Grande comício no Porto

Há um Partido que faz a diferença!

Com mais de um mi­lhar de mi­li­tantes e amigos do PCP pre­sentes, a sala da Al­fân­dega do Porto aco­lheu o co­mício co­me­mo­ra­tivo do no­na­gé­simo ani­ver­sário do PCP, re­a­li­zado no pas­sado dia 12.

São no­venta anos de um tra­jecto car­re­gado de his­tória

Tratou-se de uma grande ini­ci­a­tiva, cheia de en­tu­si­asmo e con­fi­ança, ce­le­brando os no­venta anos do Par­tido que, tal como Je­ró­nimo de Sousa afirmou na sua in­ter­venção, «nasceu do mo­vi­mento ope­rário por­tu­guês, por sua pró­pria von­tade e de­cisão», lem­brando também que o PCP «foi o único par­tido po­lí­tico que atra­vessou os 48 anos da di­ta­dura sem se render, nem aban­donar a luta, com­pro­vando a jus­teza da afir­mação de que os par­tidos não são todos iguais e que há um Par­tido que fez e faz toda a di­fe­rença».

Ainda antes das in­ter­ven­ções, que além do Se­cre­tário-geral do PCP cou­beram a Jaime Toga, membro da Co­missão Po­lí­tica do Co­mité Cen­tral, e a Maria João An­tunes, da Co­missão Re­gi­onal do Porto e da Di­recção Na­ci­onal da JCP, os pre­sentes as­sis­tiram a um con­certo do grupo coral e da or­questra li­geira de São Pedro da Cova, con­du­zido por Gui­lher­mino Mon­teiro, onde não fal­taram temas de re­fe­rência para os co­mu­nistas.

Maria João An­tunes, que co­meçou por apre­sentar em nome da JCP uma ca­lo­rosa sau­dação aos pre­sentes no co­mício, re­a­firmou o em­penho em con­tri­buir para o su­cesso das im­por­tantes lutas para a ju­ven­tude que se avi­zi­nham, no­me­a­da­mente o dia 24 de Março, em que «os es­tu­dantes do En­sino Se­cun­dário e do En­sino Su­pe­rior es­tarão na rua contra as po­lí­ticas que têm afas­tado mi­lhares de es­tu­dantes pre­ma­tu­ra­mente da es­cola», e a ma­ni­fes­tação de 1 de Abril con­vo­cada pela In­ter­jovem/​CGTP-IN contra a pre­ca­ri­e­dade e o de­sem­prego.

 

Na pri­meira linha das lutas

 

Jaime Toga, res­pon­sável pela Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Porto, ini­ciou a sua in­ter­venção re­le­vando as inú­meras lutas con­du­zidas e par­ti­ci­padas pelo PCP ao longo dos úl­timos no­venta anos, e afirmou que «se é im­pos­sível falar da his­tória de Por­tugal ao longo dos úl­timos 90 anos sem falar do PCP e do seu papel, o mesmo po­demos dizer em re­lação a esta re­gião». O di­ri­gente co­mu­nista re­lem­brou, entre ou­tros acon­te­ci­mentos, as im­por­tantes ma­ni­fes­ta­ções aquando das elei­ções pre­si­den­ciais fas­cistas no Porto, fruto do tra­balho de mo­bi­li­zação com grande des­taque para o PCP na sua con­ti­nuada luta contra o fas­cismo e as muitas lutas de tra­ba­lha­dores e do povo, ao longo destes no­venta anos no dis­trito do Porto.

E, der­ru­bado esse fas­cismo, con­quis­tada pela luta a li­ber­dade, «o PCP e os seus mi­li­tantes es­ti­veram na pri­meira linha da de­fesa e con­so­li­dação da de­mo­cracia e da li­ber­dade», afirmou Jaime Toga. Acres­cen­tando em se­guida que o com­bate con­ti­nuou até aos dias de hoje, contra as po­lí­ticas que le­varam a que o Porto, co­nhe­cido como a «ci­dade do tra­balho», tenha sido pau­la­ti­na­mente de­sin­dus­tri­a­li­zado e alvo de um sis­te­má­tico de­sin­ves­ti­mento, em re­sul­tado de «mais de três dé­cadas de po­lí­tica de di­reita que se re­flectem no au­mento do de­sem­prego e da po­breza, no re­gresso da emi­gração, no aban­dono es­colar e na si­tu­ação dra­má­tica em que vivem mi­lhares e mi­lhares de fa­mí­lias».

