
- Nº 1867 (2009/09/10)
Novas e actuais gerações de trabalhadores
Cumpra-se os direitos!
Festa do Avante!
Hoje em dia a direita já não fala em direitos da juventude mas em «privilégios e regalias», acusou Rita Rato, no debate sobre «Novas gerações – gerações sem direitos». A verdade, lembra, é que as novas gerações têm direitos e eles estão consagrados na Constituição, só que os sucessivos governos do PSD e PS não os cumprem e recorrem a tudo na tentativa de os destruir. Parecem esquecer que «ao desferirem estes ataques, estão a pôr em causa o futuro do País». As alterações ao Código do Trabalho, os contratos a prazo, os recibos verdes, o congelamento da contratação colectiva de trabalho, são meios usados para negar direitos aos trabalhadores e particularmente à juventude, que se está a tornar de facto numa geração sem direitos.
Também para Valter Loios, só através do emprego com direitos o País pode avançar. Não com a precariedade generalizada, que afecta já um milhão e 200 mil trabalhadores, a maioria dos quais jovens, mais de 20% dos quais vivem no limiar da pobreza, sem perspectivas de vida, sem acesso à habitação, sem poderem constituir família.
Manuel Coelho, presente também neste debate, acusou o Estado de desresponsabilização das suas competências em matéria social, o que tem levado à adulteração do regime político. De facto, afirmou por sua vez Paulo Raimundo, se há gerações com direitos são as novas gerações, nascidas já com esses direitos consagrados. Não são cumpridos, é certo, logo é preciso lutar para que o sejam.
Afirmações idênticas foram proferidas no debate «Contra a crise e a exploração, melhores salários, defesa dos direitos», onde João Silva denunciou a diminuição dos salários reais que se tem vindo a verificar e que, segundo dados do ano passado, atingirá já os 8 por cento.
Da falta de direitos queixam-se também Ana Pires e Esmeralda Marques, jovens trabalhadoras respectivamente do comércio e da indústria metalúrgica. Ana Pires diz mesmo que hoje há trabalhos, como os dos call-centers, que são autênticas «praças de jorna». Já Esmeralda Marques fala da discriminação de que as mulheres continuam a ser vítimas e acusa: «Dizem que “O país está a ficar velho” mas eu pergunto que políticas estão a ser praticadas para o rejuvenescer».
MF