Holocausto sionista
O sofrimento sem limites dos palestinos é um escândalo para toda a Humanidade
Se dúvidas houvesse sobre a natureza do poder sionista em Israel, elas foram definitivamente desfeitas na última semana. Nas palavras e nos actos. Em quatro dias de morte e destruição, Israel matou mais de 100 palestinos na Faixa de Gaza. Um terço eram crianças (Al Jazeera, 2.3.08). No meio da orgia sanguinária, o vice-ministro da Defesa de Israel, Matan Vilnai, declarou à rádio militar israelense: «quanto mais os disparos se intensificarem e o alcance dos rockets aumentar, mais [os Palestinos] farão recair sobre si um holocausto maior, porque nós usaremos todo o nosso poderio para nos defendermos» (BBC, 29.2.08, 12h24m20s). Assim mesmo: «holocausto». Como esclarece a mesma notícia – com o título «Israel adverte Gaza sobre um “holocausto”» - «”holocausto” é uma palavra raramente usada em Israel excepto para referir o genocídio Nazi durante a Segunda Guerra Mundial». A boca do vice-ministro revelou o que lhe vai na alma.
A carnificina de Gaza faz lembrar a doutrina nazi-fascista de que a vida de um membro do “povo eleito” tem de ser “paga” com a vida de muitos civis untermenschen (“sub-humanos”). Gaza é hoje o que foi Gernika, Lidice, Marzabotto, ou as centenas de aldeias russas e bielorussas dizimadas pelas hordas nazis. É o supremo castigo colectivo de um povo. Um povo que, em grande parte, é constituído por refugiados, expulsos das suas casas e terras nas operações de limpeza étnica (para usar as palavras do corajoso historiador israelense Ilan Pappe) que acompanharam as seis décadas do Estado sionista.
Numa clara demonstração das cumplicidades e compadrios do imperialismo com o sionismo, as escaldantes declarações (recheadas de “valor noticioso”) do vice-ministro de Israel foram logo minimizadas, encobertas. Duas horas e meia após pôr no seu site a notícia acima referida, a BBC substituiu-a por outra, em que a palavra «holocausto» dava lugar a «desastre». Apenas a meio da notícia surgia a informação de que a palavra hebraica usada pelo carrasco Vilnai foi mesmo «shoah».
O nazi-fascismo dos anos 20 e 30 foi a resposta mais violenta e feroz de um capitalismo em crise, abalado pela Revolução de Outubro, pelo ascenso do movimento operário, pela sua profunda crise económica. O nazismo utilizou o anti-semitismo, desde há séculos promovido pelas classes dirigentes europeias, para alimentar o combate contra o que designou de «complot judaico-bolchevique». Hoje, um capitalismo em profunda crise, decrépito, corrupto, gerador permanente de guerra e de miséria, incapaz de resolver as suas contradições ou os problemas da Humanidade, parece optar pelas mesmas soluções de força. O palavreado do «judeo-bolchevismo» foi substituído pelo do «islamo-fascismo». Mas o conteúdo da política é a mesma: o uso indiscriminado da força para esmagar os povos, os trabalhadores, as resistências ao seu domínio. O Estado sionista integra hoje as fileiras da máquina de dominação imperial e de classe que há 60 anos foi responsável por tantos milhões de mortes entre os judeus. Os seus dirigentes terão de responder pela sua extensíssima lista de crimes.
O sofrimento sem limites dos palestinos é um escândalo para toda a Humanidade. A sua resistência heróica, nas mais difíceis e desesperantes condições, é um apelo ao nosso dever de solidariedade para com os povos que sofrem em primeira linha o terror imperialista.
A carnificina de Gaza faz lembrar a doutrina nazi-fascista de que a vida de um membro do “povo eleito” tem de ser “paga” com a vida de muitos civis untermenschen (“sub-humanos”). Gaza é hoje o que foi Gernika, Lidice, Marzabotto, ou as centenas de aldeias russas e bielorussas dizimadas pelas hordas nazis. É o supremo castigo colectivo de um povo. Um povo que, em grande parte, é constituído por refugiados, expulsos das suas casas e terras nas operações de limpeza étnica (para usar as palavras do corajoso historiador israelense Ilan Pappe) que acompanharam as seis décadas do Estado sionista.
Numa clara demonstração das cumplicidades e compadrios do imperialismo com o sionismo, as escaldantes declarações (recheadas de “valor noticioso”) do vice-ministro de Israel foram logo minimizadas, encobertas. Duas horas e meia após pôr no seu site a notícia acima referida, a BBC substituiu-a por outra, em que a palavra «holocausto» dava lugar a «desastre». Apenas a meio da notícia surgia a informação de que a palavra hebraica usada pelo carrasco Vilnai foi mesmo «shoah».
O nazi-fascismo dos anos 20 e 30 foi a resposta mais violenta e feroz de um capitalismo em crise, abalado pela Revolução de Outubro, pelo ascenso do movimento operário, pela sua profunda crise económica. O nazismo utilizou o anti-semitismo, desde há séculos promovido pelas classes dirigentes europeias, para alimentar o combate contra o que designou de «complot judaico-bolchevique». Hoje, um capitalismo em profunda crise, decrépito, corrupto, gerador permanente de guerra e de miséria, incapaz de resolver as suas contradições ou os problemas da Humanidade, parece optar pelas mesmas soluções de força. O palavreado do «judeo-bolchevismo» foi substituído pelo do «islamo-fascismo». Mas o conteúdo da política é a mesma: o uso indiscriminado da força para esmagar os povos, os trabalhadores, as resistências ao seu domínio. O Estado sionista integra hoje as fileiras da máquina de dominação imperial e de classe que há 60 anos foi responsável por tantos milhões de mortes entre os judeus. Os seus dirigentes terão de responder pela sua extensíssima lista de crimes.
O sofrimento sem limites dos palestinos é um escândalo para toda a Humanidade. A sua resistência heróica, nas mais difíceis e desesperantes condições, é um apelo ao nosso dever de solidariedade para com os povos que sofrem em primeira linha o terror imperialista.