 

His­tória que se pro­jecta na vi­ta­li­dade do Par­tido

 

Se­guiu-se a in­ter­venção de Je­ró­nimo de Sousa que per­correu a his­tória do PCP, único par­tido ac­tivo du­rante os qua­renta e oito anos do fas­cismo, «per­se­guido vi­o­len­ta­mente» logo após 1926, pe­ríodo a que aquele di­ri­gente co­mu­nista se re­feriu como «tempos di­fí­ceis que ha­ve­riam de forjar para a luta grandes e va­lo­rosos qua­dros que iriam tecer a rede da re­sis­tência e re­or­ga­nizar, nos anos de 40/​41 um Par­tido pronto para todos os com­bates e de­ci­si­va­mente de­finir o PCP com a ma­triz do par­tido que somos e que­remos con­ti­nuar a ser – o par­tido le­ni­nista de novo tipo – en­ri­que­cido pela nossa pró­pria ex­pe­ri­ência e re­flexão».

O Se­cre­tário-geral do Par­tido con­si­derou ser de in­teira jus­tiça evocar Álvaro Cu­nhal «como cons­trutor, lu­tador de uma vida in­teira, pela sua obra teó­rica que nos serve de re­fe­rência». Evo­cação jus­ta­mente re­co­nhe­cida e que de ime­diato fez ex­plodir em aplausos sen­tidos todos os pre­sentes na­quele co­mício. Je­ró­nimo de Sousa ho­me­na­geou ainda todos aqueles que num «tra­jecto de 90 anos car­re­gados de his­tória», cons­truíram e cons­troem «um Par­tido que é o re­sul­tado do sa­cri­fício e ab­ne­gação dos seus he­róis caídos na luta, dos ca­ma­radas que ao longo de dé­cadas en­fren­taram a re­pressão e dos muitos mi­lhares que com uma in­tensa e de­di­cada mi­li­tância foram su­porte de uma ex­cep­ci­onal in­ter­venção e que se pro­jecta hoje na vi­ta­li­dade e força do PCP».


É pre­ciso dizer basta!

Je­ró­nimo de Sousa re­feriu-se ainda, na sua in­ter­venção, à ne­ces­si­dade de con­ti­nuar a luta, pois a po­lí­tica de di­reita «vive e per­dura à sombra deste cí­clico render da guarda», si­tu­ação em que «mudam os go­vernos, mas não muda a po­lí­tica e os pro­blemas acu­mulam-se». O Go­verno por­tu­guês, acusou, «co­locou-se numa po­sição de su­bor­di­nação ver­go­nhosa pe­rante os grandes in­te­resses eco­nó­micos e as grandes po­tên­cias, sa­cri­fi­cando os in­te­resses do seu povo», lem­brando que Por­tugal con­tinua a «viver ao ritmo de um PEC por tri­mestre».

As me­didas su­ces­si­va­mente apli­cadas pelo Go­verno foram ape­li­dadas pelo Se­cre­tário-geral do PCP como um «mas­sacre sis­te­má­tico contra os tra­ba­lha­dores e as ca­madas e classes po­pu­lares», dando como exemplo o PEC 4, re­cen­te­mente apre­sen­tado e que será apli­cado, con­forme anun­ciado, também em 2012 e 2013. Estas me­didas, prevê, vão tra­duzir-se «num novo alas­tra­mento da chaga so­cial da pre­ca­ri­e­dade la­boral que de­ses­ta­bi­liza a vida de cen­tenas de mi­lhares de tra­ba­lha­dores, par­ti­cu­lar­mente os jo­vens»». Di­ri­gindo-se aos mi­lhares de jo­vens que na­quela al­tura se ma­ni­fes­tavam por todo o País, e sau­dando-os, Je­ró­nimo de Sousa afirmou que «é pre­ciso dizer basta!», de­sa­fi­ando-os a que não fi­cassem por aí. «Esse grito, que hoje ecoou por todo o País, deve ser trans­for­mado em acção, em luta e em luta or­ga­ni­zada. Porque lutas inor­gâ­nicas podem fazer coisas mas aquilo que o ca­pital e a di­reita têm medo é da luta or­ga­ni­zada dos tra­ba­lha­dores e dos povos!» Em se­guida, o di­ri­gente do PCP apelou à par­ti­ci­pação de todos na ma­ni­fes­tação do pró­ximo sá­bado, con­vo­cada pela CGTP-IN.

Je­ró­nimo de Sousa saudou ainda todos aqueles que estão a aderir ao PCP, «que estão a as­sumir a sua mi­li­tância e pelo seu exemplo fazem um apelo a muitos ou­tros». Trata-se, con­cluiu, da adesão à in­ter­venção or­ga­ni­zada num par­tido dig­ni­fi­cado pela «his­tória de luta de ge­ra­ções, a as­sumir com co­ragem, en­tu­si­asmo e de­ter­mi­nação, o re­forço do Par­tido, a luta pela de­mo­cracia avan­çada, por uma so­ci­e­dade nova, li­berta da ex­plo­ração e da opressão, o so­ci­a­lismo e o co­mu­nismo».



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