«Cidade Internacional»

O grande Espaço da solidariedade

Num contexto internacional marcado pelas ofensivas militares do imperialismo, e pelos ataques aos direitos dos trabalhadores e dos povos, o Espaço Internacional «vai destacar as lutas pela paz contra o capitalismo neoliberal, destacando a solidariedade com Cuba», revelou Ângelo Alves, membro do Comité Central e da Secção Internacional do Partido.
Visitar o Espaço internacional da Festa é a oportunidade de se conhecer o trabalho e as lutas de numerosos partidos comunistas e progressistas, e a prova da importância que o PCP dá e sempre deu à solidariedade internacionalista e, ainda, do prestígio que tem além fronteiras. As representações de partidos comunistas e progressistas têm aumentado nos últimos anos. A duas semanas da Festa, estão confirmadas as presenças de mais duas delegações em relação ao ano passado. Ao todo está confirmada a participação de 33 delegações estrangeiras, 22 das quais com espaços próprios na Cidade Internacional.
Além da mensagem política que cada delegação nos traz, este espaço caracteriza-se também pelo ambiente de verdadeiro convívio em festa.
Os sabores e os aromas dos cinco continentes misturam-se com as cores do artesanato de regiões tão longínquas como Timor-Leste, a Coreia do Norte ou o Peru, ao som de canções revolucionárias.
Aqui, o visitante pode provar uma verdadeira cachupa cabo-verdiana, a comida tradicional timorense, a vaca frita cubana, as especialidades chinesas, a feijoada à brasileira, as botifarras catalãs, os piscos chilenos, as salsichas com uma cerveja especial alemã e muitos outros pratos, bebidas e doces típicos.
O tema central deste ano vai ser «A luta contra o capitalismo e a guerra», baseado em duas ideias centrais: por um lado a actividade e luta que os partidos comunistas e progressistas travam contra o capitalismo e, por outro, o tipo de resistência adoptado em cada país para fazer frente a esta nova ofensiva, salientando-se as lutas pela paz, as lutas dos trabalhadores na Europa e a resistência de diferentes povos pela autodeterminação, com destaque para a Palestina, Cuba e Sahara Ocidental, entre outros.
«No fundo, pretende-se que o visitante, passeando pelo Espaço Internacional, fique com total certeza de que, por todo o mundo, os povos lutam e resistem ao imperialismo», afirmou Ângelo Alves.
Por toda a área deste Espaço vão ser distribuídos vários painéis pintados com alusões e referências a várias lutas, no contexto do combate pela construção do socialismo e de alternativas à ofensiva imperialista.
A exposição política será complementada com um pequeno espaço de vídeo onde serão apresentados vários documentários «sobre as lutas do povos e dos partidos comunistas e progressistas».

So­li­da­ri­e­dade com Cuba

O PCP entende que a ofensiva imperialista a decorrer este ano desde a guerra do Iraque «não pretende apenas dominar o Médio Oriente, como poderá parecer à primeira vista». «Estão a decorrer ataques e ofensivas por todo o mundo e os comunistas e movimentos progressistas são o principal alvo», referiu Ângelo Alves, ao lembrar que «a alteração política que se operou na América Latina - com Hugo Chávez na Venezuela e Lula da Silva no Brasil - criou preocupações acrescidas ao neoliberalismo, originando uma nova escalada de arrogância, de ingerência e interferência nos assuntos internos de vários países, onde Cuba é um dos principais alvos.
Por este motivo, a Festa vai dar um grande destaque à solidariedade com o povo cubano, não apenas no Espaço Internacional como por toda a Festa durante os três dias, com materiais específicos para esse efeito. «Vai ser uma campanha de solidariedade que pretende recolher fundos e alguns bens de primeira necessidade que os EUA impedem de entrar naquele país», salientou.
É a reafirmação da solidariedade com a revolução socialista cubana e o seu povo, numa altura em que, mais uma vez, o imperialismo tenta por todos os meios desprestigiar e destruir este processo revolucionário. Neste contexto, «a campanha é uma necessidade real devido à importância da revolução cubana para todos os povos do mundo».

