Milhares de trabalhadores manifestaram-se, no início da semana passada, na capital, Dacca, e em cidades como Gazipur e Ashulia. Os operários bloquearam estradas em protesto pela morte de quatro camaradas, domingo, dia 12, numa acção reivindicativa brutalmente reprimida pela polícia em Chittagong.

Os trabalhadores reivindicavam o cumprimento dos aumentos salariais decretados em Julho pelo governo, e exigem o fim do regime de baixos salários no sector têxtil. As cerca de 45 mil unidades produtivas que as grandes marcas mantêm no território pagam, em média, 43 dólares por mês aos respectivos funcionários.

Na cidade portuária de Chittagong, um dia depois da intervenção policial com fogo real e granadas de gás lacrimogéneo, algumas fábricas regressaram à laboração, mas não as do grupo japonês Youngone, cujas 17 unidades instaladas no país vão mesmo ser encerradas, anúncio que também contribuiu para desencadear a revolta.

80 por cento das exportações do Bangladesh provêm dos têxteis, sector que emprega mais de três milhões de pessoas, a esmagadora maioria das quais mulheres.