Grandes orientações para crescer e avançar
Cerca de 200 militantes comunistas do distrito de Santarém, eleitos pelas suas organizações, aprovaram, sábado, em Benavente, medidas para prosseguir e intensificar o reforço do Partido na região.
Em Santarém, o PCP tem mais militantes e mais organizações
Como afirmou, na abertura, Octávio Augusto, da Comissão Política e responsável pela Direcção da Organização Regional de Santarém, o «Partido está mais forte» no distrito. O número de militantes aumentou, sublinhou, como resultado dos 306 recrutamentos efectuados entre 2005 e 2007 mas também porque se «avançou no esclarecimento de muitas situações de militantes com ficha por actualizar».
Também o número de militantes inseridos em organismos aumentou consideravelmente nos últimos três anos, destacou o dirigente. O próprio número de organismos acompanhou esse aumento, acrescentou. Octávio Augusto destacou ainda a realização de 27 assembleias de organização. A realização destas assembleias, acentuou, «permitiu a prestação de contas por parte dos organismos dirigentes respectivos» e a renovação e rejuvenescimento dos organismos, bem como o seu fortalecimento. De realçar ainda a responsabilização de 98 quadros, trinta e oito dos quais com menos de 30 anos. Destes, muitos são oriundos da JCP, valorizou o responsável.
O dirigente comunista destacou ainda o crescimento, ainda que insuficiente, do número de Comissões de Freguesia e de Localidade, bem como das organizações de base em geral. O facto de o seu número ser, ainda, bastante baixo, faz com que ainda haja muitos militantes que «não estejam integrados na actividade partidária regular», sublinhou.
A resolução política aprovada realçava ainda o aumento do número de militantes a pagar a quota e o aumento progressivo do seu valor, bem como o crescimento na difusão da imprensa do Partido – tanto do Avante! como de O Militante.
Dificuldade não significa impossibilidade
Já na organização nas empresas e locais de trabalho, apesar de avanços verificados no último ano, foi onde menos se progrediu. As profundas alterações no aparelho produtivo e a precariedade contribuem para explicar as dificuldades. «Mas esta realidade não explica tudo», realçou Octávio Augusto, afirmando subsistirem «por parte de muitos camaradas e organizações incompreensões quanto à importância estratégica da existência de organizações do Partido nas empresas». E se é difícil, hoje, levar propaganda do Partido para dentro das empresas, mais o era antes do 25 de Abril, realçou o membro da Comissão Política.
Mas também nesta área há avanços, salientou Octávio Augusto. «O trabalho continuado que tem vindo a ser feito junto das empresas e zonas prioritárias, através da distribuição de propaganda, da recolha de assinaturas, da venda regular do Avante!, está a dar os seus frutos na aproximação e simpatia de muitos trabalhadores para com o Partido.» Actualmente, em muitas empresas e escolas, vende-se, por vezes em pouco tempo, 20 ou 30 exemplares do Avante!, realçou.
«É preciso, sobretudo, avançar com medidas concretas», afirmou o dirigente do Partido. Assim, os membros eleitos para o executivo da Direcção Regional passam a ter à sua directa responsabilidade as principais empresas e sectores profissionais e aí «prestarão contas desta tarefa».
Na resolução, aponta-se a organização do Partido nas empresas e locais de trabalho como «a principal prioridade entre a prioridade que é o reforço da organização». Nos próximos anos, a organização regional trabalhará para criar células em importantes empresas como a João de Deus, Mitsubishi, Robert Bosch, Sonae Carnes, Renova, Compal, Tegael e Grupo Amorim, entre outras. O sector ferroviário deve merecer também uma especial atenção.
O distrito está mais pobre
>Conhecer a realidade
Não só da organização do Partido se falou na VIII Assembleia da Organização Regional de Santarém do PCP. A situação social actual do distrito esteve também em realce. Na preparação da Conferência Nacional sobre Questões Económicas e Sociais, o PCP realizou em Santarém um encontro distrital que abordou variadas questões relacionadas com a situação económica e social do distrito.
À semelhança do resto do País, os principais problemas do distrito de Santarém são o desemprego, a precariedade, os baixos salários, a exploração intensa e a injusta repartição da riqueza. E se o desemprego atinge já 14 mil trabalhadores (4 mil de longa duração), a precariedade afecta já 26 mil trabalhadores. Os jovens representam já 41 por cento do total dos trabalhadores precários no distrito.
Os ganhos médios mensais dos trabalhadores do sector privado foram, em 2005, no distrito de Santarém, entre cerca de 615 euros (em Ferreira do Zêzere) e 868 euros (em Benavente). Ou seja, tudo valores bastante abaixo da média nacional, que rondava então os 907 euros. Quanto às mulheres, ganham entre 12 a 15 por cento a menos do que os homens.
