Caos no Miguel Bombarda

O Sindicato Nacional dos Psicólogos promoveu uma vigília, dia 24, acusando o Governo de degradar a prestação de cuidados de saúde mental à população, com a extinção dos hospitais Júlio de Matos e Miguel Bombarda, sem que estejam garantidas alternativas para os utentes e os trabalhadores. À porta do Miguel Bombarda, em Lisboa, o SNP/CGTP-IN rejeitou o gradual encerramento das duas unidades e o despedimento de metade dos 18 psicólogos ali contratados, como recordou ao Avante! a coordenadora da comissão de clínica e saúde do SNP, Ana Barreiros.
Num comunicado, o sindicato salientou que a ausência de estruturas que substituam os serviços que estão a ser desmantelados está a prejudicar gravemente os utentes que, por isso, «sentem-se ultrajados».
Com a substituição das duas unidades de saúde mental pelo Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, que integrará o futuro Hospital de Todos os Santos, o Governo «está a arrasar com as capacidades de resposta dos serviços ainda a funcionar, extinguindo consultas de psicoterapia, de avaliação psicológica e de especialidade», salienta o SNP que acusa o Conselho de Administração do Miguel Bombarda de falta de sensibilidade para atender os utentes, de interromper abruptamente os tratamentos, de falta de respeito pelos trabalhadores, de atirar para o desemprego psicólogos clínicos com experiência adquirida, embora sempre em situação de precariedade, de falta de pagamento das indemnizações e de favoritismo e clientelismo. A acção também denunciou injustiças e abusos de poder que instalaram um clima de medo entre os trabalhadores do hospital, à semelhança do «logro» decorrente do concurso para admissões na nova unidade, que «levou à substituição do júri e à reavaliação das candidaturas».
Na tarde do mesmo dia, os psicólogos juntaram o seu protesto ao dia nacional de luta da CGTP-IN.
Na segunda-feira, através de um comunicado onde desmente declarações proferidas, no dia da vigília, pelo administrador do Miguel Bombarda, o SNP acusou a tutela de ter proibido, em vários centros de saúde, a afixação de cartazes que convocavam para a acção de dia 24, e criticou o Governo, por aplicar políticas que contrariam «tudo o que tem sido orientação da Organização Mundial de Saúde».


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