SERENA CONFIANÇA

«O re­forço da ex­pressão elei­toral da CDU cons­titui a questão cru­cial nas elei­ções de 5 de Junho»

Já aqui es­cre­vemos di­versas vezes que, para os mi­li­tantes de um par­tido que de­finiu como seu ob­jec­tivo su­premo a cons­trução de uma so­ci­e­dade sem ex­plo­ra­dores nem ex­plo­rados, não há ta­refas nem ba­ta­lhas fá­ceis.

E também a ex­pe­ri­ência nos diz que as ba­ta­lhas elei­to­rais se en­con­tram entre as mais di­fí­ceis e com­plexas de todas as que tra­vamos.

Vem isto a pro­pó­sito, ob­vi­a­mente, da ba­talha elei­toral que temos pela frente e sobre a qual nos de­bru­çámos co­lec­ti­va­mente – como é nosso há­bito – no pas­sado do­mingo, na Voz do Ope­rário.

Como su­bli­nhou o ca­ma­rada Je­ró­nimo de Sousa na in­ter­venção de en­cer­ra­mento do En­contro Na­ci­onal, nestas elei­ções o que, es­sen­ci­al­mente, está em jogo é saber se vamos con­ti­nuar com a mesma po­lí­tica que con­duziu o País à dra­má­tica si­tu­ação ac­tual – agora agra­vada com a en­trada do FMI – ou se vamos dar o passo ne­ces­sário vi­sando a cons­trução de uma nova po­lí­tica, pa­trió­tica e de es­querda, como a que o PCP tem vindo a de­fender.

É que a si­tu­ação ac­tual do País mostra de forma inequí­voca que nunca como no tempo ac­tual foi tão evi­dente o re­sul­tado ca­tas­tró­fico de anos e anos de apli­cação da mesma po­lí­tica de di­reita; nunca como no tempo ac­tual foram tão evi­dentes as con­sequên­cias ne­fastas do ro­ta­ti­vismo di­rei­tista, da al­ter­nância sem al­ter­na­tiva que tomou conta de Por­tugal nas úl­timas três dé­cadas.

Por isso é fun­da­mental que fa­çamos desta ba­talha elei­toral um amplo exer­cício de es­cla­re­ci­mento e de apelo à me­mória dos elei­tores, in­cen­ti­vando-os a re­flectir sobre os ca­mi­nhos se­guidos até agora, a si­tu­ação a que nos con­du­ziram trinta e cinco anos de po­lí­tica de di­reita, pra­ti­cada pelos mesmos de sempre – PS, PSD, CDS/​PP – em be­ne­fício dos mesmos de sempre – os grandes grupos eco­nó­micos e fi­nan­ceiros – e à custa da ex­plo­ração e do agra­va­mento das con­di­ções de vida dos mesmos de sempre – os tra­ba­lha­dores e o povo.

 

Como o PCP tem acen­tuado, Por­tugal e os por­tu­gueses não estão con­de­nados a ter que aceitar que aqueles que há trinta e cinco anos afundam o País pros­sigam a sua obra – e as elei­ções de 5 de Junho cons­ti­tuem uma opor­tu­ni­dade, para os tra­ba­lha­dores e para o povo, de fa­zerem ouvir a sua voz e de afir­marem com o seu voto na CDU a exi­gência da ne­ces­sária e in­dis­pen­sável rup­tura com a po­lí­tica de di­reita, com o rumo de de­clínio, in­jus­tiça e em­po­bre­ci­mento do País.

Como o PCP tem acen­tuado, há al­ter­na­tiva a esta si­tu­ação, há al­ter­na­tiva à re­cessão eco­nó­mica, à de­pen­dência ex­terna, ao au­mento do de­sem­prego, ao agra­va­mento das con­di­ções de tra­balho e de vida dos tra­ba­lha­dores e do povo – e essa al­ter­na­tiva passa pela aposta na pro­dução na­ci­onal, na di­na­mi­zação do nosso apa­relho pro­du­tivo, pro­du­zindo mais ri­queza e mais em­prego, ga­ran­tindo o au­mento dos sa­lá­rios e das pen­sões; passa pelo re­forço do in­ves­ti­mento pú­blico, pelo fim das pri­va­ti­za­ções e pela re­cu­pe­ração pelo Es­tado do con­trolo es­tra­té­gico da eco­nomia, pela re­forma fiscal, pela de­fesa dos in­te­resses na­ci­o­nais no plano ex­terno vi­sando a re­cu­pe­ração da so­be­rania eco­nó­mica e or­ça­mental.

