Limpeza ganha solidariedade

No Hos­pital de São José foi posto a circular no dia 8, sexta-feira, um abaixo-assinado, a expressar solidariedade para com os trabalhadores da limpeza e a repudiar as «atitudes discriminatórias» de que têm sido alvo.
A iniciativa, proposta a todos os profissionais do Centro Hospitalar Lisboa Central (que abrange igualmente os hospitais de Santa Marta e dos Capuchos), foi decidida no dia 5, pelas estruturas sindicais dos médicos, dos enfermeiros e da Função Pública no CHLC. Naquele primeiro dia foram recolhidas centenas de assinaturas.
No documento, sob os símbolos da Federação Nacional dos Médicos, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, começam por ser referidos quatro situações de discriminação do pessoal de limpeza «relativamente aos outros profissionais da instituição»:
- «Não têm acesso ao refeitório do Hospital, não tendo, em contrapartida, instalações minimamente condignas para poderem tomar as refeições»;
- «Estão impedidos de entrar no bar destinado aos funcionários do Hospital, quando todos os outros profissionais, incluindo de outras empresas com os trabalhadores a laborarem a tempo inteiro na instituição ou com contratos pontuais com a instituição (SUCH, Bombeiros, INEM, Polícia, Voluntariado, etc. podem aí aceder)»;
- «Estão impedidos de se sentarem às mesas no bar destinado ao público em geral»;
- «Este ano, no almoço de Natal dos funcionários, que decorreu no Hospital de São José, foram impedidos de participar, até terem saído todos os outros profissionais».
São igualmente apontados actos de discriminação por parte da empresa Iberlim, que tem actualmente o contrato para a prestação do serviço de limpeza no CHLC e à qual passaram a estar vinculados os trabalhadores desta área. Afirma-se, no abaixo-assinado, que:
- «os trabalhadores sindicalizados num dos sindicatos existentes para o sector, filiado na CGTP, auferem menor salário, são impedidos de efectuar trabalho aos fins-de-semana, que é melhor remunerado, são pressionados pela direcção e chefias da empresa para se dessindicalizarem»;
- «os delegados sindicais e trabalhadores que participaram nos piquetes de greve, em Maio e Julho, foram alvo de processos disciplinares e dias de suspensão»;
- «sempre que surge qualquer justa reivindicação ou exigência de cumprimento de normas legais ou contratuais, por parte dos trabalhadores, estes são ameaçados de despedimento, são alterados os horários ou retirados direitos consagrados nos seus contratos».

«Res­posta» da ad­mi­nis­tração

Do Conselho de Administração do CHLC, através do seu gabinete de Comunicação, recebemos uma «resposta» à notícia que publicámos na nossa edição N.º 1882, de 23 de Dezembro, sob o título «Hos­pital de São José - Lim­peza à parte». Na mensagem, de 28 de Dezembro, o CA do CHLC afirma, designadamente:
«A Festa de Natal no Hos­pital de S. José, que ocorreu no pas­sado dia 18 de De­zembro, re­a­lizou-se num es­paço com li­mi­ta­ções de ordem fí­sica. Con­si­de­rando que os Tra­ba­lha­dores com re­lação ju­rí­dica de em­prego di­recta com o CHLC es­tavam es­ti­mados em 1700, não seria exequível con­vidar os ou­tros co­la­bo­ra­dores para a mesma hora, o que im­pe­diria o normal con­vívio que uma festa com estas ca­rac­te­rís­ticas pre­tende al­cançar. Assim, e à se­me­lhança do já ocor­rido em anos an­te­ri­ores, con­si­derou-se que tais co­la­bo­ra­dores to­ma­riam a sua re­feição mais tarde.
Este cri­tério foi também usado re­la­ti­va­mente a ou­tros tra­ba­lha­dores que de­sem­pe­nham fun­ções ao abrigo de con­tratos de pres­tação de ser­viços.
O acesso ao Bar dos tra­ba­lha­dores do CHLC é re­gido por cri­té­rios se­me­lhantes.
No que diz res­peito ao Bar de acesso pú­blico, as con­di­ções de uti­li­zação e ex­plo­ração re­sultam de um Con­curso Pú­blico onde, na­tu­ral­mente, não está pre­vista ne­nhuma res­trição como a men­ci­o­nada pelo vosso Jornal, nem tal res­trição quanto à uti­li­zação de ca­deiras foi co­mu­ni­cada ao CHLC.
No final do mês de Maio, a em­presa IBERLIM, so­li­citou aos con­ces­si­o­ná­rios do ser­viço de ali­men­tação nos Hos­pi­tais do Centro (HSJ, HSAC e HSM) , or­ça­mento para a re­a­li­zação de um lanche aos seus tra­ba­lha­dores, sendo tal facto do co­nhe­ci­mento da Área Ho­te­leira no âm­bito das suas atri­bui­ções. A fi­na­li­dade deste lanche in­sere-se, como ou­tras ac­ções igual­mente re­fe­ridas na no­tícia, no âm­bito da re­lação la­boral exis­tente entre os tra­ba­lha­dores e a em­presa que os con­trata, a Iberlim.
Quanto às ins­ta­la­ções uti­li­zadas por estes fun­ci­o­ná­rios, apesar de re­co­nhe­ci­da­mente terem al­gumas li­mi­ta­ções, foram já ob­jecto de be­ne­fi­ci­a­ções


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