Entre as modalidades que mobilizam um maior número de participantes, assumindo ao mesmo tempo um importante papel na promoção e divulgação da Festa, estão seguramente os tradicionais jogos da malha, nas suas diferentes versões de malha pequena, malha grande e malha corrida.
Com o seu cunho genuinamente popular, tão querido do nosso povo, este é um jogo cuja presença se tornou obrigatória na Festa desde que nela se inscrevem actividades desportivas.
É aqui, na Atalaia, que se jogam as derradeiras etapas dos torneios de apuramento realizados em concelhos da Margem Sul e que este ano mobilizaram no total (incluindo as provas de malha grande e malha corrida) qualquer coisa como 976 participantes, 384 dos quais mulheres.
Números extraordinários que dizem bem do poder de atracção destes jogos que, ao contrário do que poderia pensar-se, não estão condenados a desaparecer antes, bem pelo contrário, dão sinais de vitalidade indiciadores de um futuro promissor.
Quem passou pelo magnífico espaço onde se desenrolaram as provas – área arborizada em posição privilegiada encimando um dos relevos da Atalaia, com o Tejo em fundo – pôde comprovar, com efeito, como parece estar a crescer o interesse dos jovens pela modalidade, o que dá confiança e é uma garantia de futuro.
É que este é um jogo praticado ao ar livre, relaxante, que convida a um salutar convívio, onde a exigência maior parece situar-se no poder de concentração, olho bem vivo e mão firme e certeira.
A essa conclusão chegou o repórter a partir das breves impressões que recolheu aqui e ali e essa é também a opinião avalizada de Laura Faria e de Antónia Félix, ambas de 70 anos, do Clube Pinhal de Frades, Seixal, que se sagraram vencedoras na categoria de malha tradicional feminina. Apesar de praticantes há relativamente pouco tempo – no primeiro caso há quatro e no segundo há apenas dois anos –, o certo é que revelaram uma especial aptidão e destreza no domínio da malha, facto que não as deixa envaidecer já que o mais importante e que valorizam, como sublinharam ao Avante!, é o «gosto pelo convívio».
E porque a Festa é um espaço onde dizem sentir-se bem, garantiram-nos que «para o ano» lá estarão «de novo».
Com essa certeza ficámos também da conversa com alguns dos membros da Associação de Amizade Arroteense, de Alhos Vedros, colectividade que este ano (todos os anos é uma diferente, em sistema rotativo) compartilhou com a Comissão de Desporto da Festa do Avante! a organização do torneio de malha tradicional, que se desenrolou desde Julho ao longo de seis jornadas, com a participação de seis equipas, num total de 600 participantes.
Fazendo «um balanço muito positivo» do torneio, sublinham, como aspectos particulares, a «boa adesão das pessoas», considerando simultaneamente que o mesmo é um «exemplo da boa cooperação existente entre a Festa e as colectividades».