Morreu Arnaldo Mesquita

Justa homenagem

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Fa­leceu no dia 1 de Ja­neiro, aos 80 anos, o ca­ma­rada Ar­naldo Mes­quita, membro do Sector In­te­lec­tual da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Porto do PCP. O Se­cre­ta­riado do Co­mité Cen­tral en­viou à sua fa­mília as sen­tidas con­do­lên­cias pelo de­sa­pa­re­ci­mento da­quele des­ta­cado mi­li­tante co­mu­nista.

Nas ce­ri­mó­nias fú­ne­bres, em Torno, Lou­sada, donde era na­tural, Al­bano Nunes, do Se­cre­ta­riado do Par­tido, lem­brou o «homem digno e so­li­dário que, no exer­cício da sua pro­fissão, na sua ac­ti­vi­dade cí­vica, na sua in­ter­venção po­lí­tica como de­mo­crata con­se­quente e mi­li­tante co­mu­nista, nos deixa o seu exemplo de lu­tador in­can­sável e co­ra­joso, que a per­se­guição mo­vida pela PIDE não vergou e que sempre, nos bons como nos maus mo­mentos e nas curvas mais aper­tadas da luta, es­teve sempre do lado certo da His­tória: com o seu povo, com o seu Par­tido, com o seu País».

Desde jovem, quando es­tu­dante em Coimbra, Ar­naldo Mes­quita des­pertou para o com­bate po­lí­tico an­ti­fas­cista, no­me­a­da­mente no MUD Ju­venil, cuja di­recção in­te­grou, tendo par­ti­ci­pado, pos­te­ri­or­mente, em todas as ba­ta­lhas do Mo­vi­mento de Opo­sição De­mo­crá­tica junto a ou­tros des­ta­cados an­ti­fas­cistas como Ruy Luís Gomes, Vir­gínia Moura, Lobão Vital ou José Mor­gado.

«Em 1949 aderiu ao Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês a que se man­teve fiel até ao fim da vida. For­te­mente vi­giado e per­se­guido, foi preso três vezes tendo tido sempre um com­por­ta­mento digno pe­rante os tor­ci­o­ná­rios da PIDE. Como ad­vo­gado, des­tacou-se pela sua in­tensa e com­ba­tiva ac­ti­vi­dade em de­fesa dos presos po­lí­ticos. Ao seu con­sul­tório, acor­riam muitos de­mo­cratas per­se­guidos pelo fas­cismo, no­me­a­da­mente jo­vens, que sempre en­con­travam nele a so­li­da­ri­e­dade, a pa­lavra amiga e o en­co­ra­ja­mento que pro­cu­ravam», lem­brou ainda Al­bano Nunes.

Membro da Co­missão Re­gi­onal do Porto de So­corro aos Presos Po­lí­ticos e, de­pois do 25 de Abril, fun­dador da União de Re­sis­tentes An­ti­fas­cistas Por­tu­gueses (URAP), Ar­naldo Mes­quita con­tribui sempre para a luta li­ber­ta­dora da classe ope­rária, tendo sido su­ces­si­va­mente eleito para a As­sem­bleia Mu­ni­cipal de Lou­sada, pri­meiro nas listas da FEPU, de­pois nas da APU e CDU. Re­cebeu a me­dalha de mé­rito do mu­ni­cípio em 2008.

Ar­naldo Mes­quita deixa ainda obra pu­bli­cada. «São de um poema seu as pa­la­vras que dizem que um homem novo ou velho/​saiba manter-se de pé/​quanto mais dobre o jo­elho mais deixa de ser quem é/​e de do­brado nem se vê. Men­sagem lu­mi­nosa, pa­la­vras par­ti­cu­lar­mente cer­teiras e opor­tunas num mo­mento em que pro­curam roubar-nos con­quistas e di­reitos que tanto cus­taram a al­cançar», con­cluiu Al­bano Nunes.



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