Kosovo

Suspeitas de fraude eleitoral

Nas primeiras «eleições» após a secessão da província do Kosovo em relação à Sérvia, avolumam-se as suspeitas de fraude eleitoral. São os próprios observadores da UE quem admite que o processo pode ter ficado manchado por irregularidades graves.

Após o encerramento das urnas, os resultados finais demoraram muito mais do que o previsto a ser divulgados, alegadamente para favorecer o Partido Democrático do Kosovo (PDK), do primeiro-ministro Hashim Thaçi.

No «sufrágio», o PDK não foi além de 33,5 por cento do total dos votos, facto que obriga aquela formação política a uma coligação para se manter na chefia do governo. Em segundo lugar ficou a Liga Democrática, com 23,6 por cento, seguida da Vetëvendosje (partido que defende a inclusão do Kosovo na Albânia), 12,2 por cento, da Aliança para o Futuro do Kosovo, 10,8 por cento, da Aliança para o Novo Kosovo, 7,1 por cento, e do Partido Liberal Independente, 1,8 por cento.

Os observadores europeus expressaram a sua inquietação perante as muitas denúncias de fraude particularmente concentradas nos antigos territórios controlados pelo Exército de Libertação do Kosovo (UÇK). «É possível que, numa só assembleia, 95 por cento dos votos sejam confiados ao mesmo partido», afirmou a eurodeputada Doris Pack, do conservador CDU alemão, citada pelo Gara.

Acresce que a participação registadas naquelas regiões – em alguns casos acima dos 100 por cento dos eleitores inscritos - é considerada «estatisticamente impossível, irracional e inverosímil face à realidade do Kosovo», para além de ter mudado abruptamente a partir do meio-dia de domingo, período a partir do qual se terá registado uma autêntica corrida louca às urnas.

Neste contexto, as altas esferas da UE procuram gerir o problema. Num comunicado assinado pela comissária para a Diplomacia, Catherine Ashton, e o homólogo para o Alargamento, Stefan Füle, apela-se à investigação das denúncias ao mesmo tempo que se aplaude a ausência de incidentes.



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