Pros­se­guindo os con­tactos com or­ga­ni­za­ções e mo­vi­mentos de massas para de­bater a si­tu­ação na­ci­onal e afirmar a po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda que propõe, o PCP en­con­trou-se no dia 27 de Abril com a Con­fe­de­ração Na­ci­onal da Agri­cul­tura, na sede da de­le­gação de Lisboa desta or­ga­ni­zação. A co­mi­tiva co­mu­nista era di­ri­gida pelo Se­cre­tário-geral Je­ró­nimo de Sousa e in­cluía ainda João Frazão, da Co­missão Po­lí­tica, e o de­pu­tado Agos­tinho Lopes.

Se­gundo João Frazão, do en­contro saiu uma «pro­funda con­ver­gência de opi­niões» no que res­peita às con­sequên­cias de 35 anos de po­lí­tica de di­reita no en­ca­mi­nhar da agri­cul­tura por­tu­guesa para o «de­sastre» e para o «de­fi­nha­mento». Muitos agri­cul­tores – es­ma­gados pelo abai­xa­mento do preço à pro­dução e pelo au­mento dos custos dos fac­tores de pro­dução – são for­çados a aban­donar a ac­ti­vi­dade. No caso dos pro­du­tores de leite, já não são apenas aqueles que pos­suem duas ou três vacas a aban­donar a pro­dução – o mesmo já se passa com al­guns que têm 100 ou mais ca­beças de gado. Existe também uma pro­funda de­si­gual­dade na dis­tri­buição dos apoios: dois mil grandes la­ti­fun­diá­rios re­cebem mais do que 200 mil pe­quenos e mé­dios pro­du­tores agrí­colas.

A de­le­gação do PCP trans­mitiu à CNA a con­vicção de que é pos­sível de­sen­volver a agri­cul­tura na­ci­onal, afirmou João Frazão, sa­li­en­tando que o voto dos agri­cul­tores na CDU no pró­ximo dia 5 de Junho é es­sen­cial para atingir este ob­jec­tivo.