Desemprego não recua nos EUA
A taxa de desemprego na América do Norte não recuou em Setembro. No total, 95 mil postos de trabalho foram destruídos naquele período, mantendo o índice em sentido estrito nos 9,6 por cento.
De acordo com informações divulgadas pelo Departamento do Trabalho, só no último mês do terceiro trimestre deste ano, outros 39 mil indivíduos foram despedidos no sector privado, elevando o número de norte-americanos sem trabalho a 14,8 milhões.
Ainda de acordo com dados oficiais, os desempregados enfrentam em média 33 semanas de desocupação. Somente 445 mil pediram subsídio de desemprego na semana terminada a 2 de Outubro.
Se considerarmos os trabalhadores forçados a laborarem a tempo parcial e os que já desistiram de procurar emprego, então o total de desempregados ascende a 17,1 por cento. Os hispânicos e os negros, com taxas de 16,1 e 12,4 por cento, respectivamente, são os mais afectados pelo flagelo.
Desde o início da recessão, no final de 2007, já foram delapidados nos EUA mais de 8,4 milhões de empregos. Entre Março de 2009 e o mesmo mês de 2010, o saldo entre os empregos gerados e os perdidos é negativo, com menos 336 mil empregos líquidos.
Crise continua
As estatísticas divulgadas pelo Departamento do Trabalho indicam igualmente que Setembro de 2010 foi o 17.º mês consecutivo com uma taxa de desemprego em sentido estrito superior a 9,4 por cento, recorde que só é comparável à situação vivida em 1948 e que tem consequências devastadoras para os trabalhadores, a começar na pressão do patronato para reduzir os salários.
Também em Setembro, a remuneração média por hora nos EUA estagnou e no acumulado do ano cresceu apenas 1,7 por cento.
O cenário não deve melhorar nos próximos meses, uma vez que o défice combinado dos 50 estados norte-americanos atingirá entre 2011 e 2012 os 260 mil milhões. Tal deve agravar a crise no emprego público levando à perda de 900 mil postos de trabalho, segundo previsões do Centro de Orçamento e Prioridades Políticas.
Neste quadro, não é estranho que o governo norte-americano estime em 43,3 milhões (1 em cada 7) o número de pessoas que no final de 2011 dependa das senhas de alimentação para sobreviver.