Plenários de professores chumbam «reforma»

Respeitar as escolas e a docência

No âm­bito do dia na­ci­onal de pro­testo e luta da CGTP-IN, a Fen­prof efec­tuou, dia 8, ple­ná­rios por todo o País que re­pu­di­aram a «re­forma do sis­tema edu­ca­tivo», exi­giram res­peito pela do­cência e re­cla­maram qua­li­dade para o en­sino pú­blico.

 

Foram apre­sen­tadas pro­postas para re­parar os pre­juízos

Na moção apro­vada em todos os ple­ná­rios pro­mo­vidos pela Fe­de­ração Na­ci­onal dos Pro­fes­sores, que de­cor­reram em todas as ca­pi­tais de dis­trito e em mais al­gumas ci­dades, os do­centes chum­baram a «re­forma do sis­tema edu­ca­tivo», de­pois de terem ana­li­sado as graves con­sequên­cias desta para a qua­li­dade do en­sino pú­blico e a pro­fissão do­cente.

Como al­ter­na­tiva, apre­sen­taram um con­junto de rei­vin­di­ca­ções que con­si­deram im­pres­cin­dí­veis para emendar os pre­juízos pro­vo­cados pelas op­ções do Mi­nis­tério da Edu­cação.

A pro­moção de um con­curso na­ci­onal para mo­bi­li­dade e in­gresso nos qua­dros de es­colas e agru­pa­mentos, no pró­ximo ano lec­tivo, res­pei­tando o com­pro­misso as­su­mido com os sin­di­catos; a ade­quação de ho­rá­rios de tra­balho ao exer­cício da pro­fissão; uma al­te­ração pro­funda do mo­delo de ava­li­ação de de­sem­penho, no fim do ac­tual ano es­colar, como está pre­visto; a con­tagem in­te­gral do tempo de ser­viço para efeitos de re­po­si­ci­o­na­mento e pro­gressão nas car­reiras; o fim dos efeitos da ava­li­ação nos con­cursos; a sus­pensão do «pseudo-pro­cesso» de re­or­de­na­mento da rede es­colar, con­si­de­rado «um pre­texto para en­cerrar es­colas, mesmo quando são ne­ces­sá­rias», cri­ando «mega-uni­dades de gestão, à margem dos in­te­resses pe­da­gó­gicos e da opi­nião das co­mu­ni­dades edu­ca­tivas», com o pro­pó­sito de «eli­minar postos de tra­balho»; o alar­ga­mento da par­ti­ci­pação de­mo­crá­tica dos pro­fes­sores num mo­delo de gestão es­colar que lhe con­fira co­e­rência pe­da­gó­gica; e a aber­tura de «um amplo de­bate» que re­sulte numa «re­or­ga­ni­zação cur­ri­cular que abranja todos os graus de en­sino, tendo em vista o alar­ga­mento da es­co­la­ri­dade obri­ga­tória», foram rei­vin­di­ca­ções apro­vadas nos ple­ná­rios que re­cla­maram «outra po­lí­tica» com «me­didas que res­peitem as es­colas, va­lo­ri­zando a pro­fissão do­cente».

Os pro­fes­sores também exi­giram que a ac­tual crise eco­nó­mica e so­cial se re­solva com me­didas que re­duzam os ga­nhos e be­ne­fí­cios «de quantos con­ti­nuam a acu­mular lu­cros e ren­di­mentos, em muitos casos, ver­da­dei­ra­mente es­can­da­losos», e re­cu­saram que sejam sempre os tra­ba­lha­dores «a pagar por crises que não pro­vo­caram».

Após os ple­ná­rios, os pro­fes­sores jun­taram-se às ac­ções da CGTP-IN.

Ho­rá­rios não foram ne­go­ci­ados

A pro­pó­sito do Des­pacho n.º 11120-B/​2010, de 7 de Julho, que es­ta­be­lece as re­gras para a ela­bo­ração dos ho­rá­rios de tra­balho se­ma­nais dos pro­fes­sores e o seu re­gime de faltas, a Fen­prof sa­li­entou, numa nota à im­prensa, de dia 12, que esta ma­téria «não foi alvo de ne­go­ci­ação co­lec­tiva», como obriga a Lei 23/​98, de 26 de Maio.

Por esse mo­tivo, a fe­de­ração vai re­clamar a in­ter­venção dos grupos par­la­men­tares.

Na­quele Des­pacho, a Fen­prof também de­tectou pa­râ­me­tros que agra­varão as con­di­ções de vida e de tra­balho dos do­centes e que de­gra­darão ainda mais a qua­li­dade do en­sino, de­sig­na­da­mente através de uma «brutal re­dução do nú­mero de horas para a or­ga­ni­zação e fun­ci­o­na­mento» das es­colas. «Fica claro que o ob­jec­tivo eco­no­mi­cista se so­brepõe a qual­quer outro in­te­resse», acusou a fe­de­ração.

 

Tri­bunal aceitou re­curso

 

O Tri­bunal Ad­mi­nis­tra­tivo e Fiscal de Beja deu pro­vi­mento ao re­curso apre­sen­tado pela Fen­prof, obri­gando a que a de­cisão que per­mitiu a con­si­de­ração da ava­li­ação de de­sem­penho como factor de gra­du­ação pro­fis­si­onal dos pro­fes­sores volte «a estar sob a atenção dos tri­bu­nais», in­formou o se­cre­ta­riado da fe­de­ração.

Quando, no dia 23 de Junho, foram di­vul­gadas as listas pro­vi­só­rias de or­de­na­mento dos can­di­datos à con­tra­tação e de des­ta­ca­mento por con­di­ções es­pe­cí­ficas, para o pró­ximo ano lec­tivo, a Fen­prof re­velou que al­guns pro­fes­sores su­biram «cen­tenas de lu­gares, em pre­juízo de ou­tros, por ra­zões ex­tre­ma­mente in­justas» de­cor­rentes da va­li­dação da apli­cação in­for­má­tica, que ar­re­dondou a clas­si­fi­cação quan­ti­ta­tiva. Fi­caram também pre­ju­di­cados aqueles para quem a ava­li­ação não teve re­le­vância para efeitos de con­curso, bem como os que não foram ava­li­ados por ra­zões a eles alheias. A atri­buição, em di­versas es­colas, da nota «Bom» a todos, também im­pediu muitos de be­ne­fi­ci­arem de qual­quer bo­ni­fi­cação. Desta ava­li­ação de­pende, a ga­rantia de em­prego para muitos pro­fes­sores, no pró­ximo ano, de­vido à «pre­vi­sível e sig­ni­fi­ca­tiva re­dução de ho­rá­rios».

 



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