- Nº 1919 (2010/09/9)
Pela Paz

Não à NATO!

Festa do Avante!

Image 5591

«Por Abril, pela Paz, não à NATO» foi o tema de um debate que, pelo leque de oradores, reflecte a importância que o PCP dá a esta questão. Na mesa, para além de Manuela Bernardino, em nome do Partido, estavam representantes do Conselho Mundial para a Paz (CMP), do Conselho Português para a Paz e a Cooperação (CPPC), do Partido Comunista da África do Sul, do Partido Comunista da Índia Marxista, do Partido Comunista Libanês e do Partido Comunista da Turquia.

De facto, todos os participantes se mostraram preocupados relativamente aos objectivos da NATO na Cimeira que em Novembro próximo se realiza em Lisboa.

Diz Manuela Bernardino que a paz é um objectivo intrínseco do socialismo e que, face à crise do capitalismo e ao quadro mundial extremamente perigoso que se vive, é de temer que o imperialismo possa tentar uma fuga para a frente e pôr a paz em perigo.

A representante do Conselho Mundial para a Paz considera, por sua vez, que a humanidade vive um momento histórico de grandes acontecimentos mas também de grandes lutas e esperanças, sendo que, para ela, a mudança de líder ou de partido de poder nos países capitalistas, designadamente a substituição de Bush por Obama na liderança dos EUA, não modifica em nada a essência deste sistema. O mundo continua assim instável e perigoso, até porque os EUA, que têm na militarização a principal vertente da sua política, pretendem preservar a sua superioridade militar no mundo.

Aliás, para o representante do CPPC, todos os povos são parte interessada na defesa da paz, pelo que é fundamental denunciar os objectivos da próxima Cimeira da NATO, que quer agora redefinir o seu conceito estratégico e assumir-se como uma aliança já não de carácter defensivo mas de âmbito global, que pode intervir em qualquer lugar do mundo sob qualquer pretexto. Ou seja, a NATO é o braço armado do imperialismo, que está disposto a usá-lo para defender os seus interesses. Assim pensa também o PC da Turquia, cujo representante se deteve em torno do conceito da paz e do seu conteúdo anti-imperialista.

E enquanto o representante do PC da África do Sul denunciou a enorme instabilidade que se vive em África, considerando que o Africom foi criado para coagir a África à submissão, o representante do PC da Índia referiu as declarações do secretário-geral da NATO, quando afirmou não poder haver demasiados cortes nas despesas militares da NATO pelo que «se é preciso cortar que se corte nas despesas sociais». Este orador, que acusa os EUA de se esconderem atrás da NATO para alcançar a hegemonia mundial, adiantou ainda o facto de os EUA, o Japão e a Austrália estarem a procurar assimilar a Índia para uma aliança militar na zona, pelo que o que sair desta Cimeira «moldará o futuro».

A luta pela paz passa pela dissolução da NATO, diz por seu lado o representante do PC Libanês, que teme o reforço do papel de Israel no Médio Oriente, aproveitando a debilidade dos países árabes e as divisões entre palestinianos. Mais, para si, as negociações directas em curso entre Israel e a Palestina apenas visam facilitar o ataque contra o Irão.

Por fim, Manuela Bernardino, historiando a posição do PCP relativamente à NATO, que sempre considerou uma arma do imperialismo, apelou à participação das massas nas iniciativas previstas contra a próxima Cimeira desta organização.

MF