A TAREFA DO MOMENTO

«Fazer do dia 29 a jor­nada de luta que a si­tu­ação exige»

A in­ten­si­fi­cação da ac­ti­vi­dade do PCP marcou de forma im­pres­siva a se­mana que passou. O facto é tanto mais sig­ni­fi­ca­tivo e re­le­vante quanto, como é sa­bido, essa ac­ti­vi­dade atingiu no­tável di­mensão nas se­manas e meses an­te­ri­ores.

Por todo o País, o co­lec­tivo par­ti­dário co­mu­nista, na base de um for­mi­dável es­forço de mo­bi­li­zação – só pos­sível, no seu con­teúdo e na sua par­ti­ci­pação, num par­tido com as ca­rac­te­rís­ticas do PCP - levou por di­ante um vasto e di­ver­si­fi­cado con­junto de ini­ci­a­tivas.

Pros­se­guindo a cam­panha «Avante, por um PCP mais forte», os mi­li­tantes co­mu­nistas con­cre­ti­zaram um nú­mero apre­ciável de as­sem­bleias das or­ga­ni­za­ções: de fre­guesia (São Ju­lião, Baixa da Ba­nheira, Cova da Pi­e­dade, Cam­po­lide, Vi­eira de Leiria, Quinta do Anjo, Abela, Bar­couço, Loures, Bar­ca­rena, Belém, Al­cân­tara); con­ce­lhias (Ílhavo, Cin­fães, Coimbra, Mi­ran­dela, Sa­bugal, Vila Nova de Foz Côa, Soure, Oli­veira de Aze­méis, Fi­gueira da Foz); da Zona Ori­ental e da Zona Norte de Lisboa; de cé­lulas (câ­maras mu­ni­ci­pais de Se­túbal e de Lisboa); de sec­tores pro­fis­si­o­nais (Sector da Saúde da ORL); de dis­tritos (Viana do Cas­telo).

Nestas as­sem­bleias pro­ce­deram co­lec­ti­va­mente ao ba­lanço do tra­balho re­a­li­zado pela res­pec­tiva or­ga­ni­zação, apon­tando fa­lhas e me­didas para as cor­rigir, de­fi­nindo ori­en­ta­ções de tra­balho e ele­gendo os or­ga­nismos que hão-de as­se­gurar, no ime­diato, a di­recção desse tra­balho.

Sempre tendo pre­sente que o re­forço do Par­tido é con­dição in­dis­pen­sável para a in­ten­si­fi­cação da luta contra a po­lí­tica de di­reita e por um novo rumo para o País.

 

Ao mesmo tempo, o co­lec­tivo par­ti­dário in­ten­si­fi­cava a acção e in­ter­venção po­lí­tica do Par­tido, por um lado, dando con­ti­nui­dade ao con­junto de ini­ci­a­tivas in­te­gradas na Cam­panha Na­ci­onal «500 ac­ções contra o PEC e, por outro lado, er­guendo, no dia 20, a grande acção na­ci­onal de con­tacto com os tra­ba­lha­dores e as po­pu­la­ções, sob o lema «Não ao roubo nos sa­lá­rios». Uma acção que cul­minou com o im­por­tante co­mício da Voz do Ope­rário e que teve ime­diata con­ti­nui­dade com a apre­sen­tação, pelo Grupo Par­la­mentar do Par­tido, da moção de cen­sura ao Go­verno, à po­lí­tica de di­reita, e ao PS e ao PSD seus prin­ci­pais exe­cu­tantes – moção que foi ex­pressão da luta e do pro­testo das massas tra­ba­lha­doras e que, pelos ob­jec­tivos enun­ci­ados e pelo im­pacto que re­gistou, cons­ti­tuiu mais um in­cen­tivo e um es­tí­mulo ao pros­se­gui­mento e in­ten­si­fi­cação dessa luta.

