Crise dos têxteis tem causas e responsáveis
O PCP está a distribuir aos operários têxteis de Barcelos um comunicado onde expressa a sua solidariedade para com estes trabalhadores, que vivem uma situação económica e social difícil.
No documento, a Comissão Concelhia local do Partido revela algumas das exigências centrais do PCP quanto à situação que se vive no sector. O pagamento das indemnizações aos trabalhadores vítimas de despedimentos colectivos, a regularização dos salários e subsídios em atraso, a melhoria das condições de trabalho, a criação de emprego efectivo, e consequente fim da precariedade, e o aumento dos salários são algumas das mais importantes.
Para além de ter causas, a crise do sector têxtil tem também responsáveis, afirma o PCP, num documento mais extenso produzido pela Comissão Concelhia. «A má gestão, descapitalização das empresas e utilização dos apoios comunitários para outros fins, foi o contributo que muitos empresários deram para a falência de muitas empresas», destacam os comunistas de Barcelos.
Mas as políticas de direita dos sucessivos governos jogaram também o seu papel decisivo: não foram tomadas medidas na União Europeia para minimizar as consequências para os têxteis nacionais da adesão da China à Organização Mundial do Comércio. A falta de iniciativa do Governo para o desencadeamento das cláusulas de salvaguarda, proposto pelo PCP, e a não tomadas de medidas para defender o mercado nacional e a competitividade das empresas portuguesas face à valorização do euro, aos elevados custos de energia, telecomunicações ou transportes (mais elevados do que na generalidade dos países concorrentes) foram factores decisivos para a situação que actualmente se vive.
Também a má utilização de muitos fundos comunitários destinados ao sector constituiu, para os comunistas, um factor de peso para a crise do têxtil. Em alguns casos, esses fundos foram desviados para «fins alheios ao têxtil». Da Iniciativa Retex, por exemplo, saíram cerca de «1,4 milhões de contos para 58 projectos de Empresas Exportadoras de Vinho do Porto e mais de 1,6 milhões de contos para 43 empresas (da cortiça) pertença do Grupo Amorim», acusam os comunistas.
«Este parte, aquele parte...»
A estes problemas vieram-se somar, nos últimos anos, as consequências da política de direita do Governo do PS. A perda de poder de compra dos trabalhadores e as dificuldades com que se deparam as micro, pequenas e médias empresas contam-se entre estas consequências. A política fiscal em Portugal é «altamente penalizadora» para estas empresas, com uma taxa de IVA muito superior à praticada em Espanha. Isto atinge a «competitividade do tecido económico nacional», consideram os comunistas.
Actualmente, nos vales do Cávado e do Ave há cerca de 50 mil desempregados. Destes, 70 por cento estão em situação de desemprego de longa duração. Nos últimos 3 anos, revela o PCP, emigraram para Galiza cerca de 10 mil trabalhadores e este ano (segundo dados da União de Sindicatos de Braga/CGTP-IN) foram já 11 mil trabalhadores a rumar a essa região. O número de trabalhadores emigrados na Galiza passou de 40 para 51 mil.
Apesar disto, diminuiu o investimento público na região. Entre 2005 e 2008, a redução das verbas atribuídas em PIDDAC foi de 66 por cento.
Os baixos salários são também um problema central. No primeiro semestre de 2007, a remuneração média mensal era de 604 euros – o segundo valor mais baixo no País, a nível distrital. A pensão média é de 316 euros (para 359 de média nacional).
No documento, a Comissão Concelhia local do Partido revela algumas das exigências centrais do PCP quanto à situação que se vive no sector. O pagamento das indemnizações aos trabalhadores vítimas de despedimentos colectivos, a regularização dos salários e subsídios em atraso, a melhoria das condições de trabalho, a criação de emprego efectivo, e consequente fim da precariedade, e o aumento dos salários são algumas das mais importantes.
Para além de ter causas, a crise do sector têxtil tem também responsáveis, afirma o PCP, num documento mais extenso produzido pela Comissão Concelhia. «A má gestão, descapitalização das empresas e utilização dos apoios comunitários para outros fins, foi o contributo que muitos empresários deram para a falência de muitas empresas», destacam os comunistas de Barcelos.
Mas as políticas de direita dos sucessivos governos jogaram também o seu papel decisivo: não foram tomadas medidas na União Europeia para minimizar as consequências para os têxteis nacionais da adesão da China à Organização Mundial do Comércio. A falta de iniciativa do Governo para o desencadeamento das cláusulas de salvaguarda, proposto pelo PCP, e a não tomadas de medidas para defender o mercado nacional e a competitividade das empresas portuguesas face à valorização do euro, aos elevados custos de energia, telecomunicações ou transportes (mais elevados do que na generalidade dos países concorrentes) foram factores decisivos para a situação que actualmente se vive.
Também a má utilização de muitos fundos comunitários destinados ao sector constituiu, para os comunistas, um factor de peso para a crise do têxtil. Em alguns casos, esses fundos foram desviados para «fins alheios ao têxtil». Da Iniciativa Retex, por exemplo, saíram cerca de «1,4 milhões de contos para 58 projectos de Empresas Exportadoras de Vinho do Porto e mais de 1,6 milhões de contos para 43 empresas (da cortiça) pertença do Grupo Amorim», acusam os comunistas.
«Este parte, aquele parte...»
A estes problemas vieram-se somar, nos últimos anos, as consequências da política de direita do Governo do PS. A perda de poder de compra dos trabalhadores e as dificuldades com que se deparam as micro, pequenas e médias empresas contam-se entre estas consequências. A política fiscal em Portugal é «altamente penalizadora» para estas empresas, com uma taxa de IVA muito superior à praticada em Espanha. Isto atinge a «competitividade do tecido económico nacional», consideram os comunistas.
Actualmente, nos vales do Cávado e do Ave há cerca de 50 mil desempregados. Destes, 70 por cento estão em situação de desemprego de longa duração. Nos últimos 3 anos, revela o PCP, emigraram para Galiza cerca de 10 mil trabalhadores e este ano (segundo dados da União de Sindicatos de Braga/CGTP-IN) foram já 11 mil trabalhadores a rumar a essa região. O número de trabalhadores emigrados na Galiza passou de 40 para 51 mil.
Apesar disto, diminuiu o investimento público na região. Entre 2005 e 2008, a redução das verbas atribuídas em PIDDAC foi de 66 por cento.
Os baixos salários são também um problema central. No primeiro semestre de 2007, a remuneração média mensal era de 604 euros – o segundo valor mais baixo no País, a nível distrital. A pensão média é de 316 euros (para 359 de média nacional).