Mobilização geral
Mantendo-se a determinação demonstrada em milhares de plenários e acções de sensibilização, nos sectores público e privado, a CGTP-IN garante que a greve geral de dia 24 será um êxito decisivo na luta por uma política que combata as injustiças.
«Estamos num dos mais altos momentos da luta de classes»
A uma semana da greve geral, a CGTP-IN faz um balanço muito positivo da sua preparação, confirmaram ao Avante! os membros da Executiva do Conselho Nacional da CGTP-IN, Arménio Carlos, Ana Avoila e Amável Alves.
«É preciso aproveitarmos esta convergência de vontades para desenvolvermos o nosso trabalho até ao dia da greve, contactando individualmente cada trabalhador, cada jovem e cada aposentado, no sentido de os sensibilizar para a necessidade de, não só apoiarem, como de participarem na luta», considerou o também dirigente da União dos Sindicatos de Lisboa e membro do Comité Central do PCP, Arménio Carlos, salientando que a preparação desta luta está a demonstrar que a greve geral já é «uma das maiores mobilizações feitas, até hoje».
Como no sector privado, também na Administração Pública «continuaremos a realizar reuniões, plenários, e acções de distribuição de propaganda que têm tido um muito bom acolhimento, porque as pessoas entendem perfeitamente os nossos objectivos», revelou Ana Avoila.
A coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública lembrou como, «mais uma vez», os funcionários públicos são particularmente afectados com o Orçamento do Estado e os PEC.
«As pessoas devem participar nas lutas convocadas pelos sindicatos de classe, sob pena de se tornarem cúmplices de uma política que lesa os seus interesses e os do País», considerou.
No sector dos transportes, o coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações e membro do Comité Central do PCP, Amável Alves, revelou que tanto nas empresas públicas como nas privadas «a participação nos plenários tem sido muito intensa».
Face a «tentativas para se fazer tábua rasa da contratação colectiva, aumentam os índices de revolta e descontentamento que se estão a transformar em luta», afirmou.
«Será uma luta contra a subserviência do poder político relativamente ao económico», considerou Arménio Carlos, salientando que «estamos a viver um dos mais altos momentos de sempre da luta de classes».
Vencer ameaças
Alguns patrões e chefias estão a ameaçar com consequências quem quer aderir à greve geral. «Aos trabalhadores efectivos, ameaçam com perdas de prémios; aos que têm contratos precários, as ameaças respeitam à manutenção do seu vínculo», explicou Arménio Carlos.
A CGTP-IN tem divulgado «um parecer do Supremo Tribunal de Justiça que considera ilegal a não atribuição de prémios, por motivo de participação em greves», afirmou, lembrando que «a greve é um direito insusceptível de qualquer penalização».
Para quem tem vínculos precários, «a greve geral servirá para se organizarem colectivamente, porque esta é uma luta deles, mas também para ultrapassar os problemas que o País atravessa», considerou Arménio Carlos.
No sector privado, alguns patrões «tentam dar a entender que esta luta é apenas para os trabalhadores da Administração Pública e do Sector Empresarial do Estado, quando ela respeita a todos os sectores de actividade», acusou Amável Alves.
Para dia 24, estão agendadas duas tribunas públicas, uma em Lisboa, na Praça do Rossio, e outra, no Porto, na Praça da Batalha, principalmente destinadas a desempregados, aposentados e jovens que queiram solidarizar-se com a greve geral.
Aé ao dia da luta, prosseguirá o trabalho de mobilização cuja expressão máxima «deverá ocorrer nos locais de trabalho, onde se verifica o confronto entre o trabalho e o capital», considerou Arménio Carlos.
Milhares de trabalhadores estão a inscrever-se nos piquetes de greve, nos locais de trabalho, e nos piquetes móveis, constituídos pelas uniões sindicais dos diversos distritos. Estes, «baseiam-se na disponibilidade dos que, não podendo fazer greve, quererão associar-se à luta».
Conselhos úteis
Quem for ameaçado com qualquer tipo de represália, por pretender aderir à greve geral, «deve contactar imediatamente o representante na empresa». Tratando-se de uma micro-empresa ou de um local de trabalho onde não exista representação sindical, «deve contactar imediatamente a CGTP-IN, por telefone ou através do correio electrónico, e nós logo daremos todo o apoio necessário, em cada situação» esclareceu Arménio Carlos.
Onde haja trabalhadores escalonados para o cumprimento de serviços mínimos decretados unilateralmente por patronatos ou chefias, designadamente no sector dos transportes, «deverá haver uma resposta colectiva dos trabalhadores, em defesa do direito do exercício de greve e combatendo qualquer tentativa que procure comprometer este direito», esclareceu Amável Alves, salientando que «os serviços mínimos não podem ser impedimento para que os trabalhadores adiram à greve».