Dor de dentes
Depois do célebre e triste episódio em que, por decisão do Governo, uma empresa tratou de simular uma sala de aulas para que Sócrates e outros ministros dessem azo à sua propaganda, e uma semana depois de ter vindo a público a utilização de imagens recolhidas e pagas pelo Ministério da Educação num Tempo de Antena do PS, exibindo de forma abundante crianças embevecidas com o computador Magalhães, eis que, nesta última terça-feira, a cena quase que se repete com a distribuição a uns quantos petizes do chamado cheque-dentista.
A aparição, feita a pensar nos telejornais da noite, continha todos os ingredientes com que diariamente é servida a propaganda do Governo PS: o oportunismo de quem procura captar a atenção de uma população a quem é negado o acesso à saúde; a mentira de quem sabe que, tal como noutras medidas anunciadas, o seu impacto é minúsculo e que não resolverá problema algum; a demagogia de quem à boleia da iniciativa aproveita a ocasião para mais uma vez enaltecer as virtudes dos sistemas privados de saúde; o sentido de classe de quem, num quadro de rápido agravamento da situação económica e social, vai distribuindo umas migalhas pelos que menos têm e menos podem, ao mesmo tempo que persiste na política de favorecimento do grande capital; e a falta de vergonha de quem não tem não sente o mínimo escrúpulo em usar e abusar da utilização de imagens de crianças para daí tirar proveito político.
Semeando ilusões, escondendo responsabilidades, fingindo ignorar o sentido trágico da política injusta que desenvolve, o Governo não olha a meios para enganar os trabalhadores e o povo, na esperança de impedir o crescente isolamento e rejeição da sua política, de preferência já nas próximas eleições de 7 de Junho. Será pois de esperar a intensificação destas e outras acções, sejam as que o Governo promove em seu nome, sejam as que são projectadas por outros – como é o caso das variadíssimas sondagens – destinadas a fazer perdurar a política de direita.
Como sabemos, nem as criancinhas nem os trabalhadores nem o povo nem o País precisam de um qualquer «cheque-dentista». Precisam, sim, de soluções reais para os seus problemas, de uma ruptura com estas políticas, de uma outra política que só com o reforço do PCP e da CDU, só com a sua luta, poderá ser concretizada. Esta prolongada e aguda dor de dentes que o País tem não requer outro tratamento que não seja o de arrancar o mal pela raiz.
A aparição, feita a pensar nos telejornais da noite, continha todos os ingredientes com que diariamente é servida a propaganda do Governo PS: o oportunismo de quem procura captar a atenção de uma população a quem é negado o acesso à saúde; a mentira de quem sabe que, tal como noutras medidas anunciadas, o seu impacto é minúsculo e que não resolverá problema algum; a demagogia de quem à boleia da iniciativa aproveita a ocasião para mais uma vez enaltecer as virtudes dos sistemas privados de saúde; o sentido de classe de quem, num quadro de rápido agravamento da situação económica e social, vai distribuindo umas migalhas pelos que menos têm e menos podem, ao mesmo tempo que persiste na política de favorecimento do grande capital; e a falta de vergonha de quem não tem não sente o mínimo escrúpulo em usar e abusar da utilização de imagens de crianças para daí tirar proveito político.
Semeando ilusões, escondendo responsabilidades, fingindo ignorar o sentido trágico da política injusta que desenvolve, o Governo não olha a meios para enganar os trabalhadores e o povo, na esperança de impedir o crescente isolamento e rejeição da sua política, de preferência já nas próximas eleições de 7 de Junho. Será pois de esperar a intensificação destas e outras acções, sejam as que o Governo promove em seu nome, sejam as que são projectadas por outros – como é o caso das variadíssimas sondagens – destinadas a fazer perdurar a política de direita.
Como sabemos, nem as criancinhas nem os trabalhadores nem o povo nem o País precisam de um qualquer «cheque-dentista». Precisam, sim, de soluções reais para os seus problemas, de uma ruptura com estas políticas, de uma outra política que só com o reforço do PCP e da CDU, só com a sua luta, poderá ser concretizada. Esta prolongada e aguda dor de dentes que o País tem não requer outro tratamento que não seja o de arrancar o mal pela raiz.