A CAMPANHA AVANÇA

«A can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes in­tegra a luta por um novo rumo para Por­tugal»

Quanto mais in­tensa, em­pe­nhada e or­ga­ni­zada for a in­ter­venção do co­lec­tivo par­ti­dário, mais as coisas avançam e mais pró­ximos fi­camos de al­cançar os ob­jec­tivos tra­çados em cada mo­mento: é assim, sempre e em tudo, num Par­tido em que o co­lec­tivo é quem mais or­dena e que tem na mi­li­tância re­vo­lu­ci­o­nária a sua prin­cipal fonte de força cri­a­dora.

E também é ver­dade, como a ex­pe­ri­ência mostra, que, para as­se­gurar o en­vol­vi­mento co­lec­tivo na con­cre­ti­zação de uma ta­refa, im­plica de­finir co­lec­ti­va­mente essa ta­refa e os seus ob­jec­tivos – como é regra no fun­ci­o­na­mento in­terno do PCP.

Tudo isso é vi­sível na pré-cam­panha da can­di­da­tura pre­si­den­cial do ca­ma­rada Fran­cisco Lopes, já a de­sen­volver-se num ritmo e com um di­na­mismo as­si­na­lá­veis, por efeito da acção de­ci­siva dos mi­li­tantes e  or­ga­ni­za­ções do Par­tido, com­ple­men­tando e en­vol­vendo a acção do pró­prio can­di­dato, acção in­tensa, ampla, mo­bi­li­za­dora - porque es­cla­re­cida e es­cla­re­ce­dora.

Tudo a in­dicar e a con­firmar que, logo no início do ano, as or­ga­ni­za­ções par­ti­dá­rias es­tarão em con­di­ções de levar por di­ante, nos moldes de­fi­nidos pelo Co­mité Cen­tral, a grande cam­panha po­lí­tica de massas que fará chegar a todo o País, através do con­tacto com os tra­ba­lha­dores e as po­pu­la­ções, as ra­zões, as pro­postas e os ob­jec­tivos da can­di­da­tura do PCP – e de que o co­mício mar­cado para 9 de Ja­neiro, no Pa­lácio de Cristal, no Porto, cons­ti­tuirá o grande ponto de par­tida.

 

As múl­ti­plas e muito par­ti­ci­padas ini­ci­a­tivas da pré-cam­panha le­vadas a cabo nos úl­timos dias, par­ti­cu­lar­mente na úl­tima se­mana, são evi­den­ci­a­dores da forte adesão à can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes por parte de sec­tores di­ver­si­fi­cados da so­ci­e­dade por­tu­guesa. E isso ve­ri­fica-se tanto em ini­ci­a­tivas com a pre­sença do can­di­dato, como na­quelas em que, por ra­zões ób­vias - porque não pode estar em todo o lado, nem em dois lados ao mesmo tempoc - ele não está pre­sente.

A ver­dade é que são muitos os ho­mens, mu­lheres e jo­vens que, in­de­pen­den­te­mente das suas op­ções po­lí­ticas e ide­o­ló­gicas, se re­vêem no pro­jecto pa­trió­tico, de es­querda e de Abril que é ma­triz es­sen­cial da can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes; que se re­vêem na sua de­fesa in­tran­si­gente da so­be­rania e da in­de­pen­dência na­ci­o­nais con­sa­gradas na Cons­ti­tuição da Re­pú­blica Por­tu­guesa, na sua iden­ti­fi­cação plena com os va­lores e os ideais de Abril, na sua es­treita li­gação aos in­te­resses e di­reitos dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País.

São muitos também, os ci­da­dãos e ci­dadãs que re­co­nhecem e as­si­nalam a sin­gu­la­ri­dade da can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes, isto é, o facto de ne­nhuma das res­tantes can­di­da­turas poder afirmar essa ma­triz iden­ti­fi­ca­dora. Bem pelo con­trário: todas elas estão, mais ou menos, di­recta ou in­di­rec­ta­mente, li­gadas à po­lí­tica de di­reita que há longos 34 anos tem vindo a des­truir Por­tugal - como o exem­pli­ficam as re­centes po­si­ções de todos esses can­di­datos em re­lação ao Or­ça­mento de Es­tado de de­sastre na­ci­onal, apro­vado pelo PS/​PSD com a bênção ca­lo­rosa do Pre­si­dente da Re­pú­blica.

