- Nº 1941 (2011/02/10)

Voz das conquistas de Abril

Em Foco

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Abril foi muito mais do que a substituição de um regime ditatorial por um outro, democrático, e no Avante! dos primeiros anos da revolução portuguesa encontramos relatadas as gloriosas páginas da construção de um País completamente novo.

À democratização política então em curso tinha que corresponder a democratização económica, social e cultural, e a essa empresa levada a cabo pelas massas populares dedicou o jornal do Partido da classe operária e de todos os trabalhadores o melhor das suas forças.

Adiantando-se não raras vezes à iniciativa dos órgãos de soberania, o povo português transformava as relações sociais e projectava uma forma de organização da sociedade mais justa, participada e desenvolvida, conquistando objectivamente o futuro. O Órgão Central do PCP cumpriu o papel que lhe estava destinado em tão exaltante processo.

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Durante os governos provisórios liderados por Vasco Gonçalves, os trabalhadores e o povo tiveram no executivo um sólido aliado nesse salto em frente, por isso, mesmo depois do seu afastamento pela reacção capitalista, o «companheiro Vasco» perdurou no coração de muitos portugueses para quem a gratidão não é uma palavra vã.

Duradouras, ainda, e durante muitos anos motivando tenaz resistência das massas em sua defesa, as conquistas de Abril que o Avante! tão amplamente promoveu e divulgou: a Reforma Agrária e as profundas alterações que produzia na vida de milhares de trabalhadores rurais do Alentejo e Ribatejo; a repartição mais equilibrada da riqueza entre capital e trabalho; os serviços públicos de saúde, educação e previdência, e a fruição do lazer e acesso à cultura; os direitos sociais e laborais e o direito à habitação; o controlo e gestão operária; o sector empresarial do Estado e a propriedade pública dos sectores fundamentais no quadro de uma economia ao serviço dos trabalhadores, do povo e do País.

Estes são elementos sem os quais não é possível compreender o alcance da Revolução de Abril, e que o Avante! continua a afirmar como imprescindíveis para superar o declínio nacional rumo à construção de uma democracia avançada num Portugal de progresso, justiça e soberania.

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