No que respeita aos subsídios, as coisas não são muito diferentes. As pensões médias variam entre os 262 euros mensais em Ferreira do Zêzere e 434 euros no Entroncamento. No subsídio de desemprego, a variação é entre 197 euros na Chamusca e os 342 euros no Entroncamento. Também neste subsídio as mulheres surgem muito distantes dos homens.
Ligado a isto está o poder de compra concelhio. Em 2005, este era inferior à média nacional em praticamente todos os concelhos do distrito, à excepção de Benavente e do Entroncamento. Em Alcanena, Barquinha, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Ferreira do Zêzere, Mação e Ourém é «particularmente baixo», afirmava a Resolução Política. Entre os 56 e os 75 por cento dessa mesma média.
Na agricultura, manteve-se a tendência de desaparecimento de explorações agrícolas, em particular daquelas com menos de 5 hectares. A indústria transformadora manteve a tendência de diminuição do emprego criado, em particular nos sectores tradicionais – alimentar, têxtil, curtumes, madeira e cortiça, material de transporte.
Retrato breve
O Partido conta, em Santarém, com 2395 militantes com a ficha actualizada. Contudo, restam 3663 situações por esclarecer, pelo que o número de militantes poderá ser, efectivamente, bastante superior.
O número de operários industriais aumentou, tanto em percentagem (30,1 por cento em 2007), como em valores absolutos. Também o número de operários agrícolas aumentou (19 por cento em 2007), ficando este aumento a dever-se fundamentalmente à actualização do ficheiro. Os empregados representam 22,5 por cento do total dos membros do Partido com ficha actualizada. Se este valor representa, em termos relativos, uma quebra ligeira, em termos absolutos salda-se por um aumento.
Segundo dados do balanço de organização relativos a 2007, existem no distrito 50 organismos do Partido, incluindo a Direcção da Organização Regional.
Ao nível eleitoral, ocorreram cinco actos eleitorais desde a realização da 7.ª assembleia. Os resultados foram «globalmente positivos», consideram os comunistas. Nas eleições legislativas de Março de 2005, a CDU subiu mais de mil votos e elegeu um deputado. Nas Presidenciais de 2006, apesar da maior abstenção verificada, a candidatura comunista obteve mais 1800 votos do que conseguira a CDU nas Legislativas.
Nas eleições autárquicas, a CDU concorreu a todas as câmaras e assembleias municipais do distrito, tendo obtido 22 mandatos nas câmaras (mais 1 que em 2001) e 76 nas assembleias (mais 5 que nas anteriores). As três maiorias que detinha em câmaras municipais – Benavente, Chamusca e Constança – foram mantidas, todas absolutas.
Nessas eleições, a CDU concorreu a 151 assembleias de freguesia, mais 5 do que em 2001.
No referendo sobre Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, que se saldou numa vitória do «Sim», os comunistas realçam que o «Não» apenas venceu em dois concelhos e que a vitória do «Sim» foi particularmente expressiva nos concelhos e freguesias de maior influência do PCP.
Também o número de militantes inseridos em organismos aumentou consideravelmente nos últimos três anos, destacou o dirigente. O próprio número de organismos acompanhou esse aumento, acrescentou. Octávio Augusto destacou ainda a realização de 27 assembleias de organização. A realização destas assembleias, acentuou, «permitiu a prestação de contas por parte dos organismos dirigentes respectivos» e a renovação e rejuvenescimento dos organismos, bem como o seu fortalecimento. De realçar ainda a responsabilização de 98 quadros, trinta e oito dos quais com menos de 30 anos. Destes, muitos são oriundos da JCP, valorizou o responsável.
O dirigente comunista destacou ainda o crescimento, ainda que insuficiente, do número de Comissões de Freguesia e de Localidade, bem como das organizações de base em geral. O facto de o seu número ser, ainda, bastante baixo, faz com que ainda haja muitos militantes que «não estejam integrados na actividade partidária regular», sublinhou.
A resolução política aprovada realçava ainda o aumento do número de militantes a pagar a quota e o aumento progressivo do seu valor, bem como o crescimento na difusão da imprensa do Partido – tanto do Avante! como de O Militante.
Dificuldade não significa impossibilidade
Já na organização nas empresas e locais de trabalho, apesar de avanços verificados no último ano, foi onde menos se progrediu. As profundas alterações no aparelho produtivo e a precariedade contribuem para explicar as dificuldades. «Mas esta realidade não explica tudo», realçou Octávio Augusto, afirmando subsistirem «por parte de muitos camaradas e organizações incompreensões quanto à importância estratégica da existência de organizações do Partido nas empresas». E se é difícil, hoje, levar propaganda do Partido para dentro das empresas, mais o era antes do 25 de Abril, realçou o membro da Comissão Política.
Mas também nesta área há avanços, salientou Octávio Augusto. «O trabalho continuado que tem vindo a ser feito junto das empresas e zonas prioritárias, através da distribuição de propaganda, da recolha de assinaturas, da venda regular do Avante!, está a dar os seus frutos na aproximação e simpatia de muitos trabalhadores para com o Partido.» Actualmente, em muitas empresas e escolas, vende-se, por vezes em pouco tempo, 20 ou 30 exemplares do Avante!, realçou.
