Mais bombardeamentos sobre a Líbia
No dia em que os rebeldes líbios rejeitaram a proposta de cessar-fogo da União Africana, os governo da França e da Grã-Bretanha exigiram à NATO a intensificação dos bombardeamentos contra a Líbia.
«Deve intensificar-se os esforços militares, dizem Paris e Londres»
Em declarações proferidas anteontem, os ministros dos Negócios Estrangeiros gaulês e britânico, Alain Juppé, e William Hague, respectivamente, exigiram que a Aliança Atlântica «cumpra totalmente o seu papel» e acusaram a organização de não estar a fazer o suficiente.
Para Juppé, «a NATO quis assumir o comando das operações», mas agora, diz o responsável pela diplomacia francesa, não faz o suficiente para evitar a utilização de armamento pesado por parte das forças o governo Khadafi.
Já para Hague, a NATO «deve manter e intensificar os esforços militares» para «proteger a população». O ministro das Relações Exteriores de Londres instou ainda os restantes membros da NATO a contribuír mais para as operações contra a Líbia.
As palavras dos dois responsáveis não caíram bem em alguns países do bloco militar imperialista, que consideram, tal como o general que comanda a agressão, estar a ser feito um «bom trabalho».
A pressão de Paris e Londres choca ainda com as afirmações do secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, para quem o conflito não tem uma solução militar.
No terreno, os bombardeamento da NATO sobre Ajdabiya, Misrata e Tripoli castigam fortemente o exército regular líbio e procuram impedir a derrota militar dos rebeldes.
Em consequência destas acções, as autoridades líbias reiteram as acusações contra a NATO, nomeadamente de assassinarem civis, e exemplificam com os raides aéreos de segunda-feira sobre Kikla, ao Sul da capital Tripoli, os quais, sustentam, tal como os anteriores, não distinguiram alvos civis e militares.
Acresce que, no dia em que Juppé e Hague lançaram apelos de intensificação da guerra e em que a UE ouviu dois emissários dos insurrectos, o grupo de Bengazi rejeitou o plano de cessar-fogo da União Africana (UA), o qual incluía uma deposição verificável das armas, a chegada de ajuda humanitária para a população e a abertura de um período de diálogo entre as partes em conflito.
O plano da UA foi aceite por Muammar Khadafi.