A conclusão da obra hidrográfica do Baixo Mondego é um «imperativo nacional». Quem o diz é a Direcção da Organização Regional de Coimbra do PCP que, num comunicado de 18 de Agosto, acusa o Governo de não tomar as medidas necessárias para defender a produção nacional. «Portugal produz cerca de 150 mil toneladas de arroz, ou seja, metade do que consome. A produção de arroz carolino do Baixo Mondego é de excelente qualidade», garantem os comunistas.

O PCP acusa o Governo de continuar a adiar esta obra, que considera fundamental para «reduzir a nossa dependência agro-alimentar». Trata-se de um projecto iniciado há 30 anos e que continua sem fim à vista. Também o emparcelamento agrícola é importante para desenvolver a região e incrementar a produção, defende o PCP. Para os comunistas, «é urgente que seja garantido aos produtores que se encontram nos vales secundários onde ainda não se realizou o emparcelamento agrícola, que sejam praticadas taxas de rega adequadas a esta situação».

Os comunistas acusam ainda os hipermercados e os especuladores de forçarem a descida de 50 por cento no preço do arroz em apenas um ano: «Em 2008, o preço à produção era cerca de 40 cêntimos/quilo. No ano passado os produtores receberam entre 15 e 23 cêntimos o quilo. A indústria alegou que esta baixa se deveu à pressão dos hipermercados.»