De­zenas de mi­lhares de pes­soas as­si­na­laram, do­mingo, em Mos­covo, o 93.º ani­ver­sário da re­vo­lução de Ou­tubro, marco na his­tória da hu­ma­ni­dade que ins­ti­tuiu o pri­meiro Es­tado pro­le­tário do mundo dando início à cons­trução de uma so­ci­e­dade li­berta da ex­plo­ração do homem pelo homem.

Apesar de ter sido co­me­mo­rado em vá­rias ci­dades do país, a maior ini­ci­a­tiva a pro­pó­sito do 7 de No­vembro (25 de Ou­tubro na Rússia) re­a­lizou-se na ca­pital russa, na qual 50 mil ma­ni­fes­tantes, de acordo com o Par­tido Co­mu­nista da Fe­de­ração Russa (PCFR), mar­charam pelo centro da ci­dade até à praça Pu­chkin.

No co­mício de en­cer­ra­mento, o pre­si­dente do PCFR, su­bli­nhou a vi­ta­li­dade do par­tido, des­ta­cando nesse par­ti­cular a adesão de 25 mil jo­vens às fi­leiras da or­ga­ni­zação nos úl­timos tempos.

Para Guen­nadi Ziu­ganov, as co­me­mo­ra­ções do 93.º ani­ver­sário da re­vo­lução de Ou­tubro ocorrem no con­texto de «uma crise sem pre­ce­dentes do sis­tema ca­pi­ta­lista».

«As duas crises an­te­ri­ores cul­mi­naram em duas guerras mun­diais de pre­juízos in­cal­cu­lá­veis», facto que obriga a re­levar o papel da re­vo­lução de Ou­tubro e do so­ci­a­lismo na su­pe­ração das crises cí­clicas que ca­rac­te­rizam o sis­tema do­mi­nante, lem­brou.

Da tri­buna, o di­ri­gente co­mu­nista ex­pressou de­sa­cordo para com a adesão da Rússia à Or­ga­ni­zação Mun­dial de Co­mércio, a qual re­sul­taria numa maior perda de so­be­rania do país, de­la­pi­dação dos re­cursos e de­sin­ves­ti­mento; ma­ni­festou-se contra o en­vol­vi­mento da Rússia com a NATO, ins­tru­mento de opressão im­pe­ri­a­lista dos Balcãs ao Afe­ga­nistão, e de ameaça à China; e lançou pa­la­vras de so­li­da­ri­e­dade para com a Bi­e­lor­rússia (onde a Re­vo­lução de Ou­tubro foi ce­le­brada ofi­ci­al­mente), alvo de uma cam­panha me­diá­tica que visa se­mear o con­flito entre as duas na­ções e povos.

O go­verno abs­teve-se de ce­le­brar a re­vo­lução de Ou­tubro. Em seu lugar, na Praça Ver­melha foi fes­te­jado o 69.º ani­ver­sário da pa­rada mi­litar de 7 de No­vembro de 1941, da qual o exér­cito ver­melho saiu re­vi­go­rado para que­brar o cerco na­zi­fas­cista.

Re­corde-se que em 2007 o go­verno russo ex­tin­guiu o 7 de No­vembro como fe­riado ofi­cial.