
- Nº 1844 (2009/04/2)
Moda desinserida
Breves Trabalhadores
O «plano de apoio ao desenvolvimento das indústrias da moda», orçado em 850 milhões de euros e anunciado dia 24 de Março pelo Governo e algumas associações patronais do sector, «surge desinserido de um processo de diálogo social, iniciado em Dezembro passado, e marginaliza associações sindicais e algumas das próprias associações patronais», criticou a CGTP-IN. Numa nota divulgada dia 25, a central recorda que o grupo de trabalho tripartido, criado em Dezembro, teve a última reunião a 2 de Março e «esperava-se que o passo seguinte seria a discussão das medidas que o Governo levaria a cabo». Só que, através da sua federação no sector têxtil, vestuário e calçado (a Fesete), a CGTP-IN foi «surpreendida com o anúncio do plano», o qual, «em parte substancial do seu conteúdo, reproduz, como se de algo de novo se tratasse, medidas que já antes tinham sido aprovadas, como a subsidiação de salários».
Para a central, «esta não é a forma mais adequada de responder a agudos problemas económicos e sociais» e «representa um simulacro e instrumentalização do diálogo social». A prioridade deveria ser, não a suspensão de contratos de trabalho, mas a manutenção do emprego. A formação não pode ser uma formalidade para justificar apoios públicos. E, por fim, a Intersindical discorda da utilização de financiamentos da Segurança Social para subsidiar salários, um custo que, a ocorrer, deve ser suportado pelo Orçamento do Estado.