiu mais de 60 mil o número de contratos sem termo, como aumentou em 28 mil o número de trabalhadores com contrato a termo.
Na opinião dos comunistas, o aumento do desemprego em Portugal e o seu carácter estrutural, bem como a generalização do trabalho precário, «são o resultado de uma política injusta, anti-social e antipopular que tem origem no desmantelamento do aparelho produtivo e na crescente financeirização da economia nacional». O desinvestimento público e o fraco crescimento económico são outras das causas apontadas pelo PCP.
O Orçamento de Estado recentemente aprovado pelo PS «significará a manutenção de uma política de restrição do investimento, de desprotecção social – nomeadamente no que se refere ao subsídio de desemprego num quadro em que se alargam as necessidades de apoio e protecção aos desempregados – e incapaz de constituir a alavanca necessária ao crescimento económico no nosso País». O que é necessário, contrapõe o PCP, é uma «ruptura com a actual política de direita do Governo PS que promova o crescimento económico, o emprego com direitos e o papel do Estado no cumprimento das suas funções sociais».