- Nº 1929 (2010/11/18)
Contra a incapacidade autárquica na Marinha Grande

Repor o caminho de progresso

Nacional

Passado um ano sobre a tomada de posse do executivo PS na Câmara da Marinha Grande, a realidade do concelho põe a nu as fragilidades da gestão autárquica actual.

«O PS na autarquia, como no Governo, é incapaz de por em prática uma política ao serviço das populações. Ao invés, agrava e dificulta as condições de trabalho e a vida das empresas», acusaram, em conferência de imprensa, os vereadores do PCP, onde denunciaram «o recurso permanente ao falseamento dos dados sobre a real situação financeira da autarquia».

Declarações contraditórias que se reflectem nas entrevistas dadas pelo presidente da Câmara, onde, em apenas oito meses, de Fevereiro a Novembro, «descobriu» três milhões de euros, relativamente à capacidade de endividamento da autarquia. «Logo após a tomada de posse, o PS lançou uma campanha de intoxicação da população, anunciando a "falta" de suporte financeiro para os investimentos, deixando desde logo cair dois dos projectos mais determinantes: Variante Nascente e Alargamento da Zona Industrial», sublinharam, esta semana, os eleitos comunistas, lembrando que «esta manobra» procurou apenas «esconder que a CDU deixou projectos e candidaturas com financiamento no QREN no valor total de 23 milhões de euros de investimento potencial e uma capacidade de recurso a financiamento bancário a rondar os oito milhões de euros».

«É inaceitável em qualquer situação, mas muito mais grave na actual situação económica, da responsabilidade dos sucessivos governos do PS e do PSD, que a autarquia marinhense perca oportunidades de utilizar apoios da União Europeia para resolver alguns dos nossos problemas estruturais», acrescentaram.

 

Despesas escandalosas

 

Os vereadores comunistas alertaram, de igual forma, para os «625 mil euros em risco de se perderem por incapacidade de conclusão atempada das obras financiadas pelo Programa POLIS», para os «40 mil euros/ano de encargos com o novo administrador da TUMG», para os «250 mil euros que não entrarão nos cofres da autarquia com a demagógica medida de redução do IRS em um por cento (medida que beneficia algumas dezenas das famílias mais ricas, entre 500 e mil euros, enquanto que milhares de famílias com menos rendimentos beneficiam em cerca de 0,18 euros/ano)», para as «despesas de milhares de euros em novos gabinetes» e para o «aumento contínuo da despesa corrente desde que o PS tomou posse».

Os eleitos do PCP condenaram também o «desprezo com que os trabalhadores da autarquia estão a ser tratados pelo actual executivo, não reconhecendo e pondo em causa os seus direitos, alguns dos quais consagrados na Constituição da República» e os aumentos «escandalosos» de todas as taxas e licenças, «que chegam a ultrapassar os três mil porcento».