Os pescadores do estuário do Tejo vão ser expulsos da doca de Pedrouços, no máximo, até dia 20 de Fevereiro sem que esteja acautelado ou garantido um lugar alternativo, avisou o Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Sul.
Um porto de pesca na Trafaria é a alternativa reivindicada pelo sindicato da CGTP-IN para os pescadores do estuário do Tejo. Numa nota à imprensa, de dia 9, o sindicato lembrou que o Conselho de Ministros emitiu uma resolução, com efeitos desde 20 de Agosto, onde prevê a desocupação progressiva e total da Docapesca, em Lisboa, sendo omisso quanto ao futuro porto de abrigo para os pescadores. Em causa estão as artes, redes e materiais de 351 barcos licenciados, e a segurança das embarcações, em situações de mau tempo.
Estas preocupações foram manifestadas pelo sindicato numa reunião, a 27 de Setembro, com a Administração do Porto de Lisboa.
O sindicato avisou que não aceitará que o Governo disponibilize mais de dez milhões de euros para a requalificação da Doca de Pedrouços, com a entrega de uma marina, em Janeiro de 2012, para a regata Volvo Ocean Race, sem que ceda «um único euro para a solução de um problema que se arrasta há anos, e que em nada ajuda ou dignifica o sector da pesca, completamente desapoiado».
O porto de abrigo na Trafaria, defendido pelo sindicato, tem obtido «apoios crescentes», tanto na freguesia local, como em moções aprovadas na assembleia de freguesia da Costa da Caparica e na Assembleia Municipal de Almada, bem como nesta câmara municipal. O sindicato conta também com o apoio da Comissão de Moradores da Cova do Vapor e da Sesibal - uma das maiores organizações de produtores da região.
«Que ninguém tire uma única arte ou rede sem haver uma solução definitiva para o problema», apelou o sindicato, realçando que «a decisão final é única e exclusivamente do Governo».