Ex-agentes confirmam prisão na Polónia

Torturas da CIA

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An­tigos agentes e um re­la­tório do ins­pector-geral da CIA con­firmam não só a exis­tência de uma prisão se­creta na Po­lónia como a re­a­li­zação de in­ter­ro­ga­tó­rios sob tor­tura, se­gundo re­velou a agência As­so­ci­ated Press (7.09).

A no­tícia, igual­mente pu­bli­cada pela Der Spi­egel (13.09), re­fere que um agente da CIA, de­sig­nado por «Al­bert», foi acu­sado por an­tigos co­legas de ter tor­tu­rado por vá­rias vezes o ale­gado ter­ro­rista Abd al-Rahim al-Nashiri, fa­zendo uso de um ber­be­quim eléc­trico e de uma pis­tola.

Estes factos são re­co­nhe­cidos num re­la­tório do ins­pector-geral da CIA, onde se afirma que «o in­ter­ro­gador en­trou na cela do de­tido e ligou o ber­be­quim quando o de­tido es­tava nu e en­ca­ra­pu­çado».

Abd al-Rahim al-Nashiri, ac­tu­al­mente de­tido em Guan­tá­namo, é o pre­su­mível or­ga­ni­zador de uma das pri­meiras grandes ac­ções da Al-Qaeda que teve como alvo o vaso de guerra norte-ame­ri­cano, USS Cole, no Golfo de Áden, em Ou­tubro de 2000. Cap­tu­rado no Dubai e le­vado para a Po­lónia, em De­zembro de 2002, foi en­clau­su­rado na base mi­litar de Stare Ki­ej­kuty, lo­ca­li­dade pró­xima de Szy­many, na re­gião da Ma­súria na Po­lónia.

Se­gundo a mesma fonte, du­rante duas se­manas, o agente «Al­bert» su­jeitou o de­tido a «téc­nicas» não au­to­ri­zadas de in­ter­ro­ga­tório, ame­a­çando-o de morte com um ber­be­quim junto à sua ca­beça e com dis­paros de pis­tola sem balas. Pos­te­ri­or­mente, afirma a AP, «Al­bert» terá sido re­pre­en­dido pelas che­fias e aban­donou a CIA, mas voltou a ser re­ad­mi­tido como co­la­bo­rador ex­terno, exer­cendo ac­tu­al­mente fun­ções de ins­trutor.

Apesar das provas ir­re­fu­tá­veis, as au­to­ri­dades po­lacas con­ti­nuam a não ad­mitir a exis­tência de pri­sões se­cretas no seu ter­ri­tório. Con­fron­tado com as novas re­ve­la­ções, o pre­si­dente recém-eleito, Alek­sander Kwas­ni­ewski, li­mitou-se a dizer: «Não posso dizer se tais coisas ti­veram lugar ou se po­de­riam ter lugar, tudo isso pre­cisa de ser ve­ri­fi­cado».



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