Uma vida dedicada à causa do comunismo

Aurélio Santos e fraternidade

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Intervenção de Luísa Araújo
No 80.º aniversário do camarada
2 de Dezembro de 2010

O nosso querido camarada Aurélio Santos faz hoje 80 anos. De certo está satisfeito e nós, creio que posso afirmar em nome de todos, estamos orgulhosos por comemorar com o camarada esta alegria.

Quando perguntámos ao camarada Aurélio se aceitava que comemorássemos juntos o dia do seu aniversário, o camarada sublinhou um aspecto que distingue a relação entre comunistas – a fraternidade.

Na obra O Partido com Paredes de Vidro, o camarada Álvaro Cunhal diz-nos que a fraternidade é uma expressão simples, directa e convincente do espírito humano que anima e inspira a causa do comunismo.

Com Aurélio Santos vivemos e sentimos a fraternidade, tanto no trabalho diário como em momentos especiais, em situações difíceis no plano pessoal ou partidário, e também nos momentos de êxito e de alegrias.

Há quase 60 anos, o camarada Aurélio trabalha, convive e luta com gerações de comunistas, alguns estão igualmente entre nós neste momento festivo.

Nas lutas académicas, no MUD Juvenil, em festivais da juventude no país e no estrangeiro, em diversas áreas da intervenção e afirmação do Partido interveio o camarada Aurélio com os seus camaradas e outros democratas. Foi perseguido e esteve na prisão fascista. Resistiu, reforçou-se e viveu na clandestinidade.

Recordámos uma das suas tarefas. Ouvimos a «Rádio Portugal Livre». Utilizando as palavras de Lénine «Esse jornal sem papel e sem distâncias....».

Era a sua voz (inconfundível ainda hoje), com que, igualmente com outras – como as das camaradas Maria da Piedade e Veríssima (a mais jovem camarada da Rádio), elas aqui hoje também connosco – criámos afectos, (muitos e muitos de nós não os conhecíamos), afectos que as barreiras do fascismo e do imperialismo não conseguiram impedir, vozes que o fascismo e o imperialismo não conseguiram cortar, porque era a voz do Partido, que lutava mesmo nas condições mais adversas.

Vozes que chegavam a milhares e milhares de famílias portuguesas, tornavam a luta mais próxima, mais ampla, reforçavam a esperança de que era possível derrubar o fascismo e criar um Portugal democrático, com a informação, a mensagem e a orientação do Partido.

Chegou a Revolução. Outras tarefas, outras responsabilidades e o camarada Aurélio em liberdade, em novas frentes de trabalho, com a mesma convicção e dedicação ao seu Partido, ao ideal comunista. Com a sua inteligência, discussão e preparação colocou e coloca no trabalho colectivo a criatividade e a proposta que enriquece a discussão e o trabalho.

O camarada Aurélio tem tido um papel importante na formação de quadros, no trabalho diário em várias frentes, está ligado a grandes realizações do Partido, é parte integrante da história do Partido, a história que ele próprio tão bem nos tem sabido transmitir e afirmar.

No próximo ano o PCP faz 90 anos. Será justo colocar Aurélio Santos ao lado daqueles que foram e têm sido destacados construtores deste partido.

Para além de outras intervenções, o camarada Aurélio está a intervir na Frente da Resistência e da Valorização da Luta Antifascista. É destacado dirigente da URAP. Mais uma vez se confirma a vitalidade do camarada na intervenção, na capacidade de alargamento da unidade a outros democratas neste momento em que elementos anti-democráticos e fascizantes procuram impor ideias retrógradas e derrotadas pela luta dos comunistas, dos trabalhadores e dos povos e que só a intervenção em defesa do regime democrático e das conquistas de Abril travará o passo a tais intenções.

Camarada Aurélio, queremos que tenhas um dia muito feliz connosco e sobretudo com a tua família a quem transmitimos um abraço forte e pedimos especialmente à Daniela e à Manuela que compreendam que o seu pai também é nosso no plano humano, faz também parte de nós, porque temos muito orgulho de privarmos com este camarada, de receber dele a amizade e os ensinamentos de um homem, de um amigo que abraçou o ideal comunista que, na base do marxismo-leninismo, tem lutado e luta pelo socialismo e pelo comunismo.

Agradecemos, Aurélio, teres feito 80 anos.

Queremos mais, muito mais, o teu trabalho, a tua competência a tua dedicação.

Queremos que sejas feliz.

Um abraço.

Por ti, pela luta do nosso povo, por tudo o que lhe tens dado, parabéns, camarada Aurélio,

Viva o Partido Comunista Português.


Um prestigiado dirigente

 

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O camarada Aurélio Santos, que foi objecto de uma homenagem no convívio realizado na sede central do Partido, conforme noticiámos oportunamente e a quem se refere a intervenção da camarada Luísa Araújo, do Secretariado do Comité Central, por altura do seu 80.º aniversário, foi um prestigiado dirigente comunista, cuja vida tem sido desde a juventude, e continua a ser, orientada pela luta pela emancipação do povo português. Membro do Partido desde 1955 e funcionário do PCP a partir de 1957, Aurélio Santos foi sucessivamente dirigente associativo estudantil na Faculdade de Medicina de Lisboa de 1950 a 1953, activista e dirigente do MUD Juvenil de 1951 a 1957. Em 1953 chefiou a delegação da juventude portuguesa ao Festival Mundial da Juventude realizado em Bucareste e representou o MUD Juvenil no Congresso da União Internacional dos Estudantes (UIE).

Passando à clandestinidade após a sua prisão, que durou de 1953 a 1955, tornou-se mais tarde, de 1963 a 1974, director da Rádio Portugal Livre. Regressado a Portugal logo após o 25 de Abril, foi responsável pela Secção Internacional do Partido em 1974/75. Fez parte da Comissão de Programas da RTP (1974), desempenhou o cargo de chefe de gabinete de Álvaro Cunhal no 1.º Governo Provisório, e foi membro do Conselho de Imprensa entre 1976 e 1979.

Entre 1976 e 1984, assumiu a responsabilidade pela Secção de Informação e Propaganda do Comité Central do Partido. Em 1984 integrou a DORL e o seu executivo, e foi responsável pelo Sector de Artes e Letras entre 1984 e 1988. Eleito membro do Comité Central do VI Congresso, em 1965, veio a ser reeleito sucessivamente para o CC até ao XVI Congresso. Neste último foi eleito para a Comissão Central de Controlo e reeleito para o mesmo cargo em 2004, no XVII Congresso.



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