E, como su­bli­nhou o Se­cre­tário-geral do PCP, no En­contro Na­ci­onal, na Voz do Ope­rário, «vamos para estas elei­ções afir­mando que a con­cre­ti­zação da po­lí­tica ne­ces­sária à re­so­lução dos pro­blemas na­ci­o­nais exige a for­mação de um go­verno pa­trió­tico e de es­querda, capaz de as­se­gurar uma nova fase da vida do País» – e que a vi­a­bi­li­dade desse go­verno está nas mãos do povo por­tu­guês, com a sua luta e o seu voto.

É um ob­jec­tivo di­fícil de al­cançar? Sem dú­vida. Mas, como acima se disse, não há ba­ta­lhas fá­ceis para quem luta pela cons­trução de uma so­ci­e­dade nova.

Além disso, se nas vá­rias etapas da nossa luta apenas de­fi­nís­semos ob­jec­tivos de al­cance pre­vi­a­mente as­se­gu­rado... é mais do que certo que já há muito te­ríamos dei­xado de lutar...

 

O re­forço da ex­pressão elei­toral da CDU cons­titui a questão cru­cial nas elei­ções de 5 de Junho.

Na ver­dade, a CDU é a única força cujo re­forço elei­toral e po­lí­tico pode pôr fim ao ciclo vi­cioso da al­ter­nância sem al­ter­na­tiva; é a única força cujo re­forço elei­toral e po­lí­tico pode abrir portas a uma vida nova de pro­gresso e de­sen­vol­vi­mento para os por­tu­gueses.

Por isso o voto na CDU com­porta sin­gu­lares atri­butos e va­lên­cias.

Aos que, de­si­lu­didos e de­sen­can­tados com as su­ces­sivas trai­ções dos par­tidos em que vo­taram (que lhes sa­caram o voto com pro­messas de pa­raísos e, de­pois de sa­cado o voto, lhes deram o in­ferno ac­tual) é ne­ces­sário ir dizer que têm agora uma opor­tu­ni­dade de con­tri­buir para a re­so­lução dos pro­blemas que lhes foram cri­ados por esses par­tidos nos quais vo­taram – e que essa opor­tu­ni­dade passa pelo voto na CDU.

Ao elei­to­rado em geral, há que levar o exemplo de prá­tica ha­bi­tual da CDU, uma prá­tica ba­seada na qua­li­dade, na co­e­rência, na se­ri­e­dade do tra­balho de­sen­vol­vido pelos seus de­pu­tados, ga­ran­tindo que ja­mais trairá essa con­fi­ança.

Trans­mitir ao elei­to­rado a imagem real da Co­li­gação De­mo­crá­tica Uni­tária cons­titui uma ta­refa pri­mor­dial para os ac­ti­vistas da CDU, para os quais as elei­ções de 5 de Junho com­portam grandes e pe­sadas exi­gên­cias de mo­bi­li­zação, de es­forço, de de­ter­mi­nação, de con­fi­ança.

Exi­gên­cias nossas co­nhe­cidas de muitas ba­ta­lhas an­te­ri­ores.

Exi­gên­cias que vol­tarão a co­locar-se-nos nas muitas ba­ta­lhas do fu­turo.

Exi­gên­cias às quais o co­lec­tivo par­ti­dário co­mu­nista, os mem­bros e apoi­antes do PEV e da ID, e os mi­lhares de ci­da­dãos in­de­pen­dentes que cons­ti­tuem a CDU, vão res­ponder de forma afir­ma­tiva.

E com se­rena con­fi­ança.