Jornada nacional do PCP

Denunciar injustiças, mobilizar para a luta

Em di­versas ac­ções re­a­li­zadas por todo o País, no dia 8, o PCP con­tactou com mi­lhares de pes­soas, de­nun­ci­ando os novos sa­cri­fí­cios im­postos pelo Go­verno e afir­mando as suas pro­postas.

Os grupos eco­nó­micos ficam, uma vez mais, de fora dos sa­cri­fí­cios

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Apro­vei­tando os lo­cais de maior con­cen­tração po­pular – como em­presas e lo­cais de tra­balho, ter­mi­nais de trans­porte pú­blico ou mer­cados – os co­mu­nistas es­ti­veram a con­tactar com os tra­ba­lha­dores e o povo em largas de­zenas de ac­ções. No fo­lheto dis­tri­buído podia ler-se, em le­tras gar­ra­fais, Um Novo Roubo, numa re­fe­rência às mais re­centes me­didas anun­ci­adas pelo Go­verno. Estas me­didas, que se somam a ou­tras, an­te­ri­or­mente as­su­midas, pre­vêem, no­me­a­da­mente: cortes nos sa­lá­rios e nas pen­sões; au­mento dos preços com o IVA a subir de 21 para 23 por cento; cortes nas pres­ta­ções so­ciais, de­sig­na­da­mente no abono de fa­mília; cortes no in­ves­ti­mento pú­blico, nas in­dem­ni­za­ções com­pen­sa­tó­rias das em­presas pú­blicas, nas de­du­ções fis­cais das des­pesas de edu­cação e saúde.

Nesse fo­lheto, o PCP iro­niza com a pre­tensa «co­ragem» do Go­verno de atacar os mais fracos – que re­vela, na ver­dade, uma imensa co­bardia pe­rante os mais po­de­rosos. «De fora dos sa­cri­fí­cios ficam os grupos eco­nó­micos e fi­nan­ceiros que con­ti­nuam a ga­nhar mi­lhões», des­taca o PCP: estes ga­nham com o agra­va­mento da ex­plo­ração; com a acu­mu­lação de lu­cros e pri­vi­lé­gios (com a banca, por exemplo, a pagar de IRC menos de 10 por cento e o Es­tado a apa­dri­nhar a fuga de mais de 1700 mi­lhões de euros em be­ne­fí­cios fis­cais no off-shore da Ma­deira); com as pri­va­ti­za­ções de em­presas como a PT, a EDP ou a GALP.

Para o PCP, as novas me­didas de «aus­te­ri­dade» cons­ti­tuem um «grave passo na brutal es­ca­lada que PS e PSD têm em curso – com o apoio dos grandes grupos eco­nó­micos e do ca­pital fi­nan­ceiro, a cum­pli­ci­dade do CDS-PP e o pa­tro­cínio do Pre­si­dente da Re­pú­blica – para a pre­texto da crise e em nome dos “mer­cados fi­nan­ceiros”, au­mentar a ex­plo­ração, li­quidar di­reitos e fa­vo­recer a acu­mu­lação ca­pi­ta­lista».

 

Uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda

 

Para além da de­núncia da si­tu­ação, a jor­nada de dia 8 teve como ob­jec­tivo a afir­mação da po­lí­tica «pa­trió­tica e de es­querda» que o PCP de­fende. O au­mento dos sa­lá­rios e pen­sões (in­cluindo o sa­lário mí­nimo para 500 euros); a de­fesa da pro­dução na­ci­onal e o re­forço do in­ves­ti­mento pú­blico; a ga­rantia do con­trolo pú­blico da banca, da energia, dos trans­portes e das te­le­co­mu­ni­ca­ções; a gra­tui­ti­dade da saúde e edu­cação; a afir­mação da so­be­rania na­ci­onal são al­gumas das pro­postas, a par da ne­ces­si­dade de «ir buscar os re­cursos e as re­ceitas onde eles estão». Os co­mu­nistas de­fendem que se taxe a banca com 25 por cento de IRC, bem como as mais-va­lias e as ope­ra­ções fi­nan­ceiras do jogo da bolsa e o pa­tri­mónio de luxo dos se­nhores do di­nheiro – a par do fim dos pa­raísos fis­cais.

No fo­lheto dis­tri­buído, os co­mu­nistas ma­ni­fes­tavam ainda o seu apoio à greve geral de 24 de No­vembro, con­vo­cada pela CGTP-IN, ape­lando à par­ti­ci­pação de todos os tra­ba­lha­dores. Para o PCP, «apesar das ten­ta­tivas para tentar li­mitar e con­di­ci­onar a acção dos que se sentem atin­gidos pela po­lí­tica de di­reita, a ver­dade é que cresce a in­dig­nação, o pro­testo e a luta». A greve geral é, assim, uma «res­posta a esta de­cla­ração de guerra aos tra­ba­lha­dores e as­sume-se como uma po­de­rosa afir­mação de pro­testo e também de exi­gência de uma outra po­lí­tica». O PCP en­tende que «só a luta po­derá travar esta ofen­siva do Go­verno e do ca­pital, e abrir ca­minho a um novo rumo na po­lí­tica na­ci­onal».



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