- Nº 1902 (2010/05/13)
Cientistas dos EUA

Contra bloqueio a Cuba

Internacional

A revista norte-americana Science apela ao fim das restrições de produtos médicos impostas pelos EUA no âmbito do bloqueio económico, financeiro e comercial com que flagelam Cuba há quase meio século.

Paul Drain e Michele Barry, professores da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, assinam um artigo onde exigem alterações na política seguida em relação à Ilha, designadamente a eliminação total daquela medida arbitrária.

Os catedráticos, citados pela Prensa Latina, manifestam a sua convicção de que o fim do bloqueio ilegal e genocida permitira aos Estados Unidos aproveitar e aprender com o muito bem sucedido sistema universal de cuidados de saúde de Cuba.

Apesar do bloqueio – bem como a aplicação de leis extraterritoriais como a Helms-Burton (1996), contrárias ao Direito Internacional e altamente lesivas do povo cubano – a Ilha apresenta melhores resultados no âmbito da saúde pública do que a maioria das nações da América Latina e os seus êxitos são comparáveis aos dos países mais desenvolvidos, escrevem Drain e Barry.

Os professores lembram que Cuba apresenta, em relação à América Latina, a mais elevada taxa de esperança de vida (78,6 anos) e a maior taxa de médicos por habitante (59 por cada 10 mil pessoas).

De igual modo, referem, a Ilha apresenta a mais baixa taxa de mortalidade infantil (5,0 por cada mil nascimentos) e entre a população infantil (7,0 por cada mil crianças).

Estes êxitos, consideram Drain e Barry, devem-se essencialmente ao empenho de Cuba em promover a educação de massas no respeitante à prevenção de doenças, o que lhe tem permitido reduzir a dependência de recursos médicos para manter a sua população saudável.

 

Um caso de sucesso

na protecção à maternidade

 

Também a Organização Não Governamental Save the Children acaba de reconhecer que Cuba é o país em vias de desenvolvimento que melhores condições oferece à maternidade. No relatório «O estado mundial das mães 2010» divulgado este mês, analisa-se – entre 160 países, 43 dos quais desenvolvidos e 117 em desenvolvimento – os melhores e piores locais para se ser mãe em função de 10 factores relacionados com a situação académica, de saúde, económica e política das progenitoras, assim como o bem-estar dos filhos.

A Noruega ocupa o primeiro lugar entre os países desenvolvidos, seguida da Austrália, Islândia e Suécia. Cuba ocupa o primeiro lugar entre os países em desenvolvimento da América Latina, batendo aos pontos, por exemplo, a Costa Rica (décimo segundo lugar), a que se seguem o Chile, Colômbia e Brasil.

Segundo a Save the Children, importa investir no aumento dos trabalhadores de saúde nos países mais pobres, já que 343 mil mulheres perdem a vida devido a complicações na gravidez ou no parto, e quase nove milhões de crianças morrem antes de completar cinco anos de vida.