Luta na Somincor

PCP solidário com mineiros

O PCP expressou o seu apoio e activa solidariedade para com os trabalhadores da Sociedade Mineira de Neves-Corvo (Somincor) e acusou a administração de arrogância e prepotência, atitude esta que não é alheia à «postura cúmplice a subserviente do Governo PS».

Luta dos mineiros é justa

Em causa está a luta dos mineiros que há mais de um mês exigem o cumprimento pela administração de condições que ela própria instituiu, concretamente o pagamento especial do trabalho efectuado no dia 4 de Dezembro, dia de Santa Bárbara, e o aumento em cerca de três euros diários do subsídio de fundo, que lhes é devido pela dureza do seu trabalho e exposição a riscos permanentes.
Para o deputado comunista José Soeiro, que levou o assunto a plenário na passada semana em declaração política proferida em nome da sua bancada, esta é uma luta justa, porquanto, assinalou, visa «uma melhor distribuição da riqueza por aqueles que efectivamente a produzem» e, nessa medida, é também uma luta «por mais e melhor justiça social».
Tanto mais que, considerou, tem-se vindo a assistir ao contínuo acumular de «escandalosos lucros» da Somincor obtidos à custa da exploração dos mineiros e da «lavra gananciosa», com a «cumplicidade de sucessivos governos».

No segredo dos deuses

O que levou José Soeiro a voltar a pôr em xeque os termos em que se realizou a transferência de propriedade das Pirites Alentejanas para a multinacional Lundin Mining, hoje proprietária da Somincor, através de uma compra sem concurso, em condições ocultas acordadas com os governos do PS.
«A tal empresa que o senhor primeiro-ministro enalteceu como exemplo de um bom investimento, investimento estrangeiro modelar e de sucesso, seis meses depois de tão notável discurso, despediu de forma selvagem, com o conhecimento e cumplicidade do Governo, mais de 700 trabalhadores das < i>Pirites Alentejanas, mantendo no entanto na sua posse a super lucrativa Somincor», sublinhou José Soeiro.
E acusou o ex-ministro Manuel Pinho, o actual ministro Vieira da Silva e o próprio primeiro-ministro de tudo continuarem a fazer para manter esse negócio «oculto dos portugueses, apesar das solenes (mas falsas) afirmações de que todos os contratos firmados entre o Estado e privados são públicos, isentos e transparentes, pautados pelo rigor que deve presidir à gestão da coisa pública».
«E, pasme-se, até podem ser acedidos por todos através da Internet como afirmou nesta Câmara o actual senhor ministro dos Assuntos Parlamentares», observou, antes de prosseguir com ironia mordaz a desmontagem da falácia governamental: «deve ser uma Internet especial, de acesso privilegiado e exclusivo a certos amigos, uma Internet também oculta, como ocultos são os contratos e sobretudo os respectivos anexos, cujas cópias repetidamente solicitadas continuamos a aguardar».
Em resposta à deputada do PS Conceição Casa Nova, que interveio para dizer que o Governo se tem esforçado para manter as minas em funcionamento, o deputado do PCP perguntou o que é que o País ganhou com a entrega daquele valioso património à multinacional, fazendo notar que nada do que o Governo anunciou foi cumprido.


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