- Nº 1889 (2010/02/11)
Nas empresas de todo o País

Sempre ao lado dos trabalhadores

PCP
É para o contacto directo com os trabalhadores nas empresas que está a ser direccionada grande parte das acções da campanha nacional Com o PCP – Lutar contra as injustiças, exigir uma vida melhor.

Num comunicado distribuído aos trabalhadores da Rohde, a Comissão Concelhia de Santa Maria da Feira chama a atenção para o «escândalo» que constitui o novo «plano de viabilização» da empresa – que mais não é do que a «destruição pura e simples da Rohde». A ser implementado, o plano teria consequências dramáticas para os trabalhadores da empresa e para toda a comunidade feirense.
Os comunistas consideram que não se pode tirar outra conclusão de um «plano» que prevê, numa primeira fase, a venda dos bens da empresa e das suas máquinas, cujos valores têm sido subavaliados, para pagar aos credores (trabalhadores e não só). Em seguida, a laboração seria retomada com os restantes 150 postos de trabalho, «mas, pelos vistos, já sem quaisquer equipamentos nem infraestruturas».
Para o PCP, é inadmissível que uma empresa «desta envergadura, sendo o maior fabricante de calçado no País, com património considerável, maquinaria e mão-de-obra especializada, continue a ser desbaratada desta forma». O conluio entre a administração de insolvência, a multinacional e o Governo PS é «evidente». A «total indiferença» do Governo fica bem patente nas suas respostas evasivas aos sucessivos requerimentos apresentados pelo grupo parlamentar do PCP sobre o assunto.
O que a Rohde precisa é de um «verdadeiro plano de salvação que impeça a sua progressiva agonia e destruição», defende o PCP, que acrescenta a necessidade de investimentos na empresa – que cabe ao executivo decidir e à Caixa Geral de Depósitos concretizar. Os comunistas consideram que «se tiver apoio do Estado, se for dirigida para servir os interesses da economia nacional, com a intervenção dos trabalhadores no controlo da gestão, pode ser a médio prazo uma empresa rentável e em condições de cumprir os seus compromissos». Mas só a unidade e a luta dos trabalhadores pode salvaguardar direitos e postos de trabalho e salvar a empresa, alerta, por fim, o PCP.

Viabilizar a Oliva

Manifestando a sua solidariedade aos trabalhadores da Oliva, o PCP confia que a sua unidade e luta «ainda podem salvar a empresa e os postos de trabalho». Em nota da Comissão Concelhia de São João da Madeira, de dia 9, o PCP exige que o Governo aja rapidamente no sentido de garantir a laboração da empresa metalúrgica.
Da Assembleia de Credores, marcada para o dia 23, os comunistas reclamam a aprovação do estudo económico do administrador de insolvência, que demonstra que é possível viabilizar a empresa em pouco tempo. Mas para tal, lembram, é necessário o apoio do Estado, através da Caixa Geral de Depósitos ou de fundos especiais.
Na opinião do PCP, a administração tem demonstrado uma enorme «falta de empenhamento» na procura de soluções para a viabilização da empresa. «A forma abrupta como decidiu suspender a laboração, sem qualquer consideração pelos trabalhadores, faz duvidar da sua vontade de se envolver na procura de um futuro para a empresa.»
O sector metalúrgico, lembra o PCP, é «estratégico para qualquer país» e não se compreende que o Governo – tão rápido e generoso a apoiar os bancos – não seja capaz de disponibilizar as verbas, relativamente reduzidas, para manter a funcionar a Fundição Oliva.

Precariedade não é inevitável

No distrito de Leiria, brigadas de militantes do PCP contactaram, no dia 5, trabalhadores da ROCA, da Key-Plastics, do Hospital de Santo André, da Secil/CMP, empresas e locais de trabalho com elevados índices de precariedade. Nestes contactos, os militantes comunistas manifestaram a sua convicção de que a precariedade não é uma inevitabilidade. E reafirmaram a sua posição de que a um posto de trabalho permanente deve corresponder um vínculo efectivo.
Na segunda-feira, foi a vez dos trabalhadores da Sumol, em Pombal, e da Pivot Confecções, em Ansião. Neste último caso, permanecem os salários em atraso e muitos trabalhadores estão em casa, não se sabendo muito bem em que condições.