Vá­rias des­mo­bi­li­za­ções pa­ra­mi­li­tares foram mon­ta­gens do re­gime co­lom­biano. A afir­mação foi feita por um ex-chefe das Au­to­de­fesas Unidas da Colômbia (AUC), co­nhe­cido como «o alemão», e vem con­firmar as acu­sa­ções feitas du­rante anos pelas Forças Ar­madas Re­vo­lu­ci­o­ná­rias da Colômbia (FARC).

De acordo com aquele ex-co­man­dante das AUC, as falsas des­mo­bi­li­za­ções eram or­ga­ni­zadas pelo go­verno e pelos nar­co­tra­fi­cantes para le­ga­lizar in­di­ví­duos pro­cu­rados pela jus­tiça e, so­bre­tudo, mas­carar os re­sul­tados do go­verno no com­bate aos mer­ce­ná­rios a soldo do ca­pital mo­no­po­lista e dos la­ti­fun­diá­rios.

O go­verno tem de ex­plicar porque é que apre­senta um nú­mero de 32 mil des­mo­bi­li­zados quando as AUC só ti­nham 16 mil in­te­grantes, disse «o alemão», que re­velou ainda que os falsos pa­ra­mi­li­tares des­mo­bi­li­zados eram pagos pelo erário pú­blico para par­ti­ci­parem na en­ce­nação.

Quase cinco mi­lhões de co­lom­bi­anos foram ex­pulsos das suas terras na sequência de cam­pa­nhas de terror le­vadas a cabo pelas AUC. Dados ofi­ciais in­dicam ainda que entre Junho de 2005 e De­zembro de 2010, mais de 173 mil pes­soas foram as­sas­si­nadas e quase 35 mil en­con­tram-se de­sa­pa­re­cidas em re­sul­tado do pa­ra­mi­li­ta­rismo.