O silêncio e o silenciamento
Há quem não precise de dizer nada para ser notícia. Assim parece ser o caso do PSD que decidiu hibernar durante os últimos meses, apostando numa estratégia de comunicação em que a presidente desse partido se mantém calada.
Sabemos que a causa primeira das dificuldades do PSD, cuja expressão mais evidente é a permanente luta interna pelo poder, reside precisamente naquele facto, tantas vezes evidenciado por nós, de que o PS faz hoje a política (de direita) que PSD gostaria de realizar, mas não pode. Política (de direita) da qual o PSD não consegue distanciar-se, pelo que o melhor é andar caladinho e deixar passar a caravana das desigualdades, das injustiças, da exploração e esperar pela melhor oportunidade, lá para diante quando o capital mudar a agulha.
Quem julgue que tal decisão implicou um qualquer apagamento mediático deste partido que se desiluda. O «silêncio» de Ferreira Leite tem sido o mote para que rádios, jornais e televisões se multipliquem em análises e comentários, entrevistas e longos artigos de opinião, onde proeminentes figuras da constelação laranja, e não só, se pronunciam sobre a coisa.
Mas os mesmos critérios jornalísticos que promovem quem nada disse servem para silenciar as posições, as iniciativas e a intervenção política de quem tem muito para dizer ao país. Em menos de dez dias o PCP lançou uma campanha nacional contra o código do trabalho, pelo combate à precariedade e pela elevação dos salários; realizou três conferências de imprensa sobre o programa da Festa do Avante! e questões de inegável actualidade, nomeadamente os problemas de segurança interna e a abertura do ano lectivo; e o secretário-geral do PCP dirigiu-se numa jornada de trabalho a mais de mil construtores da Festa do Avante! - uma iniciativa que só por si, juntou mais gente do que todas as «Universidades de Verão», acampamentos e comícios da chamada «rentrée» de todos os outros partidos – sem que nenhuma, repito, nenhuma, das três televisões tenha estado presente.
Falta de oportunidade política dos temas? Ausência de propostas ou soluções? Iniciativas pindéricas para meia dúzia na assistência? Não. Foi censura. Uma censura feita, como a que se faz nos dias de hoje: umas breves aparições aqui e acolá, para disfarçar o permanente silenciamento da nossa acção e iniciativa política.
Sabemos que a causa primeira das dificuldades do PSD, cuja expressão mais evidente é a permanente luta interna pelo poder, reside precisamente naquele facto, tantas vezes evidenciado por nós, de que o PS faz hoje a política (de direita) que PSD gostaria de realizar, mas não pode. Política (de direita) da qual o PSD não consegue distanciar-se, pelo que o melhor é andar caladinho e deixar passar a caravana das desigualdades, das injustiças, da exploração e esperar pela melhor oportunidade, lá para diante quando o capital mudar a agulha.
Quem julgue que tal decisão implicou um qualquer apagamento mediático deste partido que se desiluda. O «silêncio» de Ferreira Leite tem sido o mote para que rádios, jornais e televisões se multipliquem em análises e comentários, entrevistas e longos artigos de opinião, onde proeminentes figuras da constelação laranja, e não só, se pronunciam sobre a coisa.
Mas os mesmos critérios jornalísticos que promovem quem nada disse servem para silenciar as posições, as iniciativas e a intervenção política de quem tem muito para dizer ao país. Em menos de dez dias o PCP lançou uma campanha nacional contra o código do trabalho, pelo combate à precariedade e pela elevação dos salários; realizou três conferências de imprensa sobre o programa da Festa do Avante! e questões de inegável actualidade, nomeadamente os problemas de segurança interna e a abertura do ano lectivo; e o secretário-geral do PCP dirigiu-se numa jornada de trabalho a mais de mil construtores da Festa do Avante! - uma iniciativa que só por si, juntou mais gente do que todas as «Universidades de Verão», acampamentos e comícios da chamada «rentrée» de todos os outros partidos – sem que nenhuma, repito, nenhuma, das três televisões tenha estado presente.
Falta de oportunidade política dos temas? Ausência de propostas ou soluções? Iniciativas pindéricas para meia dúzia na assistência? Não. Foi censura. Uma censura feita, como a que se faz nos dias de hoje: umas breves aparições aqui e acolá, para disfarçar o permanente silenciamento da nossa acção e iniciativa política.