Um dado que emerge de toda a pré-cam­panha elei­toral e lhe con­fere, no plano me­diá­tico, um cunho bem ca­rac­te­rís­tico dos con­ceitos de in­for­mação do­mi­nantes, é o do si­len­ci­a­mento se­lec­tivo da ac­ti­vi­dade do can­di­dato do PCP e da maior parte das ini­ci­a­tivas em que par­ti­cipa - nuns casos, si­len­ci­ando tudo (a ini­ci­a­tiva e a in­ter­venção de Fran­cisco Lopes); nou­tros casos, ou­vindo-o, não para expor o seu pro­jecto mas para co­mentar de­cla­ra­ções de ou­tros can­di­datosc

E tudo in­dica que o que se passa na pré-cam­panha vai ter con­ti­nui­dade du­rante a cam­panha ofi­cial, aliás na linha clás­sica se­guida pelos média do grande ca­pital no que res­peita ao tra­ta­mento dado a tudo quanto se re­la­ciona com a ac­ti­vi­dade, as po­si­ções e as pro­postas do PCP.

Mesmo os de­bates te­le­vi­sivos, só os fazem porque... não podem deixar de os fazer – e porque são uma opor­tu­ni­dade para, como se viu no pri­meiro re­a­li­zado, os can­di­datos da bur­guesia ten­tarem es­conder a sua real li­gação à po­lí­tica de di­reita des­ta­pando o an­ti­co­mu­nismo ca­ver­ní­cola comum a todos eles.

 

Entre­tanto, a si­tu­ação eco­nó­mica e so­cial do País, agrava-se. Mul­ti­plicam-se e acen­tuam-se traços pre­o­cu­pantes de­cor­rentes da po­lí­tica que con­duziu o País ao es­tado ac­tual: os pa­trões es­tran­geiros dão or­dens para novos ata­ques aos di­reitos dos tra­ba­lha­dores - que o mesmo é dizer para a cri­ação de con­di­ções para eles au­men­tarem a ex­plo­ração e os lu­cros - e a tríade PS/ PSD/ Pre­si­dente da Re­pú­blica, acena a ca­beça, di­zendo que sim a tudo: à des­va­lo­ri­zação dos sa­lá­rios, à des­re­gu­la­men­tação dos ho­rá­rios de tra­balho, ao em­ba­ra­te­ci­mento e à li­be­ra­li­zação dos des­pe­di­mentos, numa ati­tude bem re­ve­la­dora da sua in­ca­pa­ci­dade para dar res­posta seja a que pro­blema for.

É por de­mais es­cla­re­cedor o seu pro­jecto cha­mado de com­bate ao de­sem­prego: em vez de in­vestir para criar em­prego, in­veste-se para criar de­sem­prego...

Tudo isto sus­ten­tado por uma forte e in­tensa ofen­siva ide­o­ló­gica na qual as «ine­vi­ta­bi­li­dades» são im­postas como tal, entre elas a de que não há al­ter­na­tiva à po­lí­tica de di­reita que afundou o País.

Ora, como diz o PCP, há outro rumo para o País – e de­monstra-o, de­sig­na­da­mente através das ac­ções in­se­ridas na cam­panha Por­tugal a Pro­duzir, que tem le­vado as pro­postas dos co­mu­nistas a mi­lhares e mi­lhares de por­tu­gueses.

Esse outro rumo – ne­ces­sário, im­pe­rioso e ur­gente – nas­cerá da luta de massas, da sua in­ten­si­fi­cação e do seu alar­ga­mento, na con­ti­nui­dade das grandes jor­nadas de luta dos tra­ba­lha­dores por­tu­gueses de que a his­tó­rica Greve Geral de 24 de No­vembro cons­ti­tuiu um mo­mento maior.

E a can­di­da­tura de Fran­cisco Lopes in­tegra essa luta por um novo rumo para Por­tugal.