Amé­rica La­tina

As mudanças políticas registadas no Brasil durante o corrente ano não podiam ficar sem um reflexo no Espaço Internacional da Festa.
Assim, o PT do Brasil e o Partido Comunista do Brasil - duas das forças que foram determinantes para a vitória de Lula nas eleições presidenciais - vão trazer um grande manancial de materiais de informação sobre a realidade actual do Brasil e as políticas encetadas pelo novo governo brasileiro.
A presença da comunidade brasileira residente em Portugal tem vindo a revelar um crescendo de participação na Festa. Este ano tem-se desenvolvido esforços no sentido de conseguir levar à Quinta da Atalaia grupos de música popular brasileira a actuar no Espaço Internacional. Também a situação no Chile e o assinalar dos 30 anos do golpe militar de Pinochet serão alvo de atenção neste Espaço.

De­bates

Em anos anteriores, os debates têm sido acima de tudo momentos de solidariedade com os povos em luta. Este ano, optou-se por «tentar transformar os debates em testemunhos de luta discutidos com os seus protagonistas», revelou Ângelo Alves.
Integrado na campanha de solidariedade com Cuba, o debate intitulado «Solidários com o povo cubano» vai contar com a presença de um membro do PC de Cuba, disponível para prestar esclarecimentos aos visitantes da Festa sobre a realidade da pátria de José Marti e Fidel Castro.
«Iraque - seis meses depois, a luta contra a exploração e a guerra» é outro tema em debate que vai, certamente, suscitar uma forte curiosidade e participação.
Agendado para domingo à tarde, «vai ser o momento para se discutir não apenas sobre a situação no Iraque após a invasão norte-americana, mas também para, no mesmo contexto, ser abordada a situação em todo o Médio Oriente, nomeadamente na Palestina ou na Síria, e para se falar da resistência desses povos à ocupação e às limitações de independência e soberania desses países, no contexto da ofensiva mundial do imperialismo», afirmou.
Neste debate, discutir-se-á também sobre a luta e o movimento português pela paz.
Nos últimos anos tem havido uma luta intensa dos trabalhadores e dos povos dando origem ao aparecimento de diferentes processos de luta com a adesão de novas camadas sociais naquilo à luta contra a globalização capitalista.
«A luta contra a globalização capitalista - processos, caminhos e protagonistas», agendado para domingo, pretende ser um debate sobre os processos em curso, os seus protagonistas e as contradições que encerra.
Pretende-se abordar a luta contra a globalização capitalista em todas as suas vertentes, «analisando processos em particular, como por exemplo os fóruns sociais, nomeadamente o português».
Motivo para debate será ainda um acontecimento «que apesar de ter ocorrido há três décadas, terá certamente, desenvolvimentos». «Chile de Allende e mudanças de regime, 30 anos depois do golpe» é o tema para um debate que pretende assinalar as três décadas sobre o golpe militar fascista de Augusto Pinochet apoiado pelos EUA.
O golpe levou ao fim do governo marxista democraticamente eleito de Salvador Allende, assassinado aquando do ataque final das tropas golpistas ao Palácio de La Moneda, sede do governo chileno, bombardeado e assaltado no dia 11 de Setembro de 1973.
Neste debate «pretende-se dar uma ideia sobre o que foi esse período negro da vida do povo chileno e dar a conhecer a realidade actual das forças progressistas, nomeadamente o Partido Comunista do Chile que terá presente um seu representante nesta conversa», explicou Ângelo Alves.
A importância da América Latina no contexto actual para todos os revolucionários será assinalada em tons de festa, «porque a Festa também é luta», acrescentou.

