Irlanda

«Sim» perde terreno

Os apoiantes do «Sim» ao tratado de Lisboa na Irlanda estão a diminuir, enquanto que o «Não» sobe, bem como o número de indecisos, segundo revelou a última sondagem realizada pela Irish Times/​TNS MRBI.

A cam­panha pelo «Não» ganha apoio na Ir­landa

O inquérito de opinião continua a atribuir um apoio maioritário ao tratado (46%), mas indica uma «alarmante» perda de oito pontos nas intenções favoráveis ao «Sim», em relação ao estudo anterior realizado em Maio.
Pelo contrário, o «Não» progrediu um ponto percentual (29%), ao mesmo tempo que o número de indecisos disparou sete pontos (25%). A sondagem regista ainda que 91 por cento dos inquiridos favoráveis ao «Sim» admitem alterar o sentido do seu voto, disposição que nos apoiantes do «Não» foi manifestada apenas por 70 por cento das respostas.
Outros resultados da sondagem fornecem motivos acrescidos de preocupação aos principais partidos, em especial ao Fianna Fáil e aos Verdes, que formam a coligação de governo.

Mai­oria de­seja mu­dança de go­verno

As respostas obtidas mostram que 75 por cento dos irlandeses desejam uma mudança de governo. O índice de satisfação caiu para 11 por cento e 85 por cento declaram-se insatisfeitos com a governação.
Neste quadro, não surpreende que o índice de popularidade do primeiro-ministro, Brian Cohen, se fique por uns magros 15 por cento, muito abaixo, por exemplo, da popularidade do líder do Sinn Féin, Gerry Adams, que recolhe 28 por cento, apesar de o seu partido ter apenas dez por cento das intenções de voto.
Os analistas consideram que a impopularidade do governo se deve à criação da Agência NAMA, entidade estatal que concentrará os activos tóxicos libertando a banca desse peso, às anunciadas restrições orçamentais, às decisões sobre política fiscal e também a decisão de convocar um segundo referendo sobre o tratado de Lisboa.
De resto, de acordo com a sondagem, se houvesse eleições legislativas, o maior partido do Governo, Fianna Fáil, não obteria mais do que 17 por cento dos votos, isto é, passaria para terceira força política, atrás dos democratas cristãos do Fine Gael (34%) e dos trabalhistas com 24 por cento.

Pre­si­dente «des­dra­ma­tiza»

Um sinal de que as coisas podem de facto mudar na Irlanda são as declarações do primeiro-ministro sueco, Fredrik Reinfeldt, cujo país ocupa actualmente a presidência rotativa da UE. Reinfeldt disse ao Irish Times (05.09) que um eventual segundo «não» ao tratado de Lisboa não seria dramático nem para a União Europeia nem para a Irlanda. «Um voto “Não” seria respeitado e o tratado de Nice continuaria a ser aplicado. Contrariamente a certas declarações abusivas dos partidários do “Sim”, o céu não tombaria sobre a cabeça dos irlandeses».
Sobre a tão falada falta de eficácia de uma Comissão Europeia com um representante de cada país, como agora sucede e que o tratado de Lisboa pretende alterar, Reinfeldt observou que é um debate que «deveremos retomar no futuro» em caso de novo alargamento, defendendo que para já a solução passa por assegurar «a cada país uma função eminente na UE». Até porque é sabido que o governo francês, por exemplo, é composto por 39 ministros e secretários de Estado, e ninguém se queixa de falta de operacionalidade no seu funcionamento. Os problemas são outros, como se sabe…


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