A CANDIDATURA QUE MARCA A DIFERENÇA

«Uma ba­talha que é de todo o nosso grande co­lec­tivo par­ti­dário»

Entre os temas em de­bate na reu­nião do Co­mité Cen­tral do PCP, es­ti­veram al­guns as­pectos da si­tu­ação eco­nó­mica e so­cial do País e da ofen­siva com a qual o Go­verno PS e o PSD, a pre­texto da «crise», têm vindo a fla­gelar im­pi­e­do­sa­mente os in­te­resses dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País.

A cres­cente de­gra­dação das con­di­ções de tra­balho e de vida da imensa mai­oria dos por­tu­gueses, ao mesmo tempo que os grandes grupos eco­nó­micos e fi­nan­ceiros somam lu­cros aos lu­cros, evi­dencia de forma inequí­voca o con­teúdo de classe da po­lí­tica de di­reita – uma po­lí­tica para a qual, seja qual for o par­tido de turno à sua apli­cação, tem como pre­o­cu­pação ex­clu­siva a de­fesa dos in­te­resses do grande ca­pital ex­plo­rador e opressor; uma po­lí­tica que, como su­blinha o CC, não obs­tante as re­pre­sen­ta­ções te­a­trais a que se en­tregam os seus pro­ta­go­nistas, PS, PSD e CDS-PP - en­ce­nando di­ver­gên­cias ine­xis­tentes e en­tre­gando-se a du­elos ver­bais que não passam de lutas de galos pela ma­nu­tenção ou pelo acesso ao poder - é de facto o re­sul­tado de con­ver­gên­cias to­tais entre esses par­tidos em tudo o que é es­sen­cial, sempre tendo pre­sente o ob­jec­tivo su­premo comum aos três de ga­rantir a plena sa­tis­fação dos in­te­resses de classe que re­pre­sentam.

É essa con­ver­gência de facto que tem ali­men­tado, desde há 34 anos, a po­lí­tica de di­reita que con­duziu o País à dra­má­tica si­tu­ação em que se en­contra.

E é na in­ten­si­fi­cação e alar­ga­mento da luta de massas – dando con­ti­nui­dade às grandes lutas le­vadas a cabo nos úl­timos meses - que se en­contra o ca­minho es­sen­cial para res­ponder a esta si­tu­ação, para der­rotar a po­lí­tica de di­reita, para impor um novo rumo para Por­tugal.

 

É neste quadro de agra­va­mento cons­tante da si­tu­ação do País e, si­mul­ta­ne­a­mente, de de­sen­vol­vi­mento da luta de massas vi­sando a rup­tura e a mu­dança, que as di­versas forças po­lí­ticas pre­param a sua in­ter­venção nas elei­ções pre­si­den­ciais de 2011.

E, como não podia deixar de ser, a in­ter­venção da cada uma dessas forças, as can­di­da­turas que es­co­lhem ou apoiam, tem a marca da sua pos­tura face à po­lí­tica de di­reita.

Foi assim que o PCP - força que en­ca­beça o com­bate contra essa po­lí­tica – de­finiu uma can­di­da­tura in­se­rida nessa luta e nos seus ob­jec­tivos.

De­ba­tendo as ques­tões re­la­ci­o­nadas com as elei­ções pre­si­den­ciais, o CC ava­liou as can­di­da­turas já anun­ci­adas ou em pers­pec­tiva de o serem e, dando sequência às ori­en­ta­ções de­fi­nidas pelo XVIII Con­gresso, de­cidiu avançar com uma can­di­da­tura pró­pria às pre­si­den­ciais – a can­di­da­tura do ca­ma­rada Fran­cisco Lopes, membro do Se­cre­ta­riado e da Co­missão Po­lí­tica do Co­mité Cen­tral do Par­tido.

Com efeito, ne­nhuma das can­di­da­turas já anun­ci­adas – nem a can­di­da­tura a anun­ciar de Ca­vaco Silva – está em con­di­ções de res­ponder às exi­gên­cias da si­tu­ação ac­tual, de­cor­rente de 34 anos de po­lí­tica de di­reita.