Por seu lado, os jo­vens co­mu­nistas reu­niam, em Lisboa, no de­correr do fim-de-se­mana, o seu 9.º Con­gresso - «Com a luta da Ju­ven­tude cons­truir o fu­turo» - um con­gresso li­gado à vida, aos pro­blemas, aos an­seios, às as­pi­ra­ções, aos di­reitos le­gí­timos das massas ju­venis; um con­gresso a evi­den­ciar a força con­victa da or­ga­ni­zação dos jo­vens co­mu­nistas; um con­gresso de luta e a de­finir ca­mi­nhos de luta; um con­gresso de inequí­voca afir­mação da JCP como or­ga­ni­zação de van­guarda da ju­ven­tude por­tu­guesa; um con­gresso que, no sá­bado à noite, saiu à rua num com­ba­tivo des­file em que cen­tenas de moços e moças, da As­sem­bleia da Re­pú­blica ao Largo do Ca­mões, gri­taram a exi­gência do cum­pri­mento dos di­reitos da Ju­ven­tude e afir­maram a sua dis­po­ni­bi­li­dade de lutar, lutar sempre.

 

Na in­ter­venção que pro­feriu no co­mício da Voz do Ope­rário, o ca­ma­rada Je­ró­nimo de Sousa afirmou a dada al­tura: «Nesta ba­talha que tra­vamos, nesta luta de classes que é tão ac­tual como foi nos grandes com­bates do pas­sado, a linha que se­para os lados é cada vez mais ní­tida. Do lado de lá está a grande bur­guesia eu­ro­peia e na­ci­onal –os se­nhores do di­nheiro e dos mo­no­pó­lios – e os seus re­pre­sen­tantes po­lí­ticos; e do lado de cá, a classe ope­rária, os tra­ba­lha­dores, as ca­madas in­ter­mé­dias do nosso povo que so­frem também as con­sequên­cias de um ca­pi­ta­lismo cada vez mais pre­dador que age como um grande as­pi­rador a sugar o tra­balho e a ri­queza dos povos».

Assim é, de facto: essas são as classes, essa é a luta. Uma luta que, face à gra­vi­dade da ac­tual ofen­siva do grande ca­pital, com­porta exi­gên­cias de res­posta enér­gica, com­ba­tiva, mas­siva por parte de todos os que são atin­gidos pelas con­sequên­cias da po­lí­tica de di­reita – que são, como a re­a­li­dade mostra todos os dias, a imensa mai­oria dos por­tu­gueses. Uma luta que de­para com di­fi­cul­dades e obs­tá­culos po­de­rosos, de­sig­na­da­mente os que de­correm da forte ofen­siva ide­o­ló­gica em curso, vi­sando ins­talar como «ine­vi­ta­bi­li­dades» a perda de di­reitos dos tra­ba­lha­dores e a acei­tação pas­siva da acen­tu­ação da ex­plo­ração - ob­jec­tivo com­ple­men­tado pelo re­curso cres­cente a mé­todos e prá­ticas de ameaça, chan­tagem e re­pre­sália, pro­cu­rando im­pedir o de­sen­vol­vi­mento da luta de massas. Uma luta que, apesar de todos esses obs­tá­culos, tem vindo a pros­se­guir num as­censo de par­ti­ci­pação e com­ba­ti­vi­dade – e que, de acordo com as in­di­ca­ções que chegam e com o am­bi­ente vi­vido em todo o País, as­su­mirá ex­pressão e di­mensão sig­ni­fi­ca­tivas na ma­ni­fes­tação con­vo­cada pela CGTP-IN para o pró­ximo sá­bado, em Lisboa.

E bem ne­ces­sário é que assim seja, face à gra­vi­dade da si­tu­ação exis­tente e às pers­pec­tivas do seu brutal agra­va­mento no fu­turo ime­diato.

Tudo isso a fazer com que a prin­cipal ta­refa que hoje se co­loca aos tra­ba­lha­dores e às suas es­tru­turas re­pre­sen­ta­tivas seja a de criar con­di­ções para - através da acção or­ga­ni­zada; do es­cla­re­ci­mento sobre as causas dos males que pesam sobre os tra­ba­lha­dores e sobre as reais pos­si­bi­li­dades de saída; da mo­bi­li­zação cons­truída - fazer do dia 29 a jor­nada de luta que a si­tu­ação exige.

Tudo isso a fazer com que essa seja, igual­mente, a ta­refa do mo­mento para o co­lec­tivo par­ti­dário co­mu­nista.