- Nº 1890 (2010/02/18)

Nem investimento nem crescimento

Assembleia da República

Uma das questões mais levantadas pela bancada comunista foi também a do crescimento e do investimento público, áreas que o Governo diz serem apostas suas neste orçamento. «O que eu digo é que este OE não diz nada do que vocês dizem que ele diz», sustentou o deputado Honório Novo, sublinhando irem longe os tempos em que o primeiro-ministro dizia que a pedra de toque que distinguia a esquerda da direita era o querer ou não querer investimento público. «Agora o que une o PS à direita, ao PSD e ao CDS, não é o aumento do investimento público, são os cortes no investimento público», acrescentou, demonstrando a afirmação com alguns números: «Ministério da Justiça, corte de 40 %; Ministério da Economia, corte de 80 % (de 566 milhões para 111 milhões); Ministério da Saúde, corte de 26%, (de 80 milhões para 59 milhões); Ministério do Trabalho, corte de 37% (de 82 milhões para 51 milhões)».
Perante estes números, para o PCP, este não é, pois, um OE que aposte no investimento público ou no crescimento. É uma aposta, sim, na rota de «divergência com a média comunitária e na rota de continuidade do aumento e reforço da dependência externa do nosso País».