Nem a can­di­da­tura do ac­tual Pre­si­dente da Re­pú­blica – com as res­pon­sa­bi­li­dades que tem no es­tado a que o Pais chegou pela sua prá­tica de pri­meiro-mi­nistro du­rante uma dé­cada e pelo con­teúdo do seu man­dato pre­si­den­cial – nem as can­di­da­turas de Ma­nuel Alegre e Fer­nando Nobre – qual­quer delas in­capaz de uma in­ter­venção de com­bate inequí­voco à po­lí­tica de di­reita – pre­en­chem as exi­gên­cias ne­ces­sá­rias a um novo rumo para o País.

Daí a can­di­da­tura do PCP – uma can­di­da­tura que pro­ta­go­niza um pro­jecto pró­prio e in­con­fun­dível, que sus­cita uma di­nâ­mica de par­ti­ci­pação e em­pe­nha­mento po­pu­lares, que as­sume ple­na­mente os seus di­reitos, desde a apre­sen­tação até ao voto.

 

«Esta é uma can­di­da­tura vin­cu­lada aos va­lores de Abril, a um pro­jecto de de­mo­cracia po­lí­tica, eco­nó­mica, so­cial e cul­tural, a um Por­tugal so­be­rano e in­de­pen­dente. Uma can­di­da­tura pa­trió­tica e de es­querda, co­e­rente e de­ter­mi­nada, por­ta­dora de um pro­jecto de rup­tura e mu­dança. Uma can­di­da­tura aberta à par­ti­ci­pação de todos aqueles que, in­qui­etos e atin­gidos pela grave si­tu­ação do País, as­piram a uma pro­funda mu­dança na vida na­ci­onal. Uma can­di­da­tura di­ri­gida aos tra­ba­lha­dores e à afir­mação dos seus di­reitos, às as­pi­ra­ções dos jo­vens, em­pe­nhada com a luta pela igual­dade no tra­balho e na vida das mu­lheres, so­li­dária com os di­reitos das pes­soas com de­fi­ci­ência, pre­sente na luta pela dig­ni­fi­cação e va­lo­ri­zação da vida dos mais idosos. Uma can­di­da­tura di­ri­gida a todos os de­mo­cratas e pa­tri­otas», afirmou o ca­ma­rada Fran­cisco Lopes na de­cla­ração pro­fe­rida logo após ter sido de­sig­nado, pelo Co­mité Cen­tral, can­di­dato do PCP às elei­ções pre­si­den­ciais de 2011.

Trata-se de uma afir­mação sin­gular: uma afir­mação que, pelo seu con­teúdo, pelos ob­jec­tivos que se propõe, pelas pers­pec­tivas que abre, ne­nhum outro can­di­dato po­derá fazer – su­blinhe-se: ne­nhum outro can­di­dato po­derá fazer.

E é isso que marca a di­fe­rença entre a can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes e qual­quer das ou­tras can­di­da­turas – uma can­di­da­tura que, sendo de afir­mação do Par­tido, do seu ideal e do seu pro­jecto, se in­sere e se ar­ti­cula com a luta pela mu­dança, por um novo rumo para Por­tugal, tendo como re­fe­rên­cias es­sen­ciais Abril, os seus ideias, as suas con­quistas, a sua de­mo­cracia, a sua Cons­ti­tuição.

Temos, assim, à nossa frente mais uma grande ba­talha a travar - uma ba­talha que é de todo o Par­tido, que de­verá en­volver todo o nosso grande co­lec­tivo par­ti­dário, e que será tra­vada com o em­penho, a de­ter­mi­nação, a con­vicção, a con­fi­ança que nos ca­rac­te­rizam. Como afirmou o ca­ma­rada Fran­cisco Lopes: «No início da se­gunda dé­cada do sé­culo XXI, aqui es­tamos, com a con­vicção de sempre, com a de­ter­mi­nação cor­res­pon­dente às exi­gên­cias ac­tuais e com a ina­ba­lável con­fi­ança no fu­turo».