Multimilionários russos disparam

Capital acumula

As consequências da crise capitalista não atingem todos, como nos quer vender a ideologia burguesa, procurando, dessa forma, promover a aceitação pacífica do aumento da exploração sobre quem trabalha. Há os que, no actual contexto, continuam a acumular fortuna.

Os dez mai­ores mag­natas russos du­pli­caram a sua for­tuna em 2009

É o caso dos multimilionários russos que, durante o ano de 2009, quase duplicaram o seu número, passando de 49 indivíduos, em 2008, para 77 no ano passado. Entre estes estão 16 deputados eleitos pelo partido Rússia Unida e dois pelo homólogo Rússia Justa.
No total, segundo informações divulgadas pela revista Fi­nans, os dez homens mais ricos do país controlam qualquer coisa como 140 mil milhões de dólares, cifra que confirma que, no espaço de 365 dias, aquele punhado magnatas duplicou a fortuna que estava nas suas mãos.
No topo dos multimilionários aparece Vladimir Lisin, descrito como um «empresário discreto» da província de Lipetsk, situada 500 quilómetros a Sul da capital, Moscovo. Mais que duplicando o seu pecúlio de 7,7 mil milhões para 18,8 mil milhões de dólares, Lisin superou os conhecidos Mikhail Prokhorov, cuja fortuna passou de 14,1 para 17,84 mil milhões de dólares, e Roman Abramovich, que passou de 13,9 para 17 mil milhões de dólares.
Entre a dezena de magnatas existem, porém, outros «duplicadores» de riqueza durante o ano de 2009. Suleiman Kerimov passou de 7,5 mil milhões de dólares para 14,50 mil milhões; Mikhail Fridman, de 6,1 mil milhões para 14,3 mil milhões; Oleg Deripaska, de 4,9 mil milhões para 13,8 mil milhões; Alisher Usmanov, de 4,5 mil milhões para 12,4 mil milhões; Vaguit Alekperov, de 7,6 mil milhões para 10,65 mil milhões; Alexei Mordashov, de 4,1 mil milhões para 10 mil milhões; e Vladimir Potanin, de 5 mil milhões para 9,95 mil milhões.

Tra­ba­lha­dores pagam a fac­tura

Na base da acumulação de riqueza registada em 2009 está o pagamento de salários miseráveis, por exemplo, na indústria petrolífera – mas também na exploração de metais preciosos como o ouro, a platina ou a prata, ou a extracção de minério de ferro, sectores nos quais os lucros foram vorazes fruto da valorização daqueles bens no mercado internacional -, onde a força de trabalho custa até seis vezes menos que no maior país exportador de hidrocarbonetos da Europa Ocidental, a Noruega.
Por outro lado, na Rússia, os salários estão congelados desde 2008 e centenas de milhares de trabalhadores são credores de remuneração junto das respectivas empresas. Aos salários em atraso como factor de acumulação de capital, juntam-se os baixos impostos pagos pela grande burguesia possidente. Em média, o Estado cobra um imposto de nove por cento sobre as grandes fortunas, ao passo que os trabalhadores que recebem o salário mínimo vêem descontado pelo fisco 13 por cento do salário.
Acresce que, a pretexto da crise, o governo russo impôs cortes drásticos nas prestações sociais e nos orçamentos da saúde, educação, previdência e auxílio ao desemprego.
De acordo com estatísticas oficiais, na Rússia os 10 por cento mais ricos acumulam rendimentos 60 vezes superiores aos 10 por cento mais pobres.

So­ci­a­lismo rou­bado

Vladimir Lisin fez fortuna à custa do saque de forças produtivas que, antes da derrota do Socialismo na URSS, eram propriedade do Estado.
O agora complexo industrial NLMK (metalurgia), propriedade de Lisin, foi criado em 1934 com o nome de Fá­brica Me­ta­lúr­gica No­vo­li­petsk. A unidade pioneira empregava 50 mil pessoas, entre cientistas, engenheiros e operários altamente qualificados, e era motivo de orgulho dos povos soviéticos.
Os salários pagos aos operários enquanto a empresa se manteve propriedade social era mais do que suficiente para as despesas das respectivas famílias, ao que acresce o direito a casa, assistência médica ou colónia de férias. Hoje, a NLMK emprega menos de 31 mil pessoas. O investimento na infraestrutura é mínimo.
Do ponto de vista da comunidade em que se insere a companhia, a província de Lipetsk passou rapidamente de um su­pe­ravit para uma situação de défice. Em 2009, 75 escolas foram encerradas em todo o território.


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