O processo iniciado com a reorganização de 40/41, e que teve sequência imediata na preparação e realização dos III e IV Congressos, respectivamente em 1943 e 1946, constituiu um momento marcante da história do PCP.
Com efeito, foi no decorrer desse processo que o Partido se afirmou, de facto, como vanguarda da classe operária; como grande partido nacional; como partido da resistência e da unidade antifascistas – como «partido leninista definido com a experiência própria», nas palavras do camarada Álvaro Cunhal.
É nesse tempo e no decorrer desse processo que avança a definição teórica da identidade do Partido e a concretização prática dessa identidade.
Trata-se de um conjunto de traços identitários, complementares e indissociáveis, que incorporam: o objectivo supremo do Partido – construção de uma sociedade liberta de todas as formas de opressão e de exploração; a sua natureza de classe – partido da classe operária e de todos os trabalhadores; a sua ideologia – o marxismo-leninismo, ideologia do proletariado; o seu funcionamento interno – baseado no desenvolvimento criativo do centralismo democrático; o seu carácter simultaneamente patriótico e internacionalista; a sua estreita e constante ligação às massas trabalhadoras e à defesa dos seus interesses e direitos.
Esta identidade, pelo que significa, constitui o alvo preferencial na ofensiva ideológica com que os inimigos do Partido têm tentado, ao longo dos tempos, a sua destruição.
Da mesma forma, as ofensivas internas visando a descaracterização do Partido é na sua identidade que fazem incidir o essencial dos seus ataques – regra geral tendo como alvo apenas um ou outro desses traços identitários (ou o projecto, ou a ideologia, ou a natureza de classe…) e fingindo não saberem que abandonando um ou outro – e bastaria abandonar um único – todos os restantes se desmoronariam inexoravelmente e, com eles, a identidade do Partido.
O reforço do Partido passa, em primeiro lugar, pela afirmação e pela defesa da sua identidade.