Pontos Cardeais

Listas


Cen­tenas de cri­anças es­peram por uma vaga para en­trar em in­fan­tá­rios do sector so­cial, onde os pais pagam em função dos ren­di­mentos.

É mais uma lista da mi­séria que as­sola o País. E a res­posta que o Go­verno Só­crates/​2 apre­senta con­siste em cortar nos sub­sí­dios de todo o gé­nero, a co­meçar nos do de­sem­prego...


Ma­ga­lhães


O fa­moso «com­pu­tador Ma­ga­lhães», uma das «me­nina dos olhos» da de­ma­gogia so­crá­tica na Edu­cação, volta a dar que falar. Por um lado, de­vido a novos tro­pe­ções no seu apre­goado for­ne­ci­mento aos alunos e às es­colas do Bá­sico – há queixas quase ge­ne­ra­li­zadas de fa­lhas, neste ca­pí­tulo -, por outro, de­vido ao facto de os par­tidos da Opo­sição, apa­ren­te­mente, se terem en­ten­dido no pro­pó­sito de acu­sarem o Go­verno de ter fa­vo­re­cido a JP Sá Couto na con­cre­ti­zação deste ne­gócio. E trata-se no­to­ri­a­mente de um ne­gócio de monta, pois a cons­trução e co­mer­ci­a­li­zação de pelo menos meio mi­lhão de com­pu­ta­dores em ex­clu­sivo na­ci­onal é obra. Neste quadro, pa­rece estar em marcha a cons­ti­tuição de uma co­missão de inqué­rito par­la­mentar, que leve a Jus­tiça a pro­nun­ciar-se sobre o caso.

Os con­luios e as ne­go­ci­atas entre o PSD e o PS para de­fen­derem os res­pec­tivos in­te­resses po­lí­ticos, na ac­tual con­jun­tura, podem con­duzir – como con­du­ziram – à neu­tra­li­zação do inqué­rito par­la­mentar à ale­gada in­ter­fe­rência de José Só­crates no ne­gócio PT/​TVI, por in­ter­posta e ci­rúr­gica proi­bição do pre­si­dente da co­missão, o pê­pêdê Mota Amaral, de serem ou­vidas as es­cutas te­le­fó­nicas en­vol­vendo José Só­crates.

Mas, pelos vistos, são tantas as tra­pa­lhadas (para não lhes chamar ou­tros nomes) em que o con­su­lado so­crá­tico se tem en­fiado, que daqui a pouco não há con­luios que o salvem...


Taxas


O Go­verno de José Só­crates lançou mais uma con­fusão ao colo do País, a pro­pó­sito da já tris­te­mente fa­mosa «taxa adi­ci­onal de IRS». As novas ta­belas de im­postos foram pu­bli­cadas num des­pacho do Mi­nis­tério das Fi­nanças, que es­pe­ci­fi­cava que estas en­tra­riam em vigor «no dia se­guinte à pu­bli­cação do di­ploma», mais tarde o Mi­nis­tério emitiu um co­mu­ni­cado con­fir­mando que a data de apli­cação seria a 1 de Junho, como es­tava pre­visto, mas es­pe­ci­a­listas fis­cais pas­saram a ar­gu­mentar que o des­pacho ini­cial do Mi­nis­tério das Fi­nanças é que con­ti­nuava a ter pre­va­lência, pelo que a afir­mação de que as novas ta­belas en­tra­riam em vigor «no dia se­guinte à pu­bli­cação do do­cu­mento» con­ti­nuava vá­lida, tendo de ser cor­ri­gida em sede ofi­cial do Diário da Re­pú­blica.

É claro que toda esta tra­pa­lhada levou o mi­nistro Tei­xeira dos Santos a in­ter­ven­ções su­ces­sivas, sempre a apagar o fogo ateado pela an­te­rior, mas o que daqui re­sulta é uma e fun­da­mental coisa: na ânsia de es­mi­frar os tra­ba­lha­dores e os pen­si­o­nistas - e apenas eles -, o Go­verno en­trou em pa­ra­fuso e já nem se pre­o­cupa com as con­tra­di­ções su­ces­sivas em que cai.

Para ele,  a única coisa que conta é que o di­nheiro dos im­postos «suba».



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