«É preciso, sobretudo, avançar com medidas concretas», afirmou o dirigente do Partido. Assim, os membros eleitos para o executivo da Direcção Regional passam a ter à sua directa responsabilidade as principais empresas e sectores profissionais e aí «prestarão contas desta tarefa».
Na resolução, aponta-se a organização do Partido nas empresas e locais de trabalho como «a principal prioridade entre a prioridade que é o reforço da organização». Nos próximos anos, a organização regional trabalhará para criar células em importantes empresas como a João de Deus, Mitsubishi, Robert Bosch, Sonae Carnes, Renova, Compal, Tegael e Grupo Amorim, entre outras. O sector ferroviário deve merecer também uma especial atenção.
O distrito está mais pobre
>Conhecer a realidade
Não só da organização do Partido se falou na VIII Assembleia da Organização Regional de Santarém do PCP. A situação social actual do distrito esteve também em realce. Na preparação da Conferência Nacional sobre Questões Económicas e Sociais, o PCP realizou em Santarém um encontro distrital que abordou variadas questões relacionadas com a situação económica e social do distrito.
À semelhança do resto do País, os principais problemas do distrito de Santarém são o desemprego, a precariedade, os baixos salários, a exploração intensa e a injusta repartição da riqueza. E se o desemprego atinge já 14 mil trabalhadores (4 mil de longa duração), a precariedade afecta já 26 mil trabalhadores. Os jovens representam já 41 por cento do total dos trabalhadores precários no distrito.
Os ganhos médios mensais dos trabalhadores do sector privado foram, em 2005, no distrito de Santarém, entre cerca de 615 euros (em Ferreira do Zêzere) e 868 euros (em Benavente). Ou seja, tudo valores bastante abaixo da média nacional, que rondava então os 907 euros. Quanto às mulheres, ganham entre 12 a 15 por cento a menos do que os homens.
No que respeita aos subsídios, as coisas não são muito diferentes. As pensões médias variam entre os 262 euros mensais em Ferreira do Zêzere e 434 euros no Entroncamento. No subsídio de desemprego, a variação é entre 197 euros na Chamusca e os 342 euros no Entroncamento. Também neste subsídio as mulheres surgem muito distantes dos homens.
Ligado a isto está o poder de compra concelhio. Em 2005, este era inferior à média nacional em praticamente todos os concelhos do distrito, à excepção de Benavente e do Entroncamento. Em Alcanena, Barquinha, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Ferreira do Zêzere, Mação e Ourém é «particularmente baixo», afirmava a Resolução Política. Entre os 56 e os 75 por cento dessa mesma média.
Na agricultura, manteve-se a tendência de desaparecimento de explorações agrícolas, em particular daquelas com menos de 5 hectares. A indústria transformadora manteve a tendência de diminuição do emprego criado, em particular nos sectores tradicionais – alimentar, têxtil, curtumes, madeira e cortiça, material de transporte.
Retrato breve
O Partido conta, em Santarém, com 2395 militantes com a ficha actualizada. Contudo, restam 3663 situações por esclarecer, pelo que o número de militantes poderá ser, efectivamente, bastante superior.
O número de operários industriais aumentou, tanto em percentagem (30,1 por cento em 2007), como em valores absolutos. Também o número de operários agrícolas aumentou (19 por cento em 2007), ficando este aumento a dever-se fundamentalmente à actualização do ficheiro. Os empregados representam 22,5 por cento do total dos membros do Partido com ficha actualizada. Se este valor representa, em termos relativos, uma quebra ligeira, em termos absolutos salda-se por um aumento.
Segundo dados do balanço de organização relativos a 2007, existem no distrito 50 organismos do Partido, incluindo a Direcção da Organização Regional.
Ao nível eleitoral, ocorreram cinco actos eleitorais desde a realização da 7.ª assembleia. Os resultados foram «globalmente positivos», consideram os comunistas. Nas eleições legislativas de Março de 2005, a CDU subiu mais de mil votos e elegeu um deputado. Nas Presidenciais de 2006, apesar da maior abstenção verificada, a candidatura comunista obteve mais 1800 votos do que conseguira a CDU nas Legislativas.
Nas eleições autárquicas, a CDU concorreu a todas as câmaras e assembleias municipais do distrito, tendo obtido 22 mandatos nas câmaras (mais 1 que em 2001) e 76 nas assembleias (mais 5 que nas anteriores). As três maiorias que detinha em câmaras municipais – Benavente, Chamusca e Constança – foram mantidas, todas absolutas.
Nessas eleições, a CDU concorreu a 151 assembleias de freguesia, mais 5 do que em 2001.
No referendo sobre Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, que se saldou numa vitória do «Sim», os comunistas realçam que o «Não» apenas venceu em dois concelhos e que a vitória do «Sim» foi particularmente expressiva nos concelhos e freguesias de maior influência do PCP.