Es­pec­tá­culos e eventos

Além das presenças de música popular de outros países, destaca-se também um recital de poesia interpretado por elementos do núcleo de Setúbal da Associação de Amizade Portugal - Cuba que conta com a participação de Odete Santos. Trata-se de uma experiência que se repete pela terceira vez e que este ano tomará a forma de homenagem a José Carlos Ary dos Santos aqui traduzida na leitura de poemas seus, subordinados à solidariedade internacionalista e à luta dos povos. Ary tem vários poemas sobre Cuba e o Chile que farão parte deste espectáculo.
Experiência rara será a tentativa de um «casamento» entre as gaitas de foles portuguesas com as galegas num único espectáculo que pretende fazer uma simbiose entre os sons e modas de Bragança com as galegas.
A dança vai ser interpretada pelo Grupo de Danças e Cantares Europeus. Trata-se da terceira vez que este grupo dedicado às danças de salão e tradicionais da Europa vem à Atalaia.
Para sábado à noite, os amantes da dança e da música latina vão poder deliciar-se com uma noite dedicada ao Forró Brasileiro com baile e muita animação, integrada na noite dedicada à América Latina.
Além desta programação, haverá ainda um segundo palco aberto a interpretações artísticas de todas as vertentes, e à livre participação de todos os camaradas e amigos estrangeiros que venham integrados nas suas delegações e tenham conhecimentos e «dotes artísticos» que pretendam revelar.
Este «estrado de animação polivalente» não tem programação definida e é aberto a todas as expressões desde a poesia à música, dança, animação, performance, malabarismo, etc. Alguns grupos de animação de rua também já garantiram ali a sua presença.

Jo­vens ca­ta­lães montam a Festa

Nos últimos anos, uma delegação da Juventude Comunista da Catalunha tem marcado presença na construção da Festa do Avante!. Dezenas de jovens têm dado um importante contributo com a sua presença e solidariedade revolucionária traduzida em horas de empenhado trabalho e dedicação em várias vertentes da construção da Festa, e não apenas no Espaço Internacional.
Da Catalunha chegou a confirmação da repetição da sua animada presença que proporciona a todos os camaradas e amigos um intercâmbio de experiências e conhecimentos que se têm revelado bastante positivos para ambas as organizações de jovens comunistas, a portuguesa e a catalã. É já no dia 26 que chegam de Barcelona os «compañeros» catalães.
Também o núcleo do PT do Brasil em Portugal está convidado este ano a participar nas jornadas de trabalho que antecedem a Festa.
«Dentro do que é possível, pretendemos trazer à implantação da Festa cada vez mais camaradas e amigos de outros partidos comunistas e progressistas para que participem na construção e no convívio que a implantação propicia», afirmou Ângelo Alves.
«Trata-se de um intercâmbio interessante e é, sobretudo, um acto de grande generosidade e solidariedade deles com a Festa do Avante!.» «Da experiência que temos tido com os camaradas da Catalunha podemos considerar que a sua presença na construção da Festa ajuda-os a compreender o próprio funcionamento do evento e a criar uma relação de grande comprometimento com a luta dos comunistas portugueses. Não é por acaso que o espaço da Catalunha é um dos mais animados espaços da cidade internacional, durante os três dias de Festa, em resultado da sua contribuição na implantação», concluiu.

Des­file

No ano passado, devido à chuva que se fez sentir no domingo, houve receio de que muitos visitantes não participassem no comício.
À última hora, os responsáveis do Espaço Internacional tomaram a decisão de realizar um desfile que atravessou toda a Festa até ao auditório 1.º de Maio, no sentido de mobilizar o máximo de pessoas possível para o grande comício do PCP.
Todos os stands foram convidados a encerrar e todos os camaradas que ali estavam foram convidados a participar no desfile. O resultado foi uma marcha bastante colorida, com gaiteiros da Galiza e outras músicas de várias proveniências, muito alegre que mobilizou muitas centenas de visitantes.
Os resultados ultrapassaram as expectativas, ao ponto de se ter decidido reeditar a experiência, este ano mais organizada. Assim, às 17 horas de domingo, a actividade no Espaço Internacional vai ser reduzida ao minimo, de forma a proporcionar a participação de todos no grande momento político da Festa. A Organização Concelhia de Almada do PCP - que tem a responsabilidade da implantação e funcionamento de todo o Espaço Internacional - está também a preparar materiais a serem exibidos exclusivamente durante o desfile. Os camaradas de Almada têm a seu cargo a implantação de um espaço, «este ano muito exigente no que respeita à sua concepção e construção».

Tra­balho que não se vê

A presença de mais de três dezenas de representações de partidos comunistas e progressistas contribui para que a Festa do Avante! seja considerada uma das mais importantes festas realizada e organizada por um Partido Comunista da Europa. Para além do enorme prestígio que a Festa tem sabido alcançar além fronteiras, é uma grande demonstração da capacidade da organização do Partido, «motivo pelo qual a Festa é conhecida por todos os partidos comunistas e revolucionários do mundo», garantiu Ângelo Alves.
Durante a Festa e alguns dias antes, o Partido realiza reuniões com todas as delegações que nos visitam, com o propósito de lhes serem transmitidas informações sobre a realidade portuguesa, a luta e actividade do PCP na defesa dos interesses e aspirações dos trabalhadores e do povo. Também lhes são transmitidas as análises que o PCP faz à situação internacional. Ficam assim a conhecer melhor o PCP «por dentro» e complementam estas informações com a Festa, e também com um programa de visitas, nomeadamente conhecendo a obra dos comunistas no poder local. «Durante este período, o Partido recebe uma grande quantidade de informação sobre o que se passa no mundo, o que é muito importante.»
Ao todo vão estar 22 stands, número superior ao do ano passado e ainda mais três de organizações portuguesas de solidariedade: o Comité Português para a Paz e Cooperação, a Associação de Amizade Portugal-Cuba e a Associação Yuri Gagarine. Um stand do PCP com materiais de solidariedade com Cuba completam a participação. Há ainda delegações convidadas que, embora sem stand, vêm à Festa trocar experiências e adquirir conhecimentos que lhes sejam úteis para as lutas que desenvolvem nos seus países. O mundo inteiro está na Festa e essa é a maior prova de que a luta continua e de que o projecto comunista, a par da importância que teve no passado, é um projecto cada vez mais válido e necessário para o presente e o futuro de Portugal e do mundo.

Es­pec­tá­culos no Palco In­ter­na­ci­onal

Sexta-feira

20:00 – Gaiteiros da Galiza

21:00 – Gaita

22:00 – Dejá Vu

23:00 – Bereg (Música ucraniana e russa)

Sábado

14:30 – «Arco da Velha» – MPP

17:00 – Dili All Stars

18:00 – Grupo de Poesia + música (Ary dos Santos)

20:30 – Julian Del Vale

21:30 – Musica Cubana

23:00 – Forró Brasileiro

Domingo

14:00 – Schalmeienkafelle

15:30 – Filipe Narciso (música de intervenção)

17:30 – Concentração do desfile do Espaço do Internacional

19:30 – Tíbia (Gaita de Foles de Bragança)

20:30 – Danças e Cantares Europeus

22:00 – Haja Saúde

De­bates

Sábado

15:30
Chile de Allende e mudanças de regime. 30 Anos do Golpe Militar

Margarida Botelho – Membro da Direcção da JCP
Manuela Bernardino – Membro da Comissão Central de Controlo, do Comité Central e da Secção Internacional
-Representante do PC do Chile

19:00
Solidários com o Povo Cubano

Carlos Amador / Sérgio Vinagre
Representante do PC Cubano

Domingo

14:30
A luta contra a globalização capitalista. Processos, caminhos, protagonistas

João Vieira – Dirigente da CNA
Jorge Cordeiro – membro da Comissão Política do PCP
Florival Lança – membro da Comissão Executiva da CGTP
Um jovem trabalhador
Miguel Madeira – Presidente da FMJD

16:30
Iraque, 6 meses depois... A luta contra a exploração e a guerra

Ângelo Alves – membro do comité central e da Secção Internacional do PCP
Arménio Carlos – membro da Comissão Executiva da CGTP e do Comité Central do PCP
Rui Namorado Rosa – Professor Universitário
Vítor Silva – Dirigente do CPPC


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