Constituída a Federação dos Transportes e Comunicações

Fortalecer a acção sindical

Para dar mais força à luta pelas justas aspirações dos trabalhadores de ambos os sectores, 128 delegados de 9 sindicatos da CGTP-IN constituíram, sábado, a nova federação.

«Juntos re­for­ça­remos a uni­dade e a força dos tra­ba­lha­dores»

Os delegados e convidados encheram o Auditório do Me­tro­po­li­tano de Lisboa onde decorreu o congresso constitutivo. Depois de dezenas de intervenções em que foi feito um retrato nacional – regiões autónomas incluídas - da cada vez mais dura e injusta realidade laboral vivida pelos mais de cem mil trabalhadores dos sectores abrangidos, foi aprovada a constituição da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, bem como os respectivos Estatutos, o Programa de Acção e a Direcção Nacional.
«A federação é a concretização de um antigo objectivo da central que agora se concretiza, dando forma orgânica ao trabalho convergente e conjunto dos sindicatos dos transportes, a que se juntam agora os das comunicações», afirmou ao Avante!, o membro da Comissão Executiva do Conselho Nacional da CGTP-IN, Amável Alves.
O dirigente da central salientou como «os sindicatos da nova federação têm, ao longo dos anos, desenvolvido lutas convergentes no sector dos transportes, nomeadamente em defesa dos direitos e da contratação colectiva e em muitas outras lutas mais específicas e gerais».
O grande objectivo da federação é melhorar a convergência na acção dos trabalhadores para melhor poderem dar resposta à actual ofensiva do Governo e do patronato, que tentam reduzir eliminar direitos, nomeadamente através da possível caducidade das convenções colectivas, da manutenção dos baixos salários e do aumento da precariedade, considerou.
Os trabalhadores dos transportes e das comunicações «têm resistido às várias tentativas para enfraquecer ou limitar o direito à greve, através de várias tentativas de imposição de serviços mínimos, como se viu na greve geral de 30 de Maio», recordou Amável Alves. «Já nessa altura, a comissão organizadora deste congresso deu resposta às várias situações onde foi assumido o direito à greve e os trabalhadores foram confrontados com tentativas de penalização, nomeadamente na Trans­tejo e no Me­tro­po­li­tano de Lisboa», revelou acrescentando como «até hoje, os trabalhadores mostraram disponibilidade para lutar contra essa injustiça e, consequentemente, nenhuma das empresas em causa avançou com retaliações».

Travar as pri­va­ti­za­ções

Outra vertente fundamental do trabalho da nova federação, não apenas para os trabalhadores como para todos os utentes, «é a defesa de um serviço público de transportes que garanta os direitos de mobilidade e a luta contra as privatizações que têm ocorrido nos transportes, com graves prejuízos para as populações», salientou Amável Alves.
Defender um sector público, sem privatizações, desmembramentos e segmentações, e que garanta transportes de qualidade enquanto direito social fundamental para as populações, é outro grande objectivo da Federação dos Transportes e Comunicações.
A federação estará presente em todas as acções, também internacionais, que sejam promovidas em defesa dos interesses públicos.
«Juntos reforçaremos a unidade e a força dos trabalhadores através deste novo pólo aglutinador das lutas que é a federação», concluiu o dirigente sindical.
Além dos sindicatos constituintes, estiveram presentes, na qualidade de observadores, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, e o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos, estando em discussão a possibilidade de o primeiro vir a integrar a federação. Também marcaram presença representantes da Federação Europeia dos Sindicatos dos Transportes, ETF, a congénere espanhola das Co­mi­si­ones Obreras e representações de Comissões de Trabalhadores e de muitos outros sindicatos do movimento sindical unitário que, «não sendo da CGTP-IN, têm trabalhado em defesa dos direitos dos trabalhadores», revelou Amável Alves.


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