Goldman Sachs & Co

Acusada de fraude

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) acusou o maior banco de investimentos do mundo de fraude. A notícia foi conhecida quando o capital financeiro apresenta lucros obscenos.

«O ca­pital fi­nan­ceiro con­tinua a acu­mular lu­cros fa­bu­losos»

Na sexta-feira da semana passada, a SEC anunciou que a Goldman Sachs & Co está pronunciada por alegadamente ter enganado deliberadamente os investidores com o conhecimento de um dos seus vice-presidentes, Fabrice Tourre, mais tarde promovido a director executivo da empresa na capital britânica, Londres.
Em causa está a venda de produtos financeiros estruturados no mercado hipotecário que resultaram em perdas milionárias. Aparentemente, por trás da complexidade do produto está um esquema bastante simples. Enquanto a Goldman vendia os títulos ligados à bolha especulativa dos empréstimos de alto risco, escondia aos compradores que estes eram arquitectados por grupos que, simultaneamente, apostavam somas exorbitantes na falência do sub­prime.
Outra curiosidade desta história é o facto da SEC ter avisado a Goldman Sachs da interposição de um processo em Julho de 2009, isto é, com meses de antecedência face à decisão final, repetindo, aliás, o que já havia feito com as notificações ao Bank of Ame­rica Mer­rill Lynch, Bar­clays, Ci­ti­group, Credit Suisse, Deutsche Bank, Morgan Stanley ou UBS.
Entre os processos em curso ou resolvidos por consenso entre a SEC e as entidades bancárias, estão os relativos ao Ame­rican Home Mort­gage In­vest­ment, fechado com o pagamento de 2,5 milhões de dólares contra a retirada da queixa civil; o do Bear Ste­arns, cuja acção civil está pendente; o do Bank of Amé­rica, resolvido depois do pagamento de 150 milhões de dólares; o do Credit Suisse Group, cujo corretor, Eric Butler, está acusado de conspiração e fraude num caso de mil milhões de dólares; ou da New Cen­tury Fi­nan­cial, pela falência da empresa em 2007.
Mais complicados vão ser os processos das autoridades alemãs e britânicas contra a Goldman Sachs, acusada de defraudar o Royal Bank of Sco­tland, actualmente controlado pelo Tesouro da Grã-Bretanha, e o IKB Deutsche In­dus­tri­e­bank, primeira «vítima» germânica do sub­prime. É que quando o negócio parecia de vento em popa, o capital financeiro das principais potências imperialistas mantinha latente a guerra pela hegemonia, o que, nas actuais condições pode não acontecer.

Lu­cros obs­cenos

Paralelamente aos processos e lutas envolvendo o capital financeiro, este continua a acumular lucros fabulosos. A Goldman Sachs, por exemplo, anunciou 3,3 mil milhões de dólares de lucros no primeiro trimestre de 2010, o dobro do ano passado, e receitas em produtos bancários superiores a 9,41 mil milhões de euros; ao passo que o Ci­ti­group, terceiro maior banco dos Estados Unidos, divulgou lucros líquidos de 4,43 mil milhões de dólares nestes três primeiros meses, triplicando o sucedido no mesmo período de 2009.
O Bank of Ame­rica segue a mesma bitola da multiplicação por três, no caso triplicou o valor estimado pelos especialistas apresentando um resultado trimestral de 3,18 mil milhões de dólares de lucros. Já o JP Morgan foi mais «modesto» no crescimento, incrementando os lucros no primeiro quartel de 2010 em 55 por cento para 3,33 mil milhões de dólares.


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