- Nº 1844 (2009/04/2)

Cortiça descomplicada

Breves Trabalhadores

Milhões para os patrões e «conversa da treta» para os trabalhadores, foi o que decidiu mais uma vez o Governo, mostrando de que lado está, comentou a União dos Sindicatos de Aveiro, reagindo ao anúncio do «plano de apoio à indústria da cortiça». Como explicou a USA/CGTP-IN, o primeiro-ministro recebeu, a 21 de Fevereiro, representantes sindicais e patronais. Ao relatório apresentado pela união e à sua proposta de criação de um observatório da situação social no distrito, o Governo nada respondeu, «não obstante esta proposta ter sido assumida por todos (primeiro-ministro, ministros do Trabalho e da Economia, e Governador Civil)». Mas a Apcor (associação patronal da cortiça) pôde ser recebida diversas vezes e gizar medidas que «deixaram o patronato literalmente extasiado». «Depois, ainda reagem como donzelas ofendidas, quando os trabalhadores, no exercício do direito à indignação, se manifestam com as palavras certas», comenta a USA.
O plano assinado por Manuel Pinho, José Sócrates e António Amorim (presidente da Apcor e do grupo Corticeira Amorim) no dia 26 de Março, prevê apoios às empresas, no valor global de 180 milhões de euros, entre os quais se inclui uma linha de crédito de 100 milhões. «Não foi preciso fazer nenhum estudo, nem nenhuma análise complicada, foi só usar o bom-senso», disse aos jornalistas o ministro da Economia, acerca da celeridade com que foi montado o plano.