Pelo desastre da política de direita

Culpas partilhadas

A res­pon­sa­bi­li­dade pelos úl­timos 15 anos - pe­ríodo du­rante o qual au­mentou o de­sem­prego e o País di­vergiu da União Eu­ro­peia - não é apenas do PS mas também do PSD que, com o CDS/​PP, es­teve três anos na go­ver­nação.

Foi com esta in­so­fis­mável ver­dade que o líder par­la­mentar co­mu­nista con­frontou re­cen­te­mente no Par­la­mento o de­pu­tado la­ranja Luís Mon­te­negro que, em de­cla­ração po­lí­tica, acu­sara o PS de con­duzir o País a um «gi­gan­tesco pân­tano».

«Três anos em quinze dá para aí 20 por cento de res­pon­sa­bi­li­dade do PSD, iro­nizou Ber­nar­dino So­ares, não dando cré­dito às di­ver­gên­cias ver­bais entre aqueles par­tidos e pondo em evi­dência como nos as­pectos es­sen­ciais o que há mesmo é con­ver­gência de po­si­ções no apoio às po­lí­ticas do Go­verno.

E dando exem­plos con­cretos, per­guntou, re­fe­rindo-se às SCUT, ao lado de quem está o PSD: «Do lado do Go­verno que quer o seu pa­ga­mento ou do lado das po­pu­la­ções que en­tendem que essas vias não devem ter por­ta­gens?».

E sobre os im­postos, mos­trando a in­co­e­rência do PSD que diz não querer mais im­postos, in­dagou: «Quem é que ajudou o PS e o Go­verno a au­mentar o IVA nas úl­timas me­didas ? Quem é que ajudou o PS e o Go­verno a impor um adi­ci­onal de IRS sobre os sa­lá­rios e sobre as re­formas?»

«O PSD não quer au­mento de im­postos mas é se for no caso da banca, do sector fi­nan­ceiro e das grandes em­presas», acusou, por fim, ob­ser­vando não haver aqui no­vi­dade, já que neste plano «nem quer o PSD nem quer o PS, ou seja não há ne­nhuma di­ver­gência».

Re­fe­ren­ci­adas pelo pre­si­dente da ban­cada co­mu­nista foram ainda ou­tras áreas onde é no­tória a coin­ci­dência de po­si­ções entre PS e PSD, como sejam, por exemplo, a eli­mi­nação de postos de tra­balho na ad­mi­nis­tração pú­blica, o con­ge­la­mento das pro­gres­sões, o ataque aos ser­viços pú­blicos e pri­va­ti­zação de uma parte deles, não fa­lando da apro­vação do OE 2010 e das me­didas ne­ga­tivas in­cluídas nos PEC.

E con­cluiu: «ao con­trário de muita gente que tem a fama e não tem o pro­veito, o PSD quer ter o pro­veito mas sem